A Gazeta do Povo ouviu pais e escolas para saber o valor dos reajustes e conseguiu o índice de dez instituições – quase metade dos aumentos foi informada pelas famílias e não confirmada pelos colégios (veja no quadro). A média de reajuste das escolas é de 9,1%, 0,8 pontos porcentuais acima da inflação oficial na capital. O maior aumento foi verificado no Colégio Medianeira, onde a mensalidade será reajustada em 10,6% no ano que vem. Já o menor reajuste foi encontrado no Colégio Erasto Gaertner, onde o valor pago por mês para um aluno no 7.º ano, segundo uma mãe, vai passar de R$ 511 para R$ 544 – aumento de 6,45%, abaixo da inflação. De acordo com o diretor financeiro e administrativo do Colégio Medianeira, Gilberto Vizini Vieira, o reajuste contempla a planilha de custos da escola com a folha de pagamento e investimentos. “Além disso, vemos o que está sendo cobrado no mercado; não adianta um reajuste ser muito alto, porque prejudica a escola”, explica Vieira. O Colégio Erasto Gaertner não retornou a ligação. As justificativas informadas à reportagem para os aumentos das escolas são os custos dos serviços educacionais e o investimento na infraestrutura das unidades. A filha da arquiteta Luciana Sans de Menezes, Laura, vai para o 5.º ano do Colégio Sion. Hoje, para o 4.º ano, ela paga por mês R$ 708,30, e passará a pagar em 2012 R$ 775,58 – aumento de 9,5%. “Eu acho que o reajuste está de acordo com que o que verificamos. Eu gosto do corpo técnico da escola e percebo melhorias constantes no colégio. O índice está dentro do que estamos acompanhando”, avalia Luciana. “Tiro no pé” Entretanto, para o economista do Dieese-PR Sandro Silva, como o reajuste é anunciado ao mesmo tempo pelas escolas, a concorrência fica prejudicada. “Além disso, investimento não pode ser justificativa para o aumento, tendo em vista que este é um risco do capital. Esses reajustes só são aceitos porque ainda há alta na renda dos trabalhadores, mas, caso a economia do país cresça menos, é possível que muitos pais tenham de tirar os filhos das escolas. Pode ser um tiro no pé”, analisa Silva. O presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), Ademar Pereira, explica que não há uma recomendação única sobre o reajuste das escolas. “O Sinepe não interfere; cada escola tem sua política de reajuste e sabe o que o aumento representa. Nós não temos levantamento de quanto cada escola deve repassar”, salienta Pereira. A coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, explica que a lei que trata do assunto não limita os reajustes, mas observa que as correções precisam ser divulgadas com antecedência mínima de 45 dias. “O aumento precisa ser justificado e as escolas devem fornecer explicações. Caso contrário, os pais podem buscar os órgãos de defesa do consumidor”, ressalta. (GP)
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Mensalidades escolares para 2012 sobem acima da inflação
segunda-feira, outubro 31, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
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