quarta-feira, 16 de março de 2011

SOLIDARIEDADE!!! A ajuda preciosa dos voluntários.

Na tentativa de auxiliar famílias que perderam tudo, organizar donativos ou levar água para quem está sem abastecimento desde a última sexta-feira, dezenas de moradores de Antonina mudaram suas rotinas. São pessoas que deixaram de trabalhar para tentar – da forma que é possível – minimizar o drama das vítimas da tragédia. Segundo o último boletim da Defesa Civil Estadual, são 6 mil pessoas desalojadas, 1.160 desabrigadas e 7,5 mil afetadas de alguma forma apenas no município.

A cabeleireira Iolanda Meira da Silva, que morava sozinha, abriga agora o casal Gilmar e Iraci Queiroz Moura e seus três filhos. A família teve a casa, na região central, afetada pela chuva e pelo barro. Iolanda também fechou o salão de beleza e passa o dia ajudando na limpeza da casa dos Moura. “Fico perdida, pensando no que mais poderia fazer para ajudar o restante das pessoas.”

Já a aposentada Dirce de Godoy Martins deu alojamento a familiares. Ela mora na Ponta da Pita, bairro não afetado e com o abastecimento de água restabelecido. O restante da família residia no bairro Graciosa, desocupado desde a madrugada de domingo por estar em uma área considerada de risco pelo Centro de Apoio Científico em Desastre da Universidade Fe­­deral do Paraná (UFPR). “Ainda bem que tenho um espaço bom na minha casa e que consegui acolher a todos. Mas é ruim ver meu filho e a família nesta incerteza”, diz Dirce.

Por causa da falta de água, que persiste em sete bairros – Caixa D´Água, Saivá, Barigui, Tucundu­­va, Batel, Quilômetro 4 e Centro –, motoristas voluntários fazem a entrega de água para a população, além dos caminhões-pipa disponibilizados pela prefeitura e Sanepar. A iniciativa foi do comodoro do Clube Náutico de Antonina, Caetano Cândido Machado. Na sexta-feira passada, dia das fortes chuvas, ele pegou botes do clube e auxiliou os bombeiros a retirar pessoas ilhadas.

No sábado, Machado pediu carros emprestados de amigos e pegou um trator do clube para distribuir água, coletada da piscina do clube, que é abastecida por uma nascente de água vinda do Morro da Penha. A equipe trata a água durante a noite para levá-la aos bairros em que os caminhões-pipa não chegam. Os 30 integrantes do grupo são voluntários. Entre eles estão alguns desalojados, como a única mulher da equipe, Flávia Kalline, e seu marido, Macley Gluchowski Stecanella.

Marvyn Ferraz, de 13 anos, é o “mascote” do grupo e começou a ajudar logo no primeiro dia da ação. “Eu vi ele [Machado] passando e pedi se podia ir junto. Agora fico com os outros voluntários o dia todo.” Na tarde de ontem, eles distribuíram água no bairro Tu­­cun­­duva. Foi só a carreta encostar pa­­ra surgirem mulheres e crianças com baldes e garrafas para encher. Em menos de meia-hora, a água levada em uma caixa d’água terminou.

Sem água

A falta de água encanada é um dos problemas que mais afeta a população de Antonina. De acordo com a comunicação social da prefeitura, o serviço deve ser restabelecido ainda hoje. O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Antonina (Samae) explicou que a captação de água, feita no Morro da Emília, está em uma situação volúvel, já que a pressão dos morros estourou o encanamento. A Samae informou também que alguns bairros podem demorar mais para receber água, já que a pressão nos canos não será a mesma.

A água mineral que começava a faltar no comércio desde domingo, chegou em alguns estabelecimentos ontem. O abastecimento de carne foi normalizado, além da gasolina. De acordo com os comerciantes, os veículos dos fornecedores têm conseguido chegar à cidade. Portanto, a hipótese de desabastecimento, por ora, está descartada. Já as aulas continuam suspensas pelo menos até a próxima semana.

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