segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Faleceu Dom Ladislau Biernarki, o bispo dos excluídos. Ele foi um dos principais articuladores nacionais da Via Campesina e da Economia Solidária

UMA GRANDE PERDA!

Morreu no final da manhã desta segunda-feira (13), o bispo de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, dom Ladislau Biernaski, 74 anos. Ele estava internado há pouco mais de uma semana por conta de um câncer e veio a óbito devido à falência múltipla dos órgãos.

Ele será velado às 9h de quarta-feira (15), na Catedral de São José dos Pinhais. A cerimônia será presidida pelo arcebispo de Curitiba, dom Moacyr José Vitti.

O corpo do bispo será velado a partir das 19h desta segunda, na Catedral de São José dos Pinhais. O sepultamento será na quarta-feira (15), no interior da própria Catedral, após missa celebrada pelo arcebispo de Curitiba (PR), Dom Moacyr José Vitti, a qual começa as 9h. A Catedral fica na Praça 8 de janeiro, no centro do município.

Nascido em 1937 em Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba, dom Ladislau teve sua ordenação presbiteral no dia 6 de julho de 1963. Ele foi ordenado bispo em 27 me maio de 1979, em Roma, Itália.

Na vida religiosa e social, Dom Ladislau, ligado a Teologia da Libertação, foi bispo auxiliar de Curitiba de 1979 a 2006, sendo posteriormente ordenado bispo de São José dos Pinhais. Ele também foi responsável por diversas pastorais sociais no Brasil, respondendo pela direção da Pastoral Operária, Comissão Pastoral da Terra (CPT), onde foi vice-presidente de 1997 a 2003 e depois respondeu pela presidência, como também dirigiu a Pastoral Carcerária (1979) e a Pastoral do Menor (1988).

Em sua larga atuação no Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi membro da presidência em 1999 e secretário executivo em 2007.

A ação de Dom Ladslau Biernaski:

3/6/2009

CPT Paraná divulga dados dos conflitos no campo 2008

03/06/2009 - A Comissão Pastoral da Terra (CPT) promoveu entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (03/06), com Rogério Nunes da Silva, membro da coordenação estadual, e Dom Ladislau Biernaski, bispo de São José dos Pinhais e atual presidente da CPT. Os dados divulgados mostram queda no número de conflitos no campo no Paraná em 2008. Esta queda, segundo os entrevistados, reflete a diminuição do número de ocupações no Estado em 2008. A Comissão Pastoral da Terra acompanha, desde sua criação em 1975, os conflitos no campo brasileiro por meio de sua rede de agentes de base e jornais, desenvolvendo um trabalho de documentação com o objetivo de fazer um registro diário dos conflitos de terra, especialmente nos casos de violência que envolvem posseiros, sem terra, ribeirinhos e trabalhadores rurais. Como forma de denunciar esta realidade, todos os anos estes dados são sistematizados e publicados na obra Conflitos no Campo, que em 2002 foi reconhecida como publicação científica pelo Instituto Brasileiro de Informação e Ciência e Tecnologia (IBICT). A CPT, com este trabalho, tornou-se a única entidade a realizar tão ampla pesquisa da questão agrária em escala nacional. Dados no Paraná: No ano passado foram registrados 54 conflitos no campo no Estado, envolvendo 23.466 pessoas, contra 89 conflitos, envolvendo 36.683 em 2007 . Os números de 2008 fazem do Paraná 7 º nos números dos conflitos no campo em 2008 (atrás do PA, MA, SP, BA e PE, TO). Em 2008 foram registrados 39 conflitos por terra (que é o registro das ocupações, acampamentos e violência contra a ocupação e a posse). Estes números fazem do Paraná o 7 º nos números dos conflitos por terra no País. A não efetivação de uma política de Reforma Agrária continua a refletir na queda no número de ocupações no Brasil e no Estado: em 2008 foram registradas 14 ocupações, em 2007, 17 e, em 2006, 25. Desde 2001 e 2002 (período dos governos Lerner e FHC, que se caracterizam por orquestrar uma grande repressão dos movimentos sociais) a CPT não registrava um número tão pequeno de ocupações no Estado. O Paraná é o 6º no número de ocupações (atrás de PE, SP, BA, AL, PA) Números de trabalhadores libertados em situação de escravidão cresce 200% no Paraná O Relatório de Conflitos no Campo mostra o crescimento assustador no número de trabalhadores libertados em situação de escravidão no Paraná em 2008. No ano passado foram registrados 13 casos de trabalho escravo no Estado, contra os 5 casos registrados em 2007. Ao todo, 391 trabalhadores foram libertados em situação de escravidão, um aumento de 200% se comparado aos números de 2007 (130 trabalhadores). Nos casos de superexploração o Paraná ocupou o 1º lugar em 2008, com 1200 trabalhadores envolvidos. O aumento dos casos de trabalho escravo e de superexploração no Paraná está relacionado à vertiginosa expansão do agronegócio da cana e da celulose no Estado. A área de cana plantada cresceu 36 % nos últimos quatro anos. Dados da CPT revelam crescimento de 200% no número de trabalhadores presos no Paraná Os trabalhadores continuam sofrendo com a repressão da polícia militar, do poder judiciário e do executivo paranaense. Em 2008 o número de trabalhadores(as) presos aumentou 200%, saltando de 11 trabalhadores(as) presos em 2007 para 33 em 2008, perdendo somente para os Estados do PA e MG. Em 2008 foram despejadas a mando do poder judiciário no Estado 648 famílias. Este dado faz do Paraná o 5º no número de famílias despejadas (atrás PA, RS, BA, ES)2 e o 6° em famílias expulsas. Os números revelam que apesar do contexto de queda no número de conflitos no campo em 2008, a criminalização dos movimentos sociais continua a desempenhar um papel estruturante na repressão dos trabalhadores(as) no Paraná. Milícias armadas continuam a assassinar trabalhadores no Paraná A violência privada dos fazendeiros resultou no assassinato de mais um trabalhador em 2008. No dia 30 de março foi assassinado em Ortigueira, no assentamento Libertação Camponesa, o trabalhador Eli Dallemole, 42 anos. Eli foi executado por dois homens encapuzados que invadiram sua casa e o mataram na frente da sua família. O trabalhador vinha sendo ameaçado de morte há mais de dois anos, mas as ameaças aumentaram após o ataque de um grupo de milícias armadas ao acampamento Terra Livre, na fazenda Copramil, em Ortigueira (próximo ao pedágio da BR 376), no dia 08 de março de 2008. Cabe lembrar que as famílias Sem Terra e as organizações de Direitos Humanos já vinham denunciando a atuação de milícias armadas na região. A análise dos conflitos no campo no Paraná nos últimos anos comprova que os casos de assassinatos de trabalhadores no Estado está diretamente ligado a intensificação da atuação das milícias armadas nos últimos três anos. Os dados de 2008 revelam ainda que as milícias armadas escondidas sob a fachada de empresas de segurança no Paraná, continuam a atuar livremente no Paraná. No ano passado 855 famílias foram ameaçadas e intimidadas pelos grupos armados a serviço do latifúndio. Estes dados fazem do Paraná o 3 o no número de famílias vítimas violentadas pelas milícias armadas. O número de trabalhadores(as) que foram vítimas de tentativa de assassinato aumentou pelo terceiro ano consecutivo no Estado. Foram 6 casos em 2008, 5 em 2007 e 3 em 2006. Esses dados revelam que apesar do contexto de queda nos conflitos no campo no Paraná, os grupos armados a serviço do latifúndio e do agronegócio continuam a intimidar a luta dos movimentos sociais e das lideranças dos trabalhadores. Infelizmente a ação do poder público tem sido tardia, em via de regra ocorre quando a situação de violência (previsível pelas inúmeras denúncias apresentadas) já ocorreu. Paraná é o estado com o maior número de manifestações no Brasil O relatório de conflitos no campo mostra que a mobilização e a organização dos trabalhadores tem sido um importante instrumento de enfretamento da violência no campo no Estado. Em 2008 o Paraná registrou o maior número de manifestações no Brasil. Ao todo, foram 73 mobilizações de trabalhadores que envolveram 30.114 pessoas. Outras informações no Brasil Em 2008 foi registrado o maior número de casos denunciados de trabalho escravo no Brasil. O número passou de 265 casos em 2007 para 280 em 2008, um crescimento de 5,6%. Já o número de pessoas libertadas alcançou o segundo maior índice. Foram 5.266 em 2008, 708 libertações a menos que em 2007. O Paraná está em quinto lugar no ranking dos estados com maior número de pessoas libertadas, com 391 casos. O maior número de trabalhadores libertados o foi no setor sucro-alcooleiro com 2553 pessoas, 48% do total. Contudo, as denúncias apresentam maior índice na pecuária, com 134 casos que junto com o desmatamento (7 casos) correspondem a 51% das ocorrências. Além disso, 2008 foi o ano em que mais foram realizadas ações de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Fonte: Caderno Conflitos no Campo Brasil 2008 Assessoria de comunicação da CPT Paraná

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