terça-feira, 1 de novembro de 2011

Estudantes fazem manifestação em apoio ao deputado Marcelo Freixo

Cerca de 100 pessoas, a maioria estudantes, realizaram na manhã desta terça-feira uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) em apoio ao deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), que terá de deixar o país por causa de ameaças de morte que vem recebendo da milícia.

Os manifestantes estão com cartazes com dizeres como "Freixo vivo" e " Mais uma voz não pode ser calada". Alguns estudantes escreveram com giz no chão, em frente ao Palácio Tiradentes, os dizeres "Freixo vivo! Ainda há exilados".

Na segunda-feira, a Secretaria de Segurança informou que tomou todas as medidas necessárias ao receber as denúncias sobre supostos planos para executar o deputado. Num ofício enviado na segunda-feira ao deputado estadual Paulo Melo (PMDB), presidente da Alerj e governador em exercício, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, informou que todas as denúncias "foram verificadas e processadas". Alvo de 27 ameaças de morte - sete apenas este mês -, o deputado, que presidiu a CPI das Milícias em 2008, vai deixar o país nesta terça-feira a convite da Anistia Internacional.

Acompanhado pela família, Marcelo Freixo disse que vai participar de reuniões com representantes da organização na Europa. Por medida de segurança, o político não revelou o local onde ficará hospedado. Na tarde de segunda-feira, Freixo escreveu em seu Twitter que ficará menos de um mês no exterior: Minha saída é curta. Será apenas o período necessário para ajustes na minha segurança.

Pré-candidato pelo PSOL à prefeitura do Rio, Freixo recebeu reforço de segurança, incluindo carro blindado, segundo o presidente da Alerj. O deputado Paulo Melo (PMDB) ressaltou que atualmente Freixo é o deputado que conta com o maior aparato de proteção entre os políticos da Casa.

Freixo confirma ter recebido reforço na segurança, mas ressalta que, a partir do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto passado, as denúncias sobre planos para matá-lo ganharam maior proporção: Desde que presidi a CPI das Milícias, venho recebendo ameaças. São 27 até o momento, sendo que sete vieram à tona neste mês. Todas foram reunidas em um dossiê enviado ontem à Secretaria de Segurança Pública, ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça - disse o deputado.

Na semana passada, Freixo esteve com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para falar sobre sua segurança. Na ocasião, o ministro disponibilizou ajuda ao governo do Rio, a quem caberia garantir a proteção do parlamentar. Segundo a assessoria do ministério, a pasta só poderia agir diante de um pedido do governo estadual. Em nota, o Ministério Público estadual informou na segunda-feira ter solicitado a Beltrame, no último dia 18, o aumento da segurança do parlamentar.

Freixo espera que sua saída possa mobilizar o estado a combater as milícias: Não adianta apenas prender. É preciso tirar o braço econômico e territorial desses grupos. É verdade que os principais chefes das milícias foram presos. Mas elas continuam ganhando espaço nas zonas Oeste e Norte, onde faturam alto com a venda de proteção, exploração de "gatonet" (TV a cabo clandestina), cobrança de ágio na venda de gás e de pedágio ao transporte alternativo.

Em 9 de outubro, O GLOBO revelou a descoberta de um plano em que um ex-cabo da PM que fugiu do Batalhão Especial Prisional (BEP) em setembro passado estaria articulando a execução do deputado. Ligado a um grupo paramilitar de Campo Grande, Carlos Ary Ribeiro, o Carlão, receberia R$ 400 mil para matar Freixo. De acordo com documento reservado da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança, o ex-PM já teria feito um levantamento da rotina do político, inclusive dos horários em que ele dispensa a segurança da Alerj. (AE)

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