Senador Gim Argello (PTB-DF), relator do Orçamento da União, de R$ 1,3 trilhão em 2011
AE
Pelo menos R$ 3 milhões dos cofres do governo federal caíram desde abril na conta de um jardineiro e um mecânico. Eles são laranjas num esquema organizado por institutos fantasmas que superfaturam eventos culturais, fraudam prestações de contas e repassam dinheiro para empresas de fachada. Parte desse esquema é sustentada por emendas e lobby explícito, por escrito aos ministérios, de quem hoje elabora o projeto do Orçamento da União de 2011: o senador Gim Argello (PTB-DF).
Investigação feita pelo Estado mostra que, desses R$ 3 milhões, ao menos R$ 1,4 milhão foi repassado para institutos fantasmas por meio de emendas individuais de Gim Argello no Orçamento. E, logo depois, o dinheiro foi repassado para a conta de uma empresa que tem um jardineiro e um mecânico como donos – tudo sem licitação.
A reportagem rastreou um roteiro fraudulento complexo, que envolve entidades de fachada e laranjas. Inicialmente, o parlamentar apresenta uma emenda ao Orçamento que reserva recursos públicos para promover shows ou eventos culturais. Ele apresenta, além da emenda, uma carta ao ministro da pasta. O dinheiro é destinado a um instituto fantasma. O suposto instituto, em seguida, repassa recursos para uma empresa de promoção de eventos ou marketing, com endereço falso e em nome de laranja. As emendas constam em rubricas dos Ministérios do Turismo e da Cultura, que não fazem a checagem presencial da prestação de contas do serviço, nem verificam a atuação do instituto e da empresa subcontratada.
QUEM É ELE:
Paulista de São Vicente, Gim Argello, de 48 anos, ganhou fama pela discrição e habilidade política dentro Congresso. Chegou ao Senado sem um voto sequer. Era suplente de Joaquim Roriz, que renunciou em 2007 em meio ao famoso escândalo da bezerra.
Ex-deputado distrital e ex-corretor de imóveis, Gim virou líder do PTB na Casa. Aproximou-se de Renan Calheiros (PMDB-AL) e do presidente José Sarney (PMDB-AP). Ganhou passe livre dentro do Palácio do Planalto.
O senador construiu um patrimônio milionário nos últimos anos. Em 2006, Gim declarou bens no valor de R$ 805 mil à Justiça Eleitoral.
Quatro anos depois, vive numa casa de 873 metros quadrados, na Península dos Ministros, avaliada em, pelo menos, R$ 6 milhões. Seus filhos viraram neo-empresários na cidade. Sua mulher é sócia da agência de franquia dos Correios (ECT) mais rentável do Distrito Federal. Fatura R$ 100 milhões por ano.
COMO FUNCIONA O ESQUEMA FRAUDULENTO:
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Relator do Orçamento da União faz lobby para esquema fraudulento ao distribuir verba 1,3 trilhão
segunda-feira, dezembro 06, 2010
Molina com muita prosa & muitos versos
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