segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Universidade Federal de Minas Gerais: Estudo aponta que genoma dos brasileiros é sobretudo europeu

Um estudo de investigadores brasileiros vem apontar que a população do país não é geneticamente tão diversificada como se poderia supor e tem uma ascendência genómica que é sobretudo europeia.

O resultado da investigação, publicado na revista PLoS One (em inglês), estima que, consoante a região, entre 60,6 por cento (no nordeste) e 77,7 (no sul) do genoma dos brasileiros é de origem europeia, com o resto distribuído entre origem africana e dos índios nativos.


Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, citado no estudo, 48,4 por cento dos brasileiros auto-classificaram-se como brancos, 43,8 por cento como pardos (é o termo oficial encontrado pelas autoridades para abranger designações como “mulatos” e “morenos”) e 6,8 por cento disseram serem negros, num total que é de quase 100 por cento (apenas 0,3 por cento se classificaram como indígenas).

Os investigadores analisaram 934 indivíduos, em quatro regiões diferentes. A conclusão, argumentam, sugere que “as populações das diferentes regiões do Brasil são ancestralmente mais semelhantes do que se pensava”. As diferenças entre brancos, negros e mulatos feita pela população, explicam os cientistas, baseia-se em alguns critérios de observação subjectiva (como a cor da pele), que não corresponde necessariamente a uma grande diversidade genética.

O estudo, coordenado por um professor da Universidade Federal de Minais Gerais, avança com uma possível explicação histórica: "Propomos que a imigração de seis milhões de europeus para o Brasil nos séculos XIX e XX – um fenómeno feito com a intenção de 'branquemento do Brasil' – é em grande parte responsável por dissipar as diferenças ancestrais que reflectiam as histórias da população de cada região específica".

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