terça-feira, 5 de abril de 2011

Termina o depoimento de um dos acusado de matar casal em festa neonazista


Terminou por volta das 14h45 desta terça-feira (5) o depoimento de Gustavo Wendler, réu no processo que investiga a morte de um casal de namorados - em 2009 - durante uma festa neonazista, no município de Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba. Por cerca de uma hora, ele foi interrogado pela promotoria e por advogados no Fórum de Campina Grande do Sul.

Até as 14h55, nenhum detalhe sobre o depoimento de Wendler havia sido revelado. Na sequência, será ouvida Rosana Almeida, ré no mesmo processo. Os depoimentos fazem parte da audiência de instrução e julgamento.

Duas testemunhas de defesa do economista paulista Ricardo Barollo - acusado de ser o mandante do crime – não compareceram. Os demais acusados - Barollo e outros 3 réus - devem ser ouvidos em nova audiência, que foi marcada para a próxima sexta-feira (8).

A audiência que tinha sido marcada para 9 de julho de 2010 foi suspensa por falta de testemunhas. Essas seis testemunhas já tinham faltado à primeira audiência, que ocorreu em 11 de junho, no Fórum de Campina Grande do Sul.

De acordo com o inquérito, Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e a namorada dele, Renata Waechter, 21 anos, foram mortos em 2009, na saída de uma comemoração em homenagem aos 120 anos de nascimento do líder nazista Adolf Hitler. Para a polícia, a disputa pela liderança de um grupo de orientação neonazista foi a motivação para os crimes.

Crime

O assassinato ocorreu em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, no dia 21 de abril de 2009. Além de Barollo, acusado de determinar o assassinato, outras cinco pessoas são acusadas de participação no crime: Rosana Almeida, 22 anos, Jairo Maciel Fischer, 21, Gustavo Wendler, 21, Rodrigo Motta, 19, João Guilherme Correa, 18.

Segundo as investigações, os dois universitários foram atraídos para uma emboscada por Rosana, que afirmou que estava passando mal e pediu carona para voltar para Curitiba. Correa, Motta e Fischer teriam seguido o casal em outro veículo. E quando já estavam retornando para a festa, Wendler (que também estava no carro junto com o casal) pediu que parassem no acostamento e Bernardo e Renata foram obrigados a descer do carro.

Os dois universitários foram assassinados com tiros na cabeça por Correa e Fischer –que seguiam no veículo de trás. Logo após o crime, os acusados teriam ligado para Barollo, que estava em São Paulo, afirmando que a “missão” havia sido cumprida e pedindo que um advogado fosse contratado, caso a autoria do assassinato fosse descoberta.

A polícia apreendeu material de ideologia neonazista com os acusados, em maio de 2009, em São Paulo, Joinville (SC), Laguna (SC) e Teotônia (RS). Foram apreendidos computadores, fotos, pendrives, bandeiras, publicações, e também documentos relativos à criação de um país independente, com constituição e legislação baseada na doutrina nazista. (GP)

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