terça-feira, 24 de abril de 2012

DELTA: Obra do DNIT na BR-163, rodovia que corta o Paraná , sob suspeita de superfaturamento


Ailton Santos/O Paraná
Obra iniciou em julho de 2011 e só vai acabar em julho de 2013 

Rondon - A Delta Construções, que está sendo investigada por suspeita em fraudes de crimes licitatórios e superfaturamento de obras em alguns estados brasileiros, vai receber até julho de 2013 R$ 115 milhões do Ministério dos Transportes pela execução de melhorias em uma rodovia administrada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) na região Oeste, na BR-163 entre Marechal Cândido Rondon e Guaíra.
As investigações geram suspeitas também nos serviços que estão sendo feitos pela Delta no trecho de 63 quilômetros. Segundo o Dnit, esses recursos são empregados na substituição do pavimento, implantação de acostamentos em 45 quilômetros, 12,7 quilômetros de terceiras-faixas, duplicação de 5,4 quilômetros e adequação/construção de três interseções no segmento.
Ocorre que o valor que vai ser pago por isso daria para duplicar, por exemplo, 46 dos 90 quilômetros da BR-277 entre Medianeira e Cascavel, obra orçada em R$ 2,5 milhões por quilômetro. Transferido à BR-163 e considerando esse mesmo valor, seria possível duplicar 73% do percurso entre Rondon e Guaíra. Considerando custos do percurso que de fato será duplicado ainda restariam para os demais serviços mais de R$ 100 milhões.
O montante é de R$ 45 milhões a mais do que o utilizado para a duplicação de toda a BR-467 entre Cascavel e Toledo, que custou cerca de R$ 70 milhões. Para recuperar aproximadamente 65 quilômetros da BR-163 entre Cascavel e Capitão Leônidas Marques, a mesma construtora está recebendo da União, em outro processo licitatório, R$ 5,4 milhões.
Considerando as acusações contra a empresa de Carlos Cachoeira, o volume financeiro destinado a essa obra e comparação feita com outras, o Observatório Social do Paraná vai pedir explicações. Na próxima semana, o órgão solicitará formalmente informações ao Ministério dos Transportes e à Superintendência Regional do Dnit  no Paraná. “Sabemos que existe uma CPI tramitando no Congresso sobre esse assunto, mas cada órgão fiscalizador deveria acompanhar como estão as obras em cada uma das regiões e é o que vamos fazer no Paraná, nesse trecho em específico”, conta o presidente do Observatório Social do Paraná, Sir Carvalho.
O presidente do Observatório reforça que isso não é uma acusação contra a Delta e ao processo licitatório, mas de todo modo o Ministério Público Federal será acionado. “Não sabemos as condições geográficas dessa região para a realização das obras, mas é por isso que vamos pedir informações”, reforça Carvalho.

Possível paralisação

Na BR-163 as máquinas estão em pleno vapor e têm mais 14 meses para concluir os serviços, mas a situação gera dúvidas na região. Na semana passada, o consórcio que realiza as reformas no Maracanã afirmou que a Delta estava deixando o grupo. A informação não foi confirmada pela empresa. A Delta foi questionada por O Paraná sobre os riscos de interrupção de outras obras, caso ela decida de fato abandonar os serviços no maior estádio do País, e a resposta da assessoria de imprensa foi a seguinte:  “A Delta Construção não comentará a apuração da repórter. A determinação da empresa é concentrar seus esforços na defesa de seu nome, de sua reputação e de sua história”.

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