quarta-feira, 29 de maio de 2013

Parabéns!!! Paraná recolhe 1,2 mil toneladas de agrotóxicos proibidos

Mais de 1,2 mil toneladas de agrotóxicos proibidos no país desde a década de 1980 foram recolhidos no Paraná. A principal substância devolvida pelos agricultores do estado foi o BHC ou hexaclorobenzeno. Os defensivos fazem parte da lista dos 21 Poluentes Orgânicos Persistentes, conhecidos como POPs na lista da Convenção de Estocolmo. Pelo tratado ratificado por diversos países em 2004, diversas substâncias devem ser extintas por causar grandes males à saúde humana e ao meio ambiente.

No Paraná, pelo menos 2 mil agricultores aderiram ao programa criado pelo governo em conjunto com fabricantes de agrotóxicos e pelas representações do setor produtivo. Assim envolvendo o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Sistema Faep).

O uso intenso desses defensivos no estado ocorreu até o fim dos anos 1970, quando o Paraná era apontado como um dos principais produtores de café do país e os defensivos eram usados para evitar pragas resistentes nessas plantações. Com a geada que afetou as lavouras em 1975, queimando milhões de pés de café, os produtos excedentes ficaram guardados nos imóveis.

Estes defensivos tinham sido  proibidos em 1985, mas ainda estavam escondidos nas propriedades, como sendo usados clandestinamente por muitos produtores rurais, como é o caso do BHC. Se o agricultor declarasse a posse, teria que se responsabilizar pela disposição final do produto, que é cara e pouco conhecida. Sem solução, ele deixava aquilo na propriedade.


O recolhimento dos defensivos começou em 2009, quando os agricultores que tinham essas substâncias estocadas começaram a declarar a posse do material com a garantia de isenção de qualquer penalidade, já que as substâncias não poderiam ter sido guardadas. Mais de 2 mil agricultores e instituições declararam a existência de mais de 600 toneladas do produto inicialmente.

A partir do estabelecimento da logística para que o agricultor pudesse devolver o produto, com as cooperativas, o Governo do Estado em conjunto com entidades representativas do agronegócio foram criados armazéns temporários para receber os agrotóxicos recolhidos.

A quantidade de defensivos entregue no ano passado superou as expectativas iniciais, e a nova estimativa passou ser a retirada de mais de 1,2 mil toneladas do campo, missão que foi concluída neste mês. O projeto tirou do meio ambiente esse volume de produto que colocava em risco a questão ambiental e a saúde.

Especialistas explicam que os medicamentos e os agrotóxicos como o BHC estão entre os mais persistentes no ambiente, podendo ser absorvidos por animais em toda a cadeia alimentar e alcançar os seres humanos, provocando doenças nervosas, imunológicas, reprodutivas e câncer.

O Governo do  Estado e, conjunto com os setores produtivos 
 de São Paulo estão desenvolvendo um programa nos mesmos moldes do projeto paranaense. Mesmo ocupando uma área maior, o uso de defensivos pelos agricultores paulistas não deve superar a marca do Paraná. O bom trabalho aqui desenvolvido passou a servir como modelo.

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