domingo, 28 de novembro de 2010

Polícia toma o Complexo do Alemão no Rio

AGÊNCIAS

Policiais militares, federais, civis e agentes das Forças Armadas iniciaram às 8 horas da manhã deste domingo a invasão ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. O conjunto compreende 12 favelas, em cinco bairros do subúrbio da Leopoldina: Penha, Olaria, Ramos, Bonsucesso e Inhaúma. Não há informações sobre feridos. No início da tarde deste domingo, bandeiras, entre elas a do Brasil, foram hasteadas como símbolo da retomada de mando do estado do Rio no local.

No início da tarde deste domingo foi preso um dos criminosos envolvidos na morte do jornalista Tim Lopes.

Pelo menos dez blindados da Marinha e do Exército foram usados para conduzir as tropas pelos principais locais da região. O delegado Felipe Curi, da Polícia Civil, informou que as equipes não têm enfrentado resistência e os criminosos estão fugindo. “Não está havendo troca de tiros”, contou.

No local, poucos disparos foram ouvidos desde o início da manhã. As últimas rajadas mais intensas ocorreram por volta das 9h, logo após a tomada do morro pela polícia.

Sete fuzis e sacos com drogas foram encontradas pelos policiais em quatro casas do Areal, a primeira localidade do conjunto. Todo material foi levado para o batalhão de Olaria em bacias de plástico. “Por enquanto, o pessoal está cumprindo seus objetivos. Estamos na varredura”, disse o delegado.

Pelo menos dez pessoas foram detidas para averiguação e outras duas foram encontradas com mandado de prisão expedido. Entre os presos, está o gerente do Morro da Fé, no Alemão, conhecido como Feio.

Condenado pela morte de Tim Lopes se entrega

Um dos homens acusados de participar da morte do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, foi preso na tarde deste domingo (28) na localidade conhecida como Coqueiral, no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio.

O criminoso Elizeu Felício de Souza, conhecido como Zeu, era foragido da Justiça e não estava armado.

Governo

Em nota divulgada neste sábado à noite, o governador do Rio, Sérgio Cabral, reafirmou o compromisso de pacificar as comunidades e disse que tropas não irão recuar.

Nesta manhã, um homem e uma mulher foram detidos próximo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão e foram levados para o trailer de triagem na entrada da comunidade.

Por volta de 1h da manhã, tiros foram ouvidos na Estrada Itararé, próximo a um dos acessos à comunidade. Por motivo de segurança, os moradores que deixaram o Conjunto mais cedo foram impedidos pela polícia de voltar para casa.

Operação conta com 2.600 homens

Cerca de 2.600 homens das Forças Armadas e das Polícias Militar, Civil e Federal participam da operação. Na tarde de sábado (27), veículos blindados avançaram à entrada da comunidade e mais de trinta suspeitos foram detidos e levados para uma delegacia da região.

A megaoperação de cerco ao local inclui 800 soldados paraquedistas, a tropa de elite do Exército, 200 fuzileiros navais, que transportam a tropa, 300 agentes da polícia federal e 1.300 policiais militares e civis do Rio. Ainda na tarde de sábado, blindados do Exército chegaram a entrar na favela, mas saíram pouco depois.

Alemão tem um dos piores indicadores sociais

O bairro do Conjunto de Favelas do Alemão é dono de uma da piores médias do Índice de Desenvolvimento Social (IDS) da cidade. O índice, calculado pelo Instituto Pereira Passos (IPP), da prefeitura, mede o acesso a saneamento básico, a qualidade habitacional, o grau de escolaridade e a renda da população carioca.

Do total de 158 bairros do Rio, o Alemão ocupa a 149ª posição, com um IDS de 0,474. Quanto mais perto do número 1, melhor o índice. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano 2000, 65.026 pessoas vivem nos 18.245 domicílios do complexo, que é formado por 14 favelas, de acordo com o IPP. Deste total, mais de 15% das residências não contam com rede de esgoto.

Conheça os principais chefes das facções cariocas:

Comando Vermelho (CV)

Márcio dos Santos Nepomu ceno, o Marcinho VP (34 anos)

- Preso desde 1996, quando chefiava o tráfico no Complexo do Alemão. De dentro de Bangu 1, continuou ordenando crimes. Só pelo assassinato de dois traficantes, foi condenado a 36 anos de prisão. Cumpria pena no presídio de Catanduvas, mas foi transferido para a penitenciária de Porto Velho (RO) na quinta-feira.

Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco (43 anos)

- Apontado como sucessor de Marcinho VP no Alemão, foi preso em 2002 pela morte do jornalista Tim Lopes e condenado a 28 anos e meio de prisão. Também deixou Ca tanduvas e foi para Porto Velho (RO)

Luiz Fernando da Costa, o Fer nandinho Beira-Mar (43 anos)

- Condenado a 32 anos por formação de quadrilha e tráfico de drogas, ainda responde por outros crimes. Preso em 1996 em Belo Horizonte, fugiu do presídio um ano depois, saiu do país, foi apontado como o principal fornecedor de drogas e armas para o tráfico do Rio, e em 2001 foi preso pelo Exército colombiano. Passou por Catandu vas e hoje cumpre pena no presídio de Campo Grande (MS).

Marcos Antônio Pereira Firmi no da Silva, o My Thor (39 anos)

- Preso em 2000, já tinha duas condenações por chefiar o tráfico de drogas no Morro dos Prazeres. De dentro de Bangu 1, ordenou o assassinato de uma estudante de classe média. Condenado por homicídio qualificado em 2003, suas penas somam 19 anos. Também foi para Porto Velho (RO).

Isaías Costa Rodrigues, o Isaías do Borel (47 anos)

- Condenado a 46 anos e cinco meses por crimes como tráfico de drogas e homicídio qualificado, chefiava o Morro do Borel até ser preso, em 1992. Foi para Porto Velho.

Amigos dos Amigos (ADA)Edmilson Ferreira dos Santos, o Sassá (39 anos)

- Preso em 2005, era apon tado como o sucessor de Paulo Cé sar dos Santos, o Linho, que está de­saparecido. Está preso no presídio de Mossoró (RN), desde março.

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