segunda-feira, 23 de maio de 2011

Eduardo Requião depõe sobre fraude no porto neste mês


O ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) Eduardo Requião – irmão do senador e ex-governador Roberto Requião (PMDB) – deve ser ouvido pela Polícia Federal (PF) de Paranaguá, no litoral do estado, até o fim deste mês. Ele é um dos suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de US$ 5 milhões (cerca de R$ 9 milhões) na compra de uma draga em 2010 para o porto paranaense. O caso é uma das fraudes investigadas na Operação Dallas, deflagrada no fim de janeiro e que prendeu temporariamente dez pessoas, entre elas Daniel Lúcio de Oliveira Souza, outro ex-superintendente da Appa.

Quatro meses depois, Eduardo Requião e outras dez pessoas, algumas delas ligada à cúpula do governo do Paraná até o ano passado, ainda não prestaram depoimentos. Nos próximos dias, os policiais devem ouvir Luís Guilherme Mussi (ex-assessor especial de Roberto Requião), Alex Ham­­moud (empresário de Foz do Iguaçu), Gilberto Nagasawa (empresário em Londrina) e Sérgio Luiz Fernandes (advogado). Todos são investigados pela PF acusados de integrar uma quadrilha organizada para desviar o dinheiro da licitação, que só não ocorreu porque o procedimento foi cancelado pela Justiça Federal na época.

Os policiais federais já tomaram depoimento de três pessoas envolvidas no caso: Carlos Augusto Moreira Júnior (ex-chefe de gabinete de Requião no governo estadual) e duas secretárias que não tiveram os nomes divulgados. Daniel Lúcio, apontado como o articulador do esquema, informou à PF que não quer prestar informações e só irá falar em juízo.

O delegado Sérgio Luís Stinglin, responsável pelas inves­­­­­tigações, explicou que nem todos os envolvidos foram convocados a prestar informações por causa da demora na análise dos documentos apreendidos no dia da operação. O policial disse que ainda há da­­­dos sendo analisados e documentos requisitados a órgãos externos que ainda não che­­­ga­­­­­­ram. Somente de­­­­pois de ter todos os detalhes em mãos é que os depoimentos devem ocorrer.

Esquema

A Operação Dallas investiga fraudes em pelo menos três licitações do porto e o desvio de grãos no silo da Companhia Brasileira de Logística (CBL). Ao todo, mais de 30 pessoas devem ser ouvidas em quatro inquéritos. Cerca da metade do grupo de envolvidos já foi interrogada. Porém não há prazo para a PF finalizar o trabalho, segundo o delegado Stinglin.

No dia da operação, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão. Gravações telefônicas feitas pela PF revelam que Eduardo Requião seria o principal beneficiário do suposto esquema na licitação da draga. (GP)



Só para ninguém esquecer:

O CASO DOS DÓLARES DO EDUARDO REQUIÃO

O ex-superintendente dos Portos de Antonina e Paranaguá e ex-secretário do Governo do Paraná em Brasília, Eduardo Requião de Mello e Silva (irmão do ex-governador Roberto Requião) passou de vítima a investigado e deverá, nos próximos dias, apresentar à Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público, documentos que comprovem a origem dos dólares que mantinha em casa, no fundo falso de um guarda-roupa.
Eduardo informou à polícia que guardava dólares em casa, ao registrar queixa, acusando a ex-doméstica de ter furtado 180 mil dólares do esconderijo. Sob número 64/2010, foi instaurado pela promotoria um procedimento investigatório para apurar a “eventual irregularidade na origem de moeda estrangeira”, com base os autos da ação penal 2009.19751-2, em trâmite na 5.ª Vara Criminal, que se referem ao furto praticado pela doméstica.
Prazos
A promotoria determinou, entre outras coisas, o prazo de 90 dias (se necessário com prorrogação por igual período) para encerrar das investigações. Também encaminhou cópia da portaria para a Receita Federal e Delegacia de Polícia Federal, pedindo verificação se os dólares foram informados na declaração de imposto de renda do investigado (isso em, no máximo, 30 dias).
Também em 30 dias, o Tribunal de Contas deve apurar a evolução patrimonial de Eduardo Requião, “a fim de verificar eventual incompatibilidade com os recursos e disponibilidades que compõem seu patrimônio”.
Cópias dos atos de nomeação, posse, exercício, declaração de bens e exoneração das funções públicas de Eduardo, foram requeridos à Casa Civil e à Administração dos Portos de Antonina e Paranaguá, que devem providenciá-las em cinco dias.
Negativas
Por duas vezes, durante o processo que apurava o furto, a promotora e a juíza que trabalhavam no caso pediram que Eduardo Requião entregasse os documentos que comprovassem a compra legal dos dólares. Mas, ele ignorou as ordens.
O furto do dinheiro aconteceu nos primeiros meses de 2009 e, conforme Eduardo declarou à polícia, período em que ele e a família estiveram fora de casa. A doméstica, que trabalhava há quatro anos no apartamento, aproveitou para vasculhar o quarto do ex-patrão e encontrou uma mala de dinheiro, escondida no guarda-roupa.
Com os dólares furtados, ela comprou dois apartamentos, duas casas (uma no litoral), veículos e ainda presenteou a família toda com telefones celulares. Foi na festa de casamento de uma parente da doméstica, que outra funcionária de Eduardo ficou sabendo do rápido enriquecimento da mulher e comunicou os patrões.(paranaonline)

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