A estudante de Radiologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Marina Batista Silva, de 21 anos, é uma das novas moradoras do Centro. Quando decidiu se mudar de Campo Largo para Curitiba, ela encontrou um apartamento simples de um quarto, a poucos passos de onde estuda, na Avenida Sete de Setembro. “Não tem lugar melhor. Moro na frente da faculdade e estou perto de tudo”, comemora. Mobilidade A mobilidade e o fato de estar perto de tudo foi o que mais atraiu novos moradores. E a construção civil soube aproveitar esse segmento de consumidores. De acordo com dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná, 17 empreendimentos imobiliários foram lançados na área central nos últimos cinco anos. Os benefícios construtivos oferecidos pela prefeitura fazem com que os espaços sejam mais baratos quando comparados com outros bairros. Os trechos do centro que mais cresceram nos últimos dez anos ficam entre as ruas Marechal Deodoro e XV de Novembro e entre as avenidas Sete de Setembro e Visconde de Guarapuava. O Censo 2000 mostrava que essas áreas eram as de menor densidade populacional de Curitiba. Na opinião do coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Carlos Hardt, essa área da capital voltou a ser atrativa. “A opção de não transformar o Centro em uma região estritamente comercial e de serviços fez com que ele não morresse. Prédios desocupados estão, aos poucos, sendo retomados”, explica. Para ele, um Centro atrativo, cheio de vida, faz bem para a cidade. “As universidades, faculdades, escolas, restaurantes, bares, alguns serviço, fazem com que o Centro de Curitiba tenha uma sobrevida dentro das 24 horas. E não apenas no horário comercial. Isso é muito bom”, diz. Entretanto, o arquiteto faz um alerta. “O poder público tem de reagir constantemente, com reformas e adequações. Caso contrário, vai desvalorizar. Por isso é importante apostar em inovações”, adverte. O coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Positivo, Orlando Pinto Ribeiro, diz que o crescimento do Centro foi resultado de um planejamento urbano efetivo. “A cidade passou por um processo de descentralização, mas se recuperou com as iniciativas do poder público e entidades privadas. Notamos que empresas instaladas no Centro apostaram na manutenção do imóvel e não em sair de lá.” URBANISMO Projeto torna região mais agradável Pensando em tornar a região central de Curitiba um local mais agradável, tanto para os moradores quanto para o comércio, a Associação Comercial do Paraná lançou, em 2004, o projeto Centro Vivo. “Ele nasceu com o objetivo de fortalecer o comércio de rua. Reunimos os comerciantes e o poder público para identificar e solucionar os problemas da região”, explica o coordenador do projeto, Antonio Miguel Espolador Neto. Entre as conquistas estão: instalação de câmeras de segurança, melhorias nas ruas que dão acesso à região; e revitalização de calçadas. Mas ainda há desafios. “O Centro Vivo ganhou credibilidade nos últimos anos. E não podemos parar. Ainda temos problemas que precisam ser rapidamente corrigidos. A falta de banheiros públicos e a pichação dos muros são exemplos do que está sendo debatido e trabalhado pelo projeto”, diz Espolador. O presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Cléver Teixeira de Almeida, conta que há anos a prefeitura trabalha para evitar o esvaziamento do Centro, comum em outras metrópoles. “Calçadões, restrição de carros, revitalização das calçadas da Marechal, da Riachuelo, do Paço Municipal, da Capela Santa Maria, iluminação nova, câmeras de segurança, estas medidas foram implantadas para beneficiar o Centro”, enumera. Teixeira conta que a prefeitura mantém um programa de incentivo para empreendimentos habitacionais na região central, principalmente para os de uso misto: comercial e residencial. “Foi uma proposta acertada. Hoje vemos vários empreendimentos de médio e grande porte sendo construídos e ocupados em áreas ao redor do Centro antigo”, afirma. Um exemplo é o Central Park, edifício residencial de 30 andares de frente para a Praça Osório. Além dos apartamentos, o prédio abriga uma galeria comercial e um estacionamento.
Entre os motivos que levaram 4,7 mil pessoas, na maioria jovens, a morar no entorno das praças Tiradentes e Osório, ou do calçadão da Rua XV de Novembro, estão a infraestrutura urbana, a diversidade de serviços, o preço dos imóveis, a mobilidade e a revitalização da zona central, um intenso trabalho desenvolvido pelo poder público e por órgãos de classe como a Associação Comercial do Paraná.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Revitalização do Centro de Curitiba reverteu queda demográfica
quarta-feira, julho 20, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
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