Os médicos que atendem pelos planos de saúde vão suspender nesta quarta-feira, por 24 horas, o atendimento aos usuários de 23 operadoras. O principal objetivo da categoria é forçar as empresas a reajustarem o preço por consultas e procedimentos (cirurgias).
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Segundo estimativa do movimento, cerca de 20 milhões de um total de 46 milhões credenciados poderão ficar sem atendimento em todo o país. No Rio, os médicos vão fazer nesta quarta-feira, às 11h, uma manifestação em frente à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na Glória.
Os médicos reclamam que, nos últimos 12 anos, a inflação acumulada atingiu 120%. Nesse período, os planos foram reajustados em 150%, segundo a categoria, e os honorários médicos, em 50%.
Os serviços de urgência e emergência serão realizados normalmente. A paralisação vai ocorrer em quase todos os estados (com exceção de Amazonas, Rio Grande do Norte e Roraima). Em nove deles, incluindo o Rio, o movimento atinge todas as operadoras. No restante, serão alguns planos selecionados pela categoria.
- Há duas semanas estamos pedindo aos pacientes que agendem consultas e cirurgias para outro dia. Não queremos prejudicar a população, mas a situação dos médicos está muito difícil - disse Márcia Araujo, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio.
Segundo o coordenador da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (Comsu), Aloisio Tibiriçá, a categoria decidiu suspender as atividades porque o resultado das negociações entre a categoria e as operadoras, iniciadas em 7 de abril, foi insuficiente. Eles querem que o preço médio da consulta suba dos atuais R$ 40 para R$ 60, no mínimo. Defendem também reajustes nos valores das cirurgias.
Além disso, querem fazer valer norma da ANS que determina a assinatura de contratos entre as operadoras e seus prestadores, com duração do serviço e critério de reajuste. O comando do movimento tem uma audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta quarta-feira, para entregar suas reivindicações e queixas.
- Queremos que o Ministério da Saúde entre como mediador na situação porque a ANS não cumpre seu papel - disse Tibiriçá, acrescentando que novas paralisações não estão descartadas caso não haja avanço nas negociações.
A ANS informou, em nota, que considera legítimo o movimento dos médicos por melhor remuneração, mas ressaltou que as operadoras de planos de saúde têm que garantir o atendimento do que foi contratado pelos beneficiários, sem taxas adicionais.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa os 15 maiores grupos de empresas de saúde privada do país, disse, em nota, que, conforme acordo com a categoria, vai definir um novo parâmetro para o trabalho dos médicos, com base na complexidade dos procedimentos. (G1)
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