domingo, 20 de novembro de 2011

A CRIMINOSA AÇÃO DA CHEVRON CONTINUA: Mancha de óleo pode alcançar o litoral fluminense em três dias

Ao invés de recolher o combustível poluente, a petrolífera vem jogando areia sobre o óleo derramado para afundá-lo

A mancha de óleo na Bacia de Campos pode alcançar a costa nos próximos tres dias, disse nesta sexta-feira, 18, o delegado da Policia Federal Fábio Scliar, responsável pelo inquérito sobre o vazamento na plataforma da Chevron. Segundo Scliar, a preocupação nos próximos dias é que a mudança de tempo leve a mancha em direção à costa fluminense. O vazamento está a cerca de 120 km do litoral.

O acidente em alto-mar é o primeiro na costa brasileira e ocorre justamente no principal polo produtor de petróleo do país, a Bacia de Campos no estado do Rio de Janeiro, a mesma região onde estão as reservas do pré-sal.

Alem dos esforços de contenção do vazamento, a Chevron vem sendo criticada pelo uso da técnica de dispersão mecânica para a limpeza do óleo no mar. Ao invés de recolher o combustível poluente, a petrolífera vem jogando areia sobre o óleo derramado para afundá-lo. A quantidade de óleo derramado pode chegar a dezesseis mil litros por dia.

Nesta sexta-feira, 18, o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc constatou, ao sobrevoar a mancha no Campo do Frade, que seis navios faziam o trabalho de “jateamento de areia sobre o óleo”.

Para o oceanógrafo da UERJ David Zee, nomeado perito pela Polícia Federal para acompanhar a investigação sobre o vazamento, a estratégia de jogar areia sobre o petróleo visa apenas a empurrá-lo de vista, empurrando também o custo ambiental do vazamento para a natureza.

Embora o recolhimento mecânico do petróleo conste no Plano de Emergência da empresa, a técnica não está sendo adotada. Zee especula que talvez a empresa considere mais vantajoso pagar a multa pelo vazamento do que retirar o óleo do mar.

No Brasil, a multa máxima que pode ser aplicada por vazamentos é de R$50 milhões. O valor da multa brasileira é muito abaixo da multa estipulada pela Justiça do Equador, por exemplo, que puniu a mesma empresa este ano em R$ 13 bilhões pela poluição com óleo em uma área de Floresta Amazônica. O vazamento no Golfo do México na plataforma da British Petroleum custou à petrolífera britânica mais de US$ 40 bilhões no ano passado.

A Chevron iniciou o processo de fechamento do poço na última quarta-feira 16, e embora tenha anunciado uma redução no vazamento durante a semana, ainda não há previsão de quando cessará o derramamento. A fenda aberta durante a perfuração do poço chega a 300 metros de largura. (ON)

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