domingo, 5 de junho de 2011

Hauly aparece na frente nas pesquisas: Reeleição de Barbosa Neto será difícil em Londrina

Se a eleição municipal fosse hoje, o prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), não seria reeleito. Levantamento feito na cidade pelo Instituto Paraná Pesquisas, entre 26 e 30 de maio, mostra que o pedetista seria derrotado em dois cenários de segundo turno: contra o secretário de Estado da Fazenda, Luiz Carlos Hauly (PSDB), e contra o vereador Marcelo Belinati (PP).

O desempenho do prefeito na pesquisa reflete a onda de escândalos envolvendo a administração municipal. Embora não haja denúncia direta contra o pedetista, a Operação Antissepsia, do Ministério Público, revelou a relação de agentes municipais com a corrupção na gestão de programas de saúde pública de Londrina, a segunda maior cidade do estado.

Para o cientista político Mário Sérgio Lepre, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), a 16 meses da eleição, ainda é cedo para descartar a candidatura de Barbosa Neto no ano que vem. “Barbosa é o nome (para 2012), a não ser que algo mais sério aconteça”, diz.

Segundo o cientista, o atual prefeito passará por uma espécie de referendo ao se arriscar nas próximas eleições, mas “tem uma chance razoável” de ser reeleito. Mesmo os abalos na imagem do prefeito com o caos na saúde e a pressão da população por causa da manutenção asfáltica da cidade “tendem a sucumbir” diante da máquina funcionando em favor do administrador, afirma o analista.

O cientista social Lidmar José Araújo concorda que o bom desempenho de Hauly na pesquisa e a ascensão de Marcelo Belinati ainda não ameaçam de forma suficiente as chances de reeleição do prefeito Barbosa Neto. “Até agora a crise não o atingiu diretamente. O prefeito tem um grande desafio: superar a desconfiança contra tudo o que está em volta e imprimir alguma normalidade à administração”.

Segundo Araújo, Barbosa deve “criar uma agenda o mais positiva possível de forma preemente”. O cenário desfavorável, sustenta ele, “ainda é totalmente recuperável”. Tanto que Araújo vê possibilidades, inclusive, de Barbosa surpreender a cidade com medidas na área da saúde.

Sobre a ausência de novos nomes no cenário eleitoral do ano que vem, o analista lamenta a falta de articulação dos demais partidos. “Serão os três (Hauly, Barbora e Marcelo). Não tem mais para ninguém”, atesta, excluindo a possibilidade de candidatura própria do PT.

Efeito Belinati

Na pesquisa de intenção de voto para o primeiro turno, Hauly é apontado por 22% dos entrevistados, seguido de Marcelo Belinati, com 21%. Barbosa Neto vem na terceira posição, com a preferência de apenas 15% dos eleitores.

O desempenho do vereador Marcelo Belinati – sobrinho do ex-deputado estadual e ex-prefeito da cidade Antonio Belinati – é um sinal de que o vereador herdou o peso político do nome da família, mas não foi impactado pelo histórico de denúncias envolvendo o tio. Antônio Belinati foi eleito prefeito de Londrina em 2008, mas teve a vitória impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na opinião de Mário Sérgio Lepre, o vereador tem a simpatia da classe média – por ser médico e advogado – e ao mesmo tempo atrai os volumosos votos destinados ao tio.

Apesar de Luiz Carlos Hauly liderar a pesquisa estimulada, Lepre afirma que o tucano entraria na disputa com as mesmas vestes do passado – e não representaria uma ameaça real. O atual secretário estadual da Fazenda disputou a prefeitura de Londrina em 2008, na eleição suplementar, mas foi derrotado por Barbosa Neto. “Hauly está desgastado, já perdeu muito e nunca foi palatável”, diz o analista. A pesquisa mostra que, em um eventual segundo turno entre Marcelo Belinati e Hauly, o tucano sairia vitorioso, com 44% dos votos.

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