sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Grupos de extermínio podem ter atuado durante greve da PM na Bahia

O assassinato de cinco moradores de rua da capital baiana durante a greve da PM, fez a Polícia Civil priorizar as investigações das mortes com indícios de extermínio durante a duração da paralisação. Quatro foram mortos, no bairro do Imbuí - próximo à Avenida Paralela, via expressa que liga o aeroporto ao centro - e uma mulher, na Praça da Piedade, centro de Salvador.

Ninguém foi preso como autor dos assassinatos. Embora a polícia trabalhe com a hipótese de que esses crimes teriam sido praticados por seguranças clandestinos contratados por comerciantes vítimas de pequenos furtos, a Secretaria de Segurança Pública e o Ministério Público têm investigado a participação de policiais nesses crimes.

O grupo é acusado de eliminar os que "incomodavam" pessoas de alto poder aquisitivo ligados ao bando no município de Pojuca. Um desses "incômodos" seria o traficante Marcos José dos Santos Barbosa, assassinado em 2009 pelo bando, afirmam as autoridades.A última grande operação contra a atuação dos grupos de extermínio ocorreu em abril do ano passado e resultou na prisão de sete pessoas, entre as quais um delegado de polícia. Batizada de "Pojuca" a operação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público baiano (Gaeco/MP-BA) e Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil prendeu o delegado do município de Gandu, Madson Santos de Barros, o soldado PM Manoel Santos de Jesus, o ex-carcereiro Milton de Jesus e os ex-agentes de proteção da infância Edmilson Ferreira Ramalho, Jimi Carlos Jardim, José Sérgio dos Santos de Jesus, João Batista Neto e Paulo César Góes Dias.

Inquérito

Em janeiro do ano passado a Procuradoria da República na Bahia (PR-BA) resolveu instaurar um inquérito civil público para investigar a atuação de grupos de extermínio no Estado, com suspeita de envolvimento de policiais militares. O procurador Domênico D'Andrea Neto, responsável pela investigação, cobra explicações aos órgãos estaduais de defesa dos direitos humanos sobre as providências que vêm sendo implantadas para impedir a execução de jovens, principalmente negros, pelos "esquadrões da morte". O inquérito ainda está em andamento.

Embora a Bahia não tenha estatísticas oficiais sobre crimes cometidos por grupos de extermínio no estado, entidades do Movimento Negro denunciam que as vítimas são quase sempre afrodescendentes e que a matança de jovens negros é promovida por integrantes de esquadrões da morte. (AG)


Sargento da PM é preso acusado de fazer parte de grupo de extermínio em Salvador


O sargento da Polícia Militar da Bahia, Ricardo Lopes de Castro, lotado na Companhia Independente (CIPM) de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), foi preso nesta sexta-feira (30) acusado de fazer parte de um grupo de extermínio liderado por Gilson Ferreira Carneiro. “Gilson Miseravão”, como era conhecido, agia nos bairros soteropolitanos de Luís Anselmo, Vale de Matatu, Baixa de Tubo e Cosme de Farias. Ele foi preso no último dia 24 de novembro, em Candeias. Também conhecido como o “Exterminador de Brotas”, Miseravão é apontado como autor de mais de 35 homicídios na região. De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), responsável pela as investigações, a mando de Gilson Miseravão, o sargento Castro e o soldado Gleidston Rodrigues dos Santos, o “Cebolinha”, sequestraram, extorquiram e mataram traficantes no centro da capital baiana, mesmo após terem recebido os resgates exigidos. Na residência do sargento, na Cidade Baixa, as equipes do DHPP e do Batalhão de Choque apreenderam uma submetralhadora ponto 40, três pistolas ponto 40, além de diversas munições. Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão na residência de outro comparsa do bando identificado como Jailson Gonçalves de Jesus, o “Hit Hill”.

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