sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Zanlorenci afirma que prefeito de Londrina sabia de irregularidades nos contratos com a Centronic e Proguarda

O depoimento do ex-secretário de Defesa Social, Benjamin Zanlorenci, nesta quarta-feira (10), trouxe novos fatos à investigação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Londrina que avalia os contratos entre o município e as empresas Proguarda e Centronic. Ele afirmou que o prefeito Barbosa Neto (PDT) sabia da inidoneidade da Centronic, mas não abriu nenhum procedimento para investigar o caso.

A CEI foi formada depois da denúncia de que dois vigias da empresa Centronic, contratados pelo município, tinham feito turnos na rádio Brasil Sul, emissora da família do prefeito.

Munido de documentos, Zanlorenci foi ouvido por cerca de duas horas e contou que a prefeitura demorou cerca de sete meses para se manifestar sobre possíveis irregularidades no contrato com a Centronic, apenas quando resolveu contratar a Proguarda. Ele havia comunicado o prefeito sobre a inidoneidade em dezembro de 2009 e o município só rompeu o contrato em julho de 2010.

Também informou que havia pedido para o serviço de inteligência da Guarda Municipal iniciar uma investigação sobre a execução dos contratos em agosto de 2010. No mês citado, 17 chamadas foram feitas e em duas ocasiões foi a empresa Centronic que atendeu o pedido, quando já não tinha mais vínculo com o município, que havia contratado a Proguarda.

"Eu informei através de um documento que a empresa estava inidônea, portanto, o contrato deveria ser rescindido de imediato. A Proguarda assumiu um contrato emergencial, mas não prestou serviço. Quem estava prestando serviços era a empresa Centronic. Isso é que eu vim falar aos membros da CEI, como ocorreu esses dois meses aí e fatos interessantes. Nós tivemos por parte do serviço de inteligência, então coordenados pelo tenente Mota, visitas e simulações desses botões, chamados botões de pânico, e que foram acionados e foram respondidos pela empresa Centronic, que não fazia mais parte da relação com a prefeitura", comentou em entrevista à rádio CBN.

O secretário municipal de Defesa Social foi exonerado em novembro e não teria finalizado a investigação, por isso não soube responder quem estava recebendo pelos serviços, a Proguarda ou a Centronic. Ele criticou a postura de Barbosa Neto que não encaminhou as suspeitas de irregularidades à Controladoria.

"O prefeito Barbosa Neto não abriu nenhum procedimento, simplesmente deixou a coisa acontecer, mas até hoje eu nunca fui chamado através do relatório prestado pelo serviço de inteligência que foi aberto um procedimento para investigar porque contrataram uma empresa, porque pagaram uma empresa, porque a outro trabalhou", disse à rádio CBN.

Além de protestar contra a posição do prefeito, o ex-secretário de Defesa Social imputou a culpa das irregularidades à pasta da Gestão Pública, à época sobre o comando de Marco Cito. "Todo o processo de contratação não é meu. Nunca foi da secretaria, é da Secretaria de Gestão", colocou.

A CEI pediu vários documentos à prefeitura relativos aos contratos com a Centronic e a Proguarda, mas nem todos foram entregues, segundo o presidente da comissão, vereador Roberto Kanshiro (PSDB). O relator da CEI, Rony Alves (PTB), destacou a importância do depoimento de Zanlorenci ao trazer fatos novos às investigações.

Novos depoimentos foram marcados para a próxima terça (16) e quarta-feira (17), mas os nomes dos convocados ainda não foram informados. (OD)


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