sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Deixaram o Silvio Santos "pelado"? Quem pagar leva o SBT!


Folha de S. Paulo

O empresário Silvio Santos atendeu ontem à noite, em sua casa, a um telefonema da Folha. Ele disse que, se alguém pagar o que ele deve ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que emprestou à sua holding dinheiro para cobrir o rombo do banco PanAmericano, pode comprar o SBT. Leia entrevista.

Folha - Eu gostaria que o sr. desse uma palavra para o público sobre tudo o que está acontecendo no banco.

Silvio Santos - Não posso porque eu assinei um termo de confidencialidade. Eu assinei um termo de conf... confidencialidade... é até difícil de falar! Não posso comentar nada. Só quem pode falar é o Fundo Garantidor de Crédito.

Folha - O sr. se encontrou com o Lula. Falou com ele sobre isso?

Silvio Santos - Que Lula?

Folha - O presidente.

Estive com ele falando sobre o Teleton [programa que arrecada recursos para a AACD]. Ele está me devendo R$ 13 mil [risos]. Tive que dar por minha conta porque ele prometeu e não deu os R$ 13 mil [que disse que doaria].

Eu falei para ele: "Se você der R$ 13 mil, a Dilma pode ganhar a eleição". Porque é o número dela, não é? Não é 13 o número da Dilma? "Pode ser que Deus te ajude e ela ganhe a eleição."

E ela ganhou do mesmo jeito.

Mas aí é que tá: agora tô preocupado [risos]. Ele fez a promessa e não cumpriu.

Folha - E o senhor votou nela?

Silvio Santos - Eu estou com 80 anos. Você acha que eu vou sair de casa para votar? Vou votar é em mim mesmo aqui em casa.

Folha - O senhor está bem? Triste? Chateado?

Silvio Santos - Eu estou sempre bem. Você já me viu mal?

Folha - O senhor ficou surpreso com tudo o que aconteceu?

Silvio Santos - Não posso falar.

Folha - Mas o senhor coloca o seu nome e a sua história como garantia de tudo...

Silvio Santos - É claro. A holding [do grupo Silvio Santos] só recebeu R$ 2,5 bilhões porque eu dei todos os meus bens em garantia. [A operação se realizou] Como se fosse num banco particular. Mas com banco particular seria mais difícil porque os bancos particulares não querem concorrência [do banco PanAmericano].

Folha - O Bradesco não emprestaria para o seu banco, né?

Silvio Santos - É claro [que não]! Acha que o Bradesco... eu não digo o Bradesco. Mas um banco particular não vai querer me emprestar R$ 2,5 bilhões por dez anos. Vai? Até vou tentar conseguir, quem sabe?

Folha - E o ex-superintendente do PanAmericano, Rafael Palladino?

Silvio Santos - Palladino? Que Palladino? Nunca fui ao banco. Nem sei onde é o prédio. Quando tenho dinheiro, abro uma empresa no Brasil. Aplico no mercado brasileiro. Mas não sou obrigado a ficar sabendo onde é a empresa. Eu tinha uma fazenda que era a segunda maior do Brasil, a Tamakavi, e nunca fui lá. Nem vi no mapa.

A única coisa com que me preocupo é com a televisão. Eu sou investidor. Se [o negócio] der certo, deu. Se não der certo, não deu. A TV é o meu negócio. Mesmo que não desse certo, é o meu hobby.

Agora, os outros são negócios. Eu não sou obrigado a entender de perfumaria, de banco. Eu não! Isso aí eu boto dinheiro, pago bem os profissionais e eles têm que me dar resultados. E, às vezes, falham. Desta vez, falhou.

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