segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Como é que fica a economia do Brasil com a Dilma eleita?

Carlos Molina

A triste campanha e especulações quanto ao futuro governo

Entre egocentrismos, fundamentalismos evangélicos, integrismos católicos e arroubos desenvolvimentistas sobrevivemos ao segundo turno e a nossa República em construção, embora o Lula tenha uma grande resistência em aceitar e por isto chora ao som da “Valsa do Adeus” misturada com “Garçom” e Canto Gregoriano, poderá não ter a face dele.

O Lula, que se colocou acima de tudo, inclusive do próprio partido, aos pouco perderá importância em um governo onde a maior bancada a dar sustentação ao novo governo no Congresso será a do PT, que somado aos pequenos partidos com menos ambições de poder deixa nesta Casa menor a importância do PMDB, pois ele será menos decisivo do ponto de vista da garantia da governabilidade.

O Sarney, o grande mentor deste “novo” PMDB, que em seu fisiologismo pouco tem do “MDB Velho de Guerra”, embora seu partido deva manter a presidência, deixará de ser o todo poderoso de um Senado onde o Tuma não fará mais parte como também as micros oligarquias das regiões Norte e Nordeste, saem eleitoralmente desprestigiadas. O PT, somado aos partidos mais a esquerda (PDT, PSB, PC do B, etc.), deverá ter o controle da mesa, o que fará o presidente virar uma verdadeira rainha Elizabeth.

O novo senado, mais a esquerda, poderá propiciar um quadro favorável a um novo discurso por parte da Dilma, que espero que reflita no poder interventor do estado no Banco Central e que este abandone o lesivo modelo ortodoxo do câmbio flutuante, onde o próprio mercado impõe suas regras imperiais, e passe a intervir no valor da nossa moeda, hoje super valorizada perante o dólar. Também espero que este governo diminua os impostos, aumente a taxação sobre o capital especulativo e em conjunto diminua o criminoso e lesa pátria juro hoje cobrado. Este em conjunto com outros fatores nos leva a desindustrialização, e com ela a menor agregação de valores e a maior dependência da importação de produtos industrializados do mercado externo por não termos preços competitivos nem no mercado interno e muito menos no exterior.



Super valorização do real

O real precisa se desvalorizar e o juro real tem de cair. O risco de um longo período de câmbio valorizado e juros muito acima do padrão internacional é de o País se tornar mero exportador de commodities.
Por imposição do mercado especulativo internacional, que com a cumplicidade dos dirigentes políticos locais controla grande parte destas economias nos países em desenvolvimento, aqui no Brasil o mercado financeiro apresenta uma tendência equivocada de valorização do câmbio, o que propositalmente e não por um equívoco é prática muitas vezes defendida como instrumento de combate à inflação, mera falácia.
A realidade é que as economias dessas nações, tal qual o Brasil, de forma antinacional e popular estão cada vez mais escancaradas ao ingresso de recursos externos especulativos, sobretudo pela via financeira, e isto valoriza ainda mais o câmbio e aprofunda o problema econômico interno ao gerar a rapineira dependência a especulativa moeda volátil do capital internacional. O lucro excessivo dos bancos gerando desindustrialização, baixos salários, pouca poupança, inadimplência e miséria.



Como será o futuro governo em relação a China e os EUA?

Embora a Dilma tenha sido eleita usando como máscara o egocentrismo do “Lula espetáculo de desenvolvimento”, esperamos que ela governe de forma republicana e rompa com o que este governo atual tem de atrasado e dependente do ponto de vista da política econômica. Caso ela tome o caminho republicano soberano desenvolvimentista, soberano e auto-sustentável, tenho a máxima certeza de que ela também contará com o apoio de vários segmentos da oposição, tal qual o do Serra, da Marina e até o do Plínio, assim formando um governo politicamente estratégico em defesa dos interesses nacionais e populares.
Caso isto não ocorra e do ponto de vista internacional da economia o que está sendo previsto aconteça, tal qual o começo da recessão chinesa, pois a China com o encolhimento do mercado externo tende a importar menos produtos primários (commodities) e pelo dumping forçar a exportação de seus produtos industrializados , o que afetará ainda mais a nossa frágil e combalida economia nacional.

Os nossos produtos industrializados hoje praticam preços pouco competitivos e com isto somado a futura redução das exportações de commodities o quadro da nossa balança comercial ficará extremamente agravado, tal qual também ficará o nosso mercado interno pelo esgotamento pelo excessivo endividamento da população. A onda artificial de consumo provocada pela abertura das linhas de crédito para os de baixa renda já está atingindo ao teto e a inadimplência em massa começa a se fazer presente, o que implica na diminuição do consumo interno em conjunto com um mercado externo fechado pelos preços que praticamos e pela recessão provocada pela crise internacional em andamento. A médio prazo, caso não venhamos a tomar do ponto de vista do mercado firmes atitudes preventivas protecionistas, que caso a política econômica do governo Lula tivesse sido séria já teriam sido tomadas a muito tempo, seremos esmagados pela guerra cambial internacional causada pela luta econômica entre as principais economias na busca de novos e na manutenção de tradicionais mercados.

2 comentários :

Anônimo disse...

Texto totalmente tendencioso, faltou falar que a Dilma vai instaurar uma ditadura. Tucanada tá com o osso entalado na goela.

Molina com muita prosa & muitos versos disse...

Ele tenta descredenciar o texto sem apresentar argumentos, pois não os tem, e assim o legitima.

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