terça-feira, 17 de julho de 2012

Quatro Unidades Paraná Seguro são instaladas na Cidade Industrial de Curitiba


Cerca de 1.300 agentes de segurança pública ocuparam nesta terça-feira (17/07) diversas áreas da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), o maior bairro da capital paranaense (43 quilômetros quadrados – 10% da área total da cidade), para dar início à implantação de quatro Unidades Paraná Seguro (UPS) na região. As novas unidades serão instaladas nas vilas Sabará, Verde, Nossa Senhora da Luz e Caiuá.

A CIC concentra 17% dos homicídios da capital e 9% da população curitibana. São cerca de 240 mil moradores nas diversas vilas que formam o bairro. O projeto do Governo do Estado é reforçar as ações de policiamento comunitário e assegurar acesso dos moradores da região a serviços e equipamentos públicos, em parceria com a prefeitura do município.

Para dar início à instalação das novas UPS foi realizada uma megaoperação policial a partir das 7 horas da manhã, com abordagens, ronda e bloqueio das ruas do bairro. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Participam da ação a Polícia Militar, Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil e Guarda Municipal de Curitiba.

“A entrada das UPS na Cidade Industrial de Curitiba hoje é um divisor de águas. O ingresso das forças de segurança em caráter permanente vai representar um novo momento para o bairro”, afirma o secretário de Estado da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida Cesar.

Segundo o secretário, a CIC vai contar com um Batalhão de Polícia Militar exclusivo para o bairro, em razão da grande extensão territorial e alta densidade populacional. “A presença do policial é em favor da população”, disse.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Roberson Bondaruk disse que o 23.º Batalhão foi criado, por decreto do governador Beto Richa, e deve começar a funcionar nas próximas semanas.

“Aqui moram pessoas de bem, trabalhadores, que estão acuados, com sentimento de medo com os elevados índices de criminalidade, pela presença do tráfico de drogas na região, furtos e roubos que acabam se projetando em outras regiões”, completa Almeida Cesar.

NOVAS UPS - A ação policial realizada em Curitiba faz parte do pacote de medidas do Governo do Estado que prevê, além da contratação de profissionais de segurança pública e compra de equipamentos e viaturas, a implantação de 10 UPS até o fim deste ano na capital.

A instalação das unidades é feita estrategicamente em áreas que apresentam alto índice de criminalidade, garantindo presença constante da polícia perto do cidadão. Preliminarmente, é feito um trabalho de inteligência policial, para neutralizar as ações de traficantes.

Após a primeira fase, de reforço policial e prisões de traficantes e homicidas, as bases começam a receber outros serviços públicos. São, também, passadas orientações sobre como agir em casos de violência doméstica, violência contra crianças, crianças desaparecidas e outros. O Instituto de Identificação deve ir até o local para facilitar a emissão de carteira de identidade para quem perdeu, extraviou ou precisa tirar a primeira via do documento.

PRISÕES - Nos últimos quatro meses, na fase de preparação para a UPS, uma força-tarefa instituída pelo delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius da Costa Michelotto, prendeu 37 pessoas acusadas dos crimes de tráfico de drogas e homicídios na região da CIC.

A ação cumpriu 63 mandados de busca e apreensão e identificou 55 homicidas, que agora terão seus mandados de prisão pedidos à Justiça. Também foram aprendidos 2,5 quilos de cocaína, 1,5 quilo de maconha, 1,6 quilo de crack e seis armas.

O início da implantação das UPS ocorreu em março deste ano, com a primeira unidade no bairro Uberaba, em Curitiba. Em maio, foi a vez do bairro Parolin, receber uma base. Nos dois casos, os índices de criminalidade tiveram queda expressiva, com redução de homicídios, crimes contra o patrimônio e tráfico de drogas.

“Todos os indicadores mostram queda nos crimes patrimoniais e confiança por parte da população. O único índice que cresceu no Uberaba e no Parolin nos últimos meses foi a denúncia da violência doméstica, porque as pessoas começam a ter maior grau de confiança e credibilidade em relação às instituições policiais”, informou o secretário Reinaldo de Almeida Cesar.

INTERIOR - O governo estuda áreas com maiores índices de criminalidade para expandir as UPS para o interior do Estado. No entanto, esse processo depende de ações que devem ser desenvolvidas pelos municípios. “É preciso ter o envolvimento da prefeitura. A UPS precisa ter uma profunda intervenção do governo do Estado com os municípios”, explica o secretário da Segurança Pública.

Segundo ele, vários prefeitos já manifestaram o desejo de se associarem ao projeto. “Mas é preciso ter uma contrapartida segura, a prefeitura precisa se comprometer a implantar políticas públicas que mudem o cenário local”, disse Almeida Cesar.

Ele cita como exemplos a instalação de creches e escolas municipais, regularização fundiária e iluminação pública. Segundo o secretário, entre os municípios que podem receber UPS estão Londrina, Ponta Grossa, Cascavel e Foz do Iguaçu. (AEN)

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