Ambientalistas e a direção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) se posicionam contra o funcionamento da estrada. Um dos argumentos, além do risco de proteção ao parque, é a ameaça da Unesco em retirar o título de Patrimônio Natural da Humanidade, concedido em 1986 para a reserva. O projeto de lei 7.123/2010 apresentado pelo deputado federal Assis do Couto (PT) propõe a criação de uma Estrada-Parque para promover a educação ambiental, o turismo ecológico e rural. A proposta inclui estudo prévio de impacto ambiental, instalação de guaritas para controle de pessoas e veículos e sistemas para facilitar a circulação de animais. “É um assunto que não está esquecido e o pessoal está motivado a discuti-lo. Quando se fechou a estrada o que se perdeu de mais importante foi a esperança”, diz o prefeito de Capanema, Milton Kafer (PMDB). O prefeito sustenta que há uma posição em defesa do meio ambiente para que, em uma eventual abertura, não se permita a circulação de cargas vivas e perigosas na estrada. Também argumenta que a decisão da Justiça pelo fechamento foi fundamentada em um plano de manejo elaborado por técnicos que não discutiram o assunto com a população. Após o primeiro fechamento oficial da estrada, em 1986, a população de Capanema, que era de aproximadamente 29 mil habitantes, teve uma significativa redução, chegando hoje a 18,6 mil. Em Serranopólis do Iguaçu, comerciantes que conviveram com a estrada aberta entre 1997 e 2001 registraram um salto no movimento comercial. “Nessa época meu movimento aumentou até 60%”, diz Edvige Marsaro, 41 anos, proprietária de uma panificadora. Estrada-parque O biólogo e presidente do Instituto de Estudos Ambientais Mater Natura Paulo Pizzi diz que o projeto da Estrada-Parque proposto pelos parlamentares é uma tentativa de burlar a decisão judicial que mantém a estrada fechada. Ele argumenta que a figura da estrada-parque não existe no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc) – cujo papel é ordenar áreas protegidas. “Isso me parece um subterfúgio que costuma vir à tona em épocas próximas às eleições”, diz. Desinformados, motoristas ainda procuram trecho Quem circula próximo ao Caminho do Colono tem dificuldade para ver o que sobrou do antigo trecho por onde passavam mais de 300 veículos diariamente entre 1997 e 2001. O mato tomou conta da via e o que restou foram picadas. Mesmo fechada, a estrada ainda é procurada por motoristas, relatam moradores vizinhos ao parque. São estrangeiros ou turistas brasileiros que não têm costume de passar pela região, mas localizam a estrada por meio de GPS. “O equipamento indica a existência de uma estrada de terra. As pessoas vêm e precisam voltar”, diz a agricultura Celi Lopes, 45, que tem uma casa a 20 metros da entrada do parque em Serranópolis do Iguaçu, uma das pontas do antigo trecho. Sem a estrada aberta, os motoristas que vão do Oeste ao Sudoeste precisam transitar 190 quilômetros a mais, passando próximo a Cascavel. Outro agricultor de Serranópolis, que mora há 18 anos na divisa com o parque, Giovani Achtenberng, 39 anos, diz que o local hoje é bem tranquilo, diferentemente da época em que a via estava aberta. Ela conta que nos últimos meses foi intensificado o patrulhamento da Polícia Militar e Polícia Ambiental na região. Ao contrário de outros moradores de Serranópolis, Achtenberng se diz indiferente quanto à reabertura da estrada até porque aprecia a calmaria com o caminho fechado. O entorno da antiga estrada é fiscalizado pela Polícia Ambiental e por fiscais do Instituto Chico de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) – responsável pela administração do Parque Nacional do Iguaçu. A estrada teria sido criada na década de 20, na época da Coluna Prestes. Posteriormente foi utilizada pelos colonizadores. (GP)
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Estrada do Colono tem velho dilema reavivado
quarta-feira, novembro 30, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
1 comentários :
Sou completamente contra a reabertura da estrada. Esta estrada com certeza acarretará um impacto muito grande à fauna e à flora da região, mesmo sendo uma estrada-parque. As espécies nativas que estão no Parque merecem nosso respeito. Nossos animais já estão muito confinados em pouquíssimas áreas de preservação em nosso país.
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