terça-feira, 13 de julho de 2010

Do blog da Ruth Bolognese - Álvaro Dias: ser ou não ser

Álvaro Dias: ser ou não ser

De sexta-feira para cá o senador Álvaro Dias, PSDB, vem falando à imprensa do Paraná para explicar a posição dele nas eleições 2010. Explica o senador que, por ser irmão do candidato Osmar Dias, PDT, não irá participar da campanha do candidato Beto Richa, também do PSDB. E por ser do PSDB não irá participar da campanha do próprio irmão, em respeito aos laços fraternos que os une.

Soa simpático, mas trata-se de um raciocínio torto, equivocado e, até para espanto de quem sempre a defendeu com unhas e dentes, contra a própria democracia.


Voto e delegação

Em primeiro lugar, o senador Álvaro Dias recebeu os votos dos paranaenses para representá-los junto à Federação e, acima de tudo, para se posicionar (sempre a favor das teses do Estado), clara e objetivamente. É a primeira e mais honrada função que o ilustre senador recebeu, e nenhum eleitor, no caso, votou em Álvaro Dias para que ficasse sem ação nenhuma diante da candidatura de um irmão de outro partido.

Em segundo lugar, o senador Álvaro Dias recebeu do seu próprio partido, o PSDB, a delegação para defender suas teses, trabalhar para implantá-las e, assim, conquistar mais e mais espaços políticos junto à Federação. Também aqui, ninguém delegou ao senador tal poder para que se abstenha numa eleição onde o irmão é candidato de outro partido.


Sem função

Quando se declara sem qualquer posição política no Paraná, o senador Álvaro Dias despreza seu ofício fundamental, decisivo para o embate democrático, o de tomar posição. Como senador, torna-se inútil para o Estado que o elegeu. E como irmão, joga para o beleléu a tão propalada fraternidade do sangue familiar.

Como diz a Bíblia, os mornos de espírito, os que não são nem fogo, nem água, estes não verão o reino do Senhor.

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