quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Família de Toninho do PT vai à OEA para esclarecer morte de Toninho do PT

QUEM MATOU TONINHO?


A família do ex-prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, morto em 2001, prepara uma denúncia para ser entregue à Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a omissão do Estado brasileiro no que se refere à investigação aprofundada do assassinato. Para a viúva de Toninho, Roseana Moraes Garcia, esta omissão constitui “grave violação aos direitos humanos e fere tratados internacionais”.


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Há pouco mais de dez anos, um dia antes dos atentados terroristas de 11 de setembro nos EUA, Toninho do PT foi morto com um tiro na saída de um shopping center em Campinas porque, segundo a polícia, seu carro atrapalhou a fuga de uma quadrilha de assaltantes.

Depois da família do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002, a família de Toninho é mais uma a precisar fazer barulho para pressionar o Estado brasileiro gerenciado pelo PT a se esmerar no esclarecimento de crimes envoltos em circunstâncias misteriosas cujas vítimas foram duas figuras ascendentes do partido na fase imediatamente anterior à eleição de Lula à presidência da República.

Celso Daniel: oito mortos, um foragido e dois refugiados políticos

Celso Daniel foi sequestrado na saída de um restaurante no bairro dos jardins, em São Paulo, e encontrado morto dois dias depois, com 11 tiros, no município de Juquitiba, em uma estrada próxima à Rodovia Régis Bittencourt. A polícia disse o mesmo que afirmara sobre a morte de Toninho do PT, ou seja, que foi um crime comum, sem motivações ligadas às relações políticas do prefeito morto ou ao cargo que ocupava.

A versão de crime comum foi imediatamente aceita pelo PT, que assim chorou o seu morto. Assim, provavelmente, tudo teria se acomodado se a família de Celso Daniel não tivesse iniciado uma campanha por uma apuração mais detalhada do caso e se nada menos do que sete testemunhas do crime não tivessem morrido, entre elas o garçom que serviu Celso na noite do seu sequestro e o legista que examinou o cadáver do ex-prefeito petista. A única testemunha viva do caso, Elcyd Oliveira Brito, fugiu do Centro de Progressão Penitenciária de Pacaembu no dia 4 de agosto do ano passado, e até hoje está foragido.

O Ministério Público acatou a tese de crime político, segundo a qual a morte de Celso Daniel teria relação com um esquema de corrupção em Santo André para abastecer um caixa dois de campanhas eleitorais do PT. A obstinação dos familiares do ex-prefeito de Santo André pela verdade resultou em ameaças e hoje seu irmão Bruno Daniel e sua cunhada Marilena Nakano estão exilados na França, país que os reconheceu como exilados políticos. Apesar dos muitos pesares, o PT até hoje insiste que Celso Daniel foi vítima de crime comum.

Toninho do PT: faltam provas de que foi crime comum

No caso Toninho do PT, as circunstâncias suspeitas se repetem. Dos quatro integrantes da suposta quadrilha de assaltantes que teve a fuga atrapalhada pelo ex-prefeito de Campinas, três foram mortos em ações policiais. O chefe do grupo, Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, está na penitenciária de segurança máxima de Presidente Venceslau, no oeste do estado de São Paulo, condenado a mais de 200 anos de prisão.

O juiz do caso, o presidente do 1º Tribunal de Júri de Campinas, juiz José Henrique Torres, não aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual contra Andinho por falta de provas, decisão confirmada por três desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo. A arma do crime nunca foi encontrada. O juiz determinou à Polícia Civil a reabertura do inquérito, mas a viúva de Toninho quer a federalização das investigações. Ela foi pessoalmente a Brasília no último dia 6 de setembro fazer o pedido ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Roseana Moraes Garcia acredita que pode haver até ligação entre as mortes de Toninho do PT e Celso Daniel. Caso aceite a denúncia, a OEA poderá exercer pressões externas ao governo brasileiro que podem chegar a sanções ao país. (ON)




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