segunda-feira, 23 de maio de 2011

Protestos continuam, e sociais democratas sofrem derrota histórica na Espanha


Em meio a protestos que ocorrem pelo país por mudanças na política social e econômica do governo, o Partido Socialista do Trabalhador Espanhol (PSOE), do premiê José Luis Rodrígues Zapatero, recebeu um recado das urnas neste domingo 22, quando os espanhóis foram às urnas para as eleições regionais.

A menos de nove meses das eleições gerais, e com mais de 97% das urnas apuradas, os conservadores do Partido Popular (PP) batiam os atuais governistas com 37,5% dos votos, contra 27,8% do PSOE.

A distância entre conservadores e socialistas é quase duas vezes maior do que a registrada em 1995, quando José María Aznar despontava como líder da legenda e o PP conseguia sua maior vitória. Nas eleições municipais, o PSOE só conseguira bater os adversários em Asturias.

Os protestos, que, entre outras reivindicações, pediam abstenções, parecem ter surtido efeito: segundo o jornal El País, cerca de 34% dos eleitores não compareceram às urnas. Votos brancos e nulos ficaram em 2,55% e 1,69%. Entre os motivos que levaram a população, sobretudo os jovens, às ruas, está o nível de desemprego no país, hoje calculado em cinco milhões de pessoas.Nas regiões autônomas, as maiores derrotas dos socialistas aconteceram em Extremadura e Castilla e La Mancha.

Antes do anúncio oficial dos resultados, Zapatero já admitia a derrota, mas rejeitou a possibilidade de adiantar as eleições presidenciais ou suspender as primárias socialistas. Ele disse ter esperança de que as reformas econômicas encaminhadas por seu governo consolidem um “processo de recuperação” do pais.

Protestos continuam

Os manifestantes que estão concentrados na Puerta del Sol de Madri decidiram neste domingo 22 manter os protestos por ao menos mais uma semana. A decisão de ampliar a permanência é para articular melhor o movimento e tentar alcançar seus objetivos de provocar uma mudança social na Espanha.

Os jovens sugeriram estabelecer turnos para não esgotarem suas forças, caso a mobilização se prolongue demais. Outra opção seria descentralizar o movimento pelos bairros da cidade, para outros municípios e pela internet, como anunciaram os organizadores.

O cronograma foi acordado em uma assembleia geral após os pedidos públicos de diferentes comissões e grupos de trabalho.

Não existe ainda consenso sobre os rumos do movimento. Alguns defendem a permanência por tempo indeterminado na praça, outros sugerem estendê-la para bairros e municípios, outros se concentraram na Puerta del Sol todos os fins de semana. A maioria concorda em transferir o debate de forma coordenada para a internet.A assembleia ocorre enquanto milhares de cidadãos do chamado movimento 15-M continuavam neste domingo mobilizados e acampados em diversas praças da Espanha, em um dia em que ocorrem no país eleições municipais e autônomas.

As mobilizações começaram em 15 de maio na Puerta del Sol de Madri e no centro de outras cidades espanholas.

Os milhares de jovens e simpatizantes do movimento 15-M pedem, entre outras exigências, uma reforma política, a regeneração da democracia e uma mudança do sistema econômico que conduziu à grave crise econômica a qual vive a Espanha. (Opera Mundi)

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