segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Cem milhões de brasileiros vivem sem coleta de esgoto


O principal problema ambiental do Brasil atualmente é a falta de coleta e tratamento de esgoto. Em nosso país 57% da população ainda não têm acesso a esgoto tratado e 19% não contam com o abastecimento de água.

Aproximadamente 100 milhões de brasileiros vivem sem coleta de esgoto. Do esgoto coletado, o Brasil trata apenas 10%. O resto vai direto para os rios.

A prioridade ambiental do país deveria ser o saneamento básico em áreas urbanas e rurais, principalmente na Amazônia e no Nordeste. A ampliação do saneamento básico além de melhorar de forma imediata a qualidade de vida da população levaria a uma recuperação dos rios e do litoral, de seus peixes, da flora e da fauna.

Por ano 217 mil trabalhadores precisaram se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados a falta de saneamento. A cada afastamento perde-se 17 horas de trabalho em média. A probabilidade de uma pessoa com acesso a rede de esgoto faltar as suas atividades por diarréia é 19,2% menor que uma pessoa que não tem acesso à rede. Considerando o valor médio da hora de trabalho no País de R$ 5,70 e apenas os afastamentos provocados apenas pela falta de saneamento básico, os custos chegam a R$ 238 milhões por ano em horas-pagas e não trabalhadas.

Por outro lado, ao ter acesso à rede de esgoto, um trabalhador aumenta sua produtividade em 13,3% permitindo assim o crescimento de sua renda na mesma proporção. A estimativa é que a massa de salários, que hoje gira em torno de R$ 1,1 trilhão, se eleve em 3,8%, provocando um aumento na renda de R$ 41,5 bilhões por ano.

Em 2009, de acordo com o Datasus, dos 462 mil pacientes internados por infecções gastrointestinais,em grande parte crianças, 2.101 morreram nos hospitais. Cada internação custa, em média, R$ 350,00. Com a universalização do acesso a rede de esgoto teríamos uma economia de R$ 745 milhões em internações ao longo dos anos. Com o acesso universal ao saneamento, haveria uma redução de 25% no número de internações e de 65% na mortalidade, ou seja, 1.277 vidas seriam salvas.

A universalização do acesso à rede de esgoto pode ainda proporcionar uma valorização média de até 18% no valor dos imóveis. O trabalho adianta que os avanços na qualificação do espaço urbano provocados pelos investimentos em infraestrutura implicam a valorização dos imóveis principalmente nos pertencentes às famílias de menor rendimento, cuja moradia é quase que exclusivamente o único patrimônio.

Fonte: Estudo Sobre os Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento Brasileiro (FGV/Instituto Trata Brasil)

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