quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ex-aluno invade escola e mata 11 crianças no Rio de Janeiro


Um homem invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e, com duas armas, efetuou vários disparos contra alunos, professores e funcionários. Doze pessoas morreram, entre eles dez meninas, um menino e o próprio atirador. Também há 13 feridos, a maioria dos feridos atingida no tórax e na cabeça.

Segundo um funcionário, o homem entrou em uma turma de 8.ª série, no primeiro andar, com cerca de 40 alunos em sala. Ele teria afirmado que faria uma palestra, mas daí sacou a arma e disparou contra as crianças. Quando percebeu que havia polícia no local, o atirador tentou fugir, trocou tiros com a PM, foi baleado na perna e acabou se matando.

O governo do Rio de Janeiro informou que havia aproximadamente 400 alunos na escola no momento do atentado. A escola tem 14 turmas no período da manhã, de 1ª à 8ª série. Os estudantes têm entre 9 e 14 anos.

Autor do crime

Segundo a polícia, o autor dos disparos, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, seria um ex-aluno da escola. Há informações de que ele teria deixado uma carta dizendo que queria se suicidar.
Na carta, com teor religioso, o atirador dizia ser portador do vírus HIV.

Anteriormente, a PM havia dito que o suspeito era pai de um aluno. Ainda não se sabe o que levou o homem a invadir a escola.

Segundo o jornal O Globo, Wellington seria filho adotivo de uma família que tinha outros cinco irmãos. Ele teria ficado abalado porque a mãe adotiva morreu de enfarte e estava fora de casa há cerca de oito meses.

Vizinhos que conheciam a família disseram que ele era muito retraído, ficando quase sempre isolado.

Massacre

O tiroteio durou em torno de 20 minutos, segundo um morador de Realengo. Cerca de 22 pessoas estão feridas, entre funcionários e estudantes. Não há detalhes se os mortos seriam crianças ou adultos. Há feridos graves, inclusive com tiros na cabeça. Helicópteros ajudaram no resgate.

Durante o tiroteio, os funcionários trancaram as crianças de outras turmas nas salas de aula para protegê-las do atirador.

De acordo com o coronel Djalma Beltrame, comandante do 14º BPM (Bangu), em entrevista à Globo News, a rápida ação da polícia - que participava de uma ação nas proximidades da escola - impediu que a tragédia fosse ainda maior. "Ainda havia bastante munição com o atirador para ser disparada", disse. Os policiais participavam de uma ação junto com o Departamento de Transporte Rodoviário (Detro) de combate ao transporte clandestino na região. Foi um aluno baleado no rosto, segundo o site do O Globo, que chegou pedindo ajuda.

Parentes recebem atendimento

No Hospital Albert Schweitzer, foi montada uma sala para receber parentes de vítimas que chegam ao local em estado de choque. Trinta familiares estão sendo atendidas no hospital.

Entre os 22 feridos, dez estão em estado grave e estão sendo transferidos por helicóptero para o Hospital Sousa Aguiar.

Duas irmãs gêmeas, Brenda e Biana Rocha Tavares, de 13 anos, foram atingidas pelos disparos. Bianca não resistiu aos ferimentos na cabeça e morreu. Brenda, que foi alvejada nos braços está sendo operada.


"Herói"

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), chamou de "herói" o sargento da Polícia Militar que trocou tiros com o invasor que abriu fogo na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste da cidade. Segundo Cabral, o sargento Alves impediu um massacre maior ao atingir a perna do atirador, que depois teria se matado. Cabral ainda referiu-se ao atirador como "psicopata" e "animal".

O governador prestou solidariedade às famílias das vítimas da tragédia que aconteceu nesta manhã. Ele deu a declaração na quadra de esportes da escola, ao lado do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e também informou que já falou com a presidente Dilma Rousseff a respeito do episódio. Paes acrescentou que a escola não será fechada, mas que as aulas estão suspensas.

Repercussão

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) condenou com veemência o crime ocorrido no Rio. A notícia do atirador que atacou os estudantes do colégio onde estudou virou destaque na versão online de vários jornais no exterior, como o argentino La Nación, o espanhol El País, o britânico The Guardian e até na rede de televisão Al Jazeera.

Na rede social do Twitter, a Unesco Brasil repudiou o crime. “A Unesco repudia ataques à escola do Rio e se solidariza com as famílias. A escola deve ser um lugar para reconstruir a paz e a cultura”. O assunto está entre o dez mais comentados no Twitter.

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