quinta-feira, 26 de abril de 2012

ANA DE HOLLANDA, NO SENADO, MONTA UMA VERDADEIRA OPERAÇÃO DE GUERRA EM DEFESA DO CARTEL DO ECAD



Por Carlos Henrique Machado Freitas
Considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade, sem esperar resposta – O verdadeiro ideal do artista é servir à massa do povo – O povo é, no fundo, a origem de todas as coisas belas e nobres, inclusive da boa música!” (Villa Lobos).
Com sua tradicional vestimenta ascética, Ana de Hollanda, na base do efeito físico, montou uma verdadeira operação de guerra levando não só o mago do MinC, Antonio Grassi, mas toda a papa sacerdotal para representar seu “ideal”, partindo do pressuposto da existência de um projeto de cultura para o país. Durante o período em que esteve no senado, a ministra buscou expressar todos os sofismas, com bastante orgulho, tentando passar coragem, segurança e espírito de responsabilidade com a cultura brasileira diante dos senadores contemplativos com tantos “avanços”, ditos pela ministra, avanços estes que ninguém conhece e nem poderia conhecer, pois o grande perigo da misericórdia é a história capital e a certeza palpável de absoluta indignidade que só do Cultura Viva, projeto absolutamente desprezado pela ministra, estão envolvidos mais de oito milhões de brasileiros, principalmente das camadas mais pobres da população, que não querem sequer ouvir falar no nome Ana de Hollanda
Mas sigamos em frente sem deixar de lado o aspecto anterior. Ana de Hollanda, com sua costumeira estreiteza, rasgava a própria carne em defesa do Copyright, do Ecad, do dito direito autoral para, logicamente defender o pescoço do Ecad às vésperas da votação do relatório final da CPI deste cartel, que chegou à conclusão de que tal Escritório de Arrecadação, segundo o relator do Partido dos Trabalhadores, o Senador Lindbergh Farias, de que é um combinado explosivo de interesses em favor de um cartel. E que definitivamente o Ecad tem que estar subordinado à fiscalização do Ministério da Justiça. A ministra, por sua vez, expondo-se ao ridículo, fez exatamente o que sempre faz e o que o Senador Randolfe Rodrigues, muito bem sintetizou, sobretudo na relação promíscua entre o MinC e o Ecad.
“Para Randolfe Rodrigues, o depoimento da ministra não esclareceu as relações entre as duas organizações. “Ao invés de responder ao argumento e favorecimento ao Ecad, ela preferiu atacar o argumentador. O senador acrescentou que se o Minc continuar agindo com atividades opostas às recomendações dadas pela CPI será submetido a investigações. “Por enquanto, julgo que o relatório do senador Lindbergh já um grande avanço para os direitos autorais brasileiros”, concluiu.” (Carta Capital).
Diante da ideia fixa da ministra em defender a prática cruel do Ecad contra milhares de compositores brasileiros, contra as manifestações tradicionais que lhe renderam em arrecadação um record de 24% no último balanço anual no qual a própria minuta do Escritório de Arrecadação explica que tal aumento se deu sobretudo pela arrecadação de direitos autorais em espaços públicos nas seculares manifestações espontâneas do povo brasileiro, principalmente as das comunidades tradicionais, Ana de Hollanda, em seu martírio nostálgico, fez uma verdadeira panaceia de redenção ao amor que sente pelo Ecad. É nítido que ela se sente castigada pela factualidade que o relator do próprio partido que lhe conferiu a responsabilidade da pasta, sentenciou. Então, percebendo que se tornou impossível resgatar a defesa do que é indefensável, a ministra, escravizada por sua obsessão, tentou de maneira direta e forte, intimidar os senadores.
Mas gostaria de falar do outro lado do governo Dilma e da profunda coerência que o instinto republicano de Paul Singer, Secretário Nacional de Economia Solidária, trouxe como exemplo no programa Roda Viva exibido na segunda-feira próxima passada, mostrando que os valores supremos da humanidade não podem subestimar a própria razão do futuro das comunidades tradicionais em nome do domínio absoluto dos valores aristocráticos e capitalistas. Poul Singer, como é de sua natureza superior, mostrou que a economia solidária tem que ter em sua natureza o verdadeiro sentido espiritual, ao contrário da gestão de Ana de Hollanda que pretende, com sua economia criativa fortalecer a indústria cultura, as major’s e transformar o território brasileiro, prejudicando, principalmente milhões de estudantes e o sentido das manifestações culturais brasileiras num verdadeiro campo de batalha.
Trocando em miúdos, Ana de Hollanda tentou, com seus efeitos coreográficos, impedir o apocalípse do Ecad e deu um espetáculo de horror instintivo, numa espécie de perturbação, fazendo o seu discurso mais agressivo em nome dos interesses do capital contra o povo brasileiro.

Carlos Henrique Machado é músico, compositor e bandolinista.nista.

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