quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Salário mínimo deve ser votado hoje na Câmara

A Câmara dos Deputados deve votar hoje (16) à tarde, em sessão extraordinária, o projeto de lei que estabelece o novo valor do salário mínimo.

O governo propõe o novo salário de R$ 545 e estabelece uma política de valorização até 2014, com base nos mesmos critérios previstos atualmente: a variação da inflação do ano anterior mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. As centrais sindicais querem um valor maior.

Na mesma sessão, os deputados devem analisar duas emendas: uma do PSDB e outra do DEM. A primeira defende o mínimo de R$ 600 e a segunda um aumento para R$ 560. O novo mínimo terá vigência a partir do primeiro dia do mês seguinte ao da publicação da lei.

Trabalhadores e sindicalistas fazem manifestação hoje, a partir das 9h, em frente ao Congresso Nacional, em defesa de um reajuste maior para o salário mínimo.

Também nesta quarta-feira, na Esplanada dos Ministérios, servidores federais de todo o país participam do lançamento nacional da campanha salarial da categoria em 2011. Um dos principais eixos da campanha é a mudança da data-base para 1º de maio.

Centrais sindicais defendem salário mínimo de R$ 560

Dirigentes das centrais sindicais defenderam ontem (15), durante comissão geral da Câmara dos Deputados, um salário mínimo de R$ 560. O governo quer reajustar para R$ 545, valor defendido hoje na comissão geral pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. As centrais vinham defendo um aumento para R$ 580, mas passaram a apoiar R$ 560 na tentativa de um acordo com o governo.

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), disse que recuou da proposta de R$ 580 para apoiar R$ 560 num gesto de acordo. “Eu sinto até vergonha de dizer ao trabalhador que estamos brigando só por R$ 15 a mais, ou R$ 0,50 por dia, o que não dá para comprar dois pãezinhos”.

Representando a União Geral dos Trabalhadores, Francisco Canindé, também defendeu a aprovação de R$ 560. Segundo ele, o reajuste acima do previsto pelo acordo é “uma excepcionalidade importante para diminuir o fosso da desigualdade salarial no país”.

Canindé disse que as centrais sindicais são contrárias ao fim do acordo com o governo, que prevê o reajuste do salário mínimo pela variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, mais a inflação do ano anterior.

Também o presidente da Central Geral dos Trabalhadores, Antonio Neto, pediu a aprovação de um salário mínimo de R$ 560 e a manutenção do acordo das centrais com o governo para reajuste do mínimo nos próximos anos. Ele justificou o aumento maior com o argumento de que o salário mínimo é um dos principais indutores do crescimento econômico e de distribuição de renda no país.

Para o presidente da Central de Trabalhadores do Brasil, Wagner Gomes, é importante antecipar 3% do crescimento e reajuste do mínimo para R$ 560. Segundo ele, o problema do reajuste não é falta de dinheiro, “pois o ministro (Guido Mantega) falou o tempo todo só do acordo”.

Os presidentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos, e da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, José Calixto, defenderam na comissão geral a política de valorização do salário mínimo com aumento maior do que o proposto pelo governo. Calixto argumentou que a economia cresceu, que a renda cresceu e que “agora queremos uma compensação”.

Ele também lembrou que quando da luta para elevar o salário mínimo para US$ 100 se argumentava que a Previdência Social quebraria e que as prefeituras não suportariam e que hoje o mínimo é de quase US$ 300 e ninguém quebrou.

Para o presidente da CUT, o argumento de que a inflação poderia aumentar com a colocação de mais dinheiro no mercado não faz sentido. Segundo ele, a inflação não é de demanda, “ela vem da mensalidade escolar, do transporte público”. Para ele, o que está em jogo são as políticas e os programas de distribuição de renda. “Aumentar o salário mínimo é essencial, porque injeta recursos na veia da economia”.

Fonte: Agência Brasil

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