As tensas relações dos EUA com o Afeganistão sofreram um golpe duro neste domingo, 10, após o presidente afegão, Hamid Karzai, afirmar que o Talibã está matando civis afegãos “a serviço dos EUA”.
A declaração foi feita em um discurso televisionado horas antes de um encontro entre Karzai e o novo secretário norte-americano de Defesa, Chuck Hagel, para discutir as operações militares dos EUA no país.
Recursos afegãos
O encontro entre Karzai e Hagel aconteceu um dia após supostos homens-bomba do Talibã matarem pelo menos 18 pessoas no Ministério da Defesa, em Cabul, e na província de Khost, no leste do país.
Em seu discurso, o presidente afegão disse também que os EUA não querem deixar o país no final de 2014, quando expira a coalizão da ONU, porque cobiçam os recursos afegãos. Ainda segundo Karzai, os EUA estão em negociação com líderes talibãs.
“O Talibã mantém conversas diárias com os EUA, mas em Cabul e Khost eles detonam bombas para mostrar sua força aos EUA [...] As bombas que explodiram em Cabul e Khost no sábado não foram uma demonstração de força aos EUA, mas a serviço dos EUA”, afirmou Karzai.
O general norte-americano Joseph Dunford, que assumiu o comando das forças de coalizão no país no mês passado, disse que as acusações de Karzai são “categoricamente falsas”.
Entrevista coletiva cancelada
O discurso do presidente afegão surpreendeu as autoridades norte-americanas. Os EUA esperavam utilizar a visita de Hagel para reforçar as frágeis relações com Hamid Karzai.
Embora a programação seja de que a maioria dos 66 mil soldados norte-americanos no Afeganistão volte para casa no próximo ano, os EUA planejam deixar no país uma força consultiva e de combate ao terrorismo para apoiar o governo afegão depois de 2014.
Após o discurso de Karzai, Hagel cancelou uma entrevista coletiva conjunta com o presidente afegão que aconteceria no palácio presidencial. Autoridades norte-americanas disseram que o evento foi cancelado por questões de segurança. ( Wall Street Journal )
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