terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Operação Guilhotina: Ex-chefe da Polícia Civil do Rio ligou 5 vezes para suspeito

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio Allan Turnowski falou ao telefone cinco vezes, em um mesmo dia no fim de novembro, com um inspetor investigado na Operação Guilhotina da Polícia Federal, segundo investigação à qual a Folha teve acesso.

O celular do inspetor estava grampeado pela PF e foram constatadas cinco ligações em menos de uma hora. Até agora, sabia-se de um telefonema de Turnowski para o inspetor, que está preso.

A PF indiciou Turnowski na semana passada por vazamento de informação sobre a operação, que apontou que 32 policiais civis e militares desviavam armas do tráfico, faziam parte de milícias e vendiam informação sobre ações da polícia.

Em depoimento, Turnowski negou que tenha vazado informações.


Promotoria recebe inquérito que indicia ex-chefe da polícia

A PF acusa Turnowski de vazar informações sobre operações policiais em andamento. Ele prestou depoimento por três horas ontem (17). Na saída, ele negou as acusações. "Sou inocente, não recebi propina nem vazei informação. Não sabia da operação [Guilhotina]", afirmou.

O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), não quis comentar na manhã desta sexta-feira o indiciamento de Turnowski. Durante passagem de comando da Força de Paz que atua nos complexos do Alemão e da Penha, ele disse apenas que as investigações sobre a polícia "valorizam a política de segurança".

"Toda as situações que demandam investigações para dentro da polícia, elas só valorizam e enaltecem a política de segurança do nosso governo. (...) O nosso objetivo é valorizar as corporações, tirando delas os que comprometem a sua credibilidade", disse o governador.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, foi econômico nos comentários. Disse que o indiciamento é "peça técnica", afirmou não ter detalhes de provas, e considerou "temerário tecer juízo de valor" sobre o indiciamento.

O secretário afirmou que se for de interesse da Polícia Federal, ele poderá ser ouvido no inquérito.


Delegado acusa ex-chefe da Polícia de esvaziar investigação

Em depoimento prestado no dia 14 à corregedoria da Polícia Civil, o delegado Cláudio Ferraz, titular da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), acusou o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Allan Turnowski de ter tentado inúmeras vezes afastá-lo da função e de esvaziar investigações sobre o envolvimento de políciais com milícias.

Policiais ligados a Turnowski foram presos durante a Operação Guilhotina, entre eles seu ex-braço direito, o delegado Carlos Oliveira.

Turnowski será indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de violação de sigilo funcional. Ele é suspeito de ter alertado um inspetor da Polícia Civil, supostamente envolvido com milícia, sobre a operação da Polícia Federal contra milicianos e desvios de armas de traficantes.

Fonte: Folha.com

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