ReuniĂ£o da ComissĂ£o Estadual da Verdade do Estado do ParanĂ¡
Ontem estive presente a mais uma reuniĂ£o da ComissĂ£o Estadual da Verdade do ParanĂ¡, evento que foi muito produtivo. Nele foi debatido a organizaĂ§Ă£o da oitiva, que acabou jĂ¡ ocorrendo na parte da tarde com depoimento do jornalista e escritor Milton Ivan Heller, autor dos importantes livros de carĂ¡ter histĂ³rico: ” Valmor Weiss – o Prisioneiro da Cela 108”, "Os Ăndios e seus Algozes”, “MemĂ³rias de 1964 no ParanĂ¡”, e o principal deles sobre a repressĂ£o polĂtica no ParanĂ¡ ,que Ă© a “ResistĂªncia DemocrĂ¡tica – A RepressĂ£o no ParanĂ¡!”. Em um substancioso depoimento de duas horas Milton Ivan relatou os fatos fazendo a descriĂ§Ă£o minuciosa da sua militĂ¢ncia, da cassaĂ§Ă£o do registro de Jornalista com a instituiĂ§Ă£o do Golpe e lhe impediu de exercer a sua profissĂ£o de ofĂcio, o jornalismo. Citou os nomes das vitimas do golpe de 64, e dos seus algozes praticantes violações dos direitos humanos (sequestros, torturas, etc.). Como relatou sobre a perseguiĂ§Ă£o realizada pelo regime ditatorial contra as entidades sindicais, como o Sindicato dos BancĂ¡rios de Curitiba, Sindicato dos Jornalistas, etc.. TambĂ©m abordou sobre sua militĂ¢ncia no partido Comunista do Brasil (PCB), SeĂ§Ă£o Brasileira da Internacional, Ele tambĂ©m disse que esta na fase final de um livro sobre os 50 Anos do Golpe Militar. A oitiva foi dirigida por Marcio Kieller, que alĂ©m de membro da ComissĂ£o Ă© historiador e vice presidente estadual da CUT ParanĂ¡.
Outro ponto muito importante que constou na pauta da reuniĂ£o da ComissĂ£o foi a futura audiĂªncia pĂºblica, que ocorrerĂ¡ no final de junho em Foz do iguaçu. Para tratar desta agenda estiveram presentes como convidados o Aluizio Palmar, ex-preso polĂtico, militante ativo na Ă¡rea dos direitos humanos, jornalista, escritor e blogueiro, e o representante da ministra Maria do RosĂ¡rio, da Secretaria de Direitos Humanos da PresidĂªncia da RepĂºblica, que veio para tratar da terceira busca dos corpos dos quadros polĂticos da VPR assassinados pela repressĂ£o dentro do Parque Nacional do Iguaçu. Triste episĂ³dio que ficou conhecido como o "Massacre de Medianeira": emboscada e assassinato promovido pela OperaĂ§Ă£o Condor contra seis militantes da Vanguarda Popular RevolucionĂ¡ria (VPR) em 1974, ocorrido na Estrada do Colono (Parque Iguaçu), atual municĂpio de SerranĂ³polis do Iguaçu. Fato histĂ³rico tĂ£o bem relatado pelo grande polĂtico, e lenda viva, o escritor AluĂsio Palmar em seu histĂ³rico livro "Onde foi que vocĂªs enterraram nossos mortos", obra que deve ser lida por todos os querem saber com profundidade sobre a luta da esquerda armada contra um inimigo poderoso, cruel, assassino e inescrupuloso, o ditatorial estado brasileiro implantado pelo golpe de 64. Este serĂ¡ um dos casos a serem analisados pela AudiĂªncia que ocorrerĂ¡ em Foz do Iguaçu, onde tambĂ©m ex-agentes do aparelho clandestinos de terror a serviço do estado ditatorial serĂ£o convocados a deporem nas oitivas.
ReuniĂ£o no MP
MobilizaĂ§Ă£o indĂgena ocorrida em BrasĂlia, promovida pela Arpin Sul e outras entidades indĂgenas, contra a portaria 303 e a PEC 215
Logo cedo estivemos presentes em uma produtiva reuniĂ£o ocorrida na sede do MinistĂ©rio PĂºblico Estadual, a pauta era sobre a participaĂ§Ă£o dos indĂgenas Kaingangs, Guaranis e XetĂ¡s nos debates da ComissĂ£o da Verdade, a criaĂ§Ă£o da ComissĂ£o IndĂgena da Verdade, como tambĂ©m sobre a danosa e eugenista PEC -303, publicada pela Advocacia Geral da UniĂ£o (AGU) em 16 de julho de 2012.
O propĂ³sito da inconstitucional portaria 303 Ă© restringir os direitos dos Ăndios, que sĂ£o garantidos pela ConstituiĂ§Ă£o Federal e por instrumentos internacionais, como a ConvenĂ§Ă£o 169 da OIT, que Ă© lei no paĂs desde 2004. EstĂ¡ PEC tambĂ©m fere a DeclaraĂ§Ă£o da ONU sobre os direitos dos Povos IndĂgenas. A portaria da AGU serviu de base para que a bancada ruralista no Congresso Nacional apresentasse a PEC 215, que visa tirar o direito dos Povos IndĂgenas as terras, como faz a FUNAI perder o poder de demarcar as reservas. Este poder passaria aos estados e municĂpios, instĂ¢ncias de poder onde os grandes fazendeiros exercem um enorme poder de pressĂ£o.
Participaram da reuniĂ£o servidores do MP, representantes das universidades Unioeste e PUC, e principalmente Rildo Mendes (liderança Kaingang) e Marcos Mariano de Moraes (liderança Guarani), ambos sĂ£o dirigentes da Arpin Sul (ArticulaĂ§Ă£o do Povos IndĂgenas da RegiĂ£o Sul).
ReuniĂ£o do FĂ³rum Paranaense de Resgate da Verdade, MemĂ³ria e Justiça
Foi muito boa a reuniĂ£o do FĂ³rum, nela foram tratados diversos assuntos, entre eles o banco de dados que estĂ¡ sendo montado pela UFPR para abrigar todas as informações, documentos, fotos, teses, etc. relativas ao perĂodo de terror implantado pela ditadura militar e as lutas pela sua derrubada e pelo retorno ao Estado de Direito, como tambĂ©m sobre as atuais lutas da Sociedade Brasileira em busca da Verdade.
Em outro ponto da pauta foi debatido o assunto relativo a mudança dos nomes de ruas e outros logradouros pĂºblicos que estejam denominados por nomes de ex-criminosos que tenha cometido ou ordenado o imprescritĂvel crime hediondo de tortura, ou prisões ilegais precedidas de sequestros, como assassinatos de presos polĂticos que deveriam estar sob as guarda e segurança por parte do estado.
TambĂ©m foi debatido as ações de continuidade na implantaĂ§Ă£o do Museu de Percurso dos Caminhos da ResistĂªncia, cujos marcos estarĂ£o localizados em vĂ¡rios pontos da capital do estado.
Ontem estive presente a mais uma reuniĂ£o da ComissĂ£o Estadual da Verdade do ParanĂ¡, evento que foi muito produtivo. Nele foi debatido a organizaĂ§Ă£o da oitiva, que acabou jĂ¡ ocorrendo na parte da tarde com depoimento do jornalista e escritor Milton Ivan Heller, autor dos importantes livros de carĂ¡ter histĂ³rico: ” Valmor Weiss – o Prisioneiro da Cela 108”, "Os Ăndios e seus Algozes”, “MemĂ³rias de 1964 no ParanĂ¡”, e o principal deles sobre a repressĂ£o polĂtica no ParanĂ¡ ,que Ă© a “ResistĂªncia DemocrĂ¡tica – A RepressĂ£o no ParanĂ¡!”. Em um substancioso depoimento de duas horas Milton Ivan relatou os fatos fazendo a descriĂ§Ă£o minuciosa da sua militĂ¢ncia, da cassaĂ§Ă£o do registro de Jornalista com a instituiĂ§Ă£o do Golpe e lhe impediu de exercer a sua profissĂ£o de ofĂcio, o jornalismo. Citou os nomes das vitimas do golpe de 64, e dos seus algozes praticantes violações dos direitos humanos (sequestros, torturas, etc.). Como relatou sobre a perseguiĂ§Ă£o realizada pelo regime ditatorial contra as entidades sindicais, como o Sindicato dos BancĂ¡rios de Curitiba, Sindicato dos Jornalistas, etc.. TambĂ©m abordou sobre sua militĂ¢ncia no partido Comunista do Brasil (PCB), SeĂ§Ă£o Brasileira da Internacional, Ele tambĂ©m disse que esta na fase final de um livro sobre os 50 Anos do Golpe Militar. A oitiva foi dirigida por Marcio Kieller, que alĂ©m de membro da ComissĂ£o Ă© historiador e vice presidente estadual da CUT ParanĂ¡.
Outro ponto muito importante que constou na pauta da reuniĂ£o da ComissĂ£o foi a futura audiĂªncia pĂºblica, que ocorrerĂ¡ no final de junho em Foz do iguaçu. Para tratar desta agenda estiveram presentes como convidados o Aluizio Palmar, ex-preso polĂtico, militante ativo na Ă¡rea dos direitos humanos, jornalista, escritor e blogueiro, e o representante da ministra Maria do RosĂ¡rio, da Secretaria de Direitos Humanos da PresidĂªncia da RepĂºblica, que veio para tratar da terceira busca dos corpos dos quadros polĂticos da VPR assassinados pela repressĂ£o dentro do Parque Nacional do Iguaçu. Triste episĂ³dio que ficou conhecido como o "Massacre de Medianeira": emboscada e assassinato promovido pela OperaĂ§Ă£o Condor contra seis militantes da Vanguarda Popular RevolucionĂ¡ria (VPR) em 1974, ocorrido na Estrada do Colono (Parque Iguaçu), atual municĂpio de SerranĂ³polis do Iguaçu. Fato histĂ³rico tĂ£o bem relatado pelo grande polĂtico, e lenda viva, o escritor AluĂsio Palmar em seu histĂ³rico livro "Onde foi que vocĂªs enterraram nossos mortos", obra que deve ser lida por todos os querem saber com profundidade sobre a luta da esquerda armada contra um inimigo poderoso, cruel, assassino e inescrupuloso, o ditatorial estado brasileiro implantado pelo golpe de 64. Este serĂ¡ um dos casos a serem analisados pela AudiĂªncia que ocorrerĂ¡ em Foz do Iguaçu, onde tambĂ©m ex-agentes do aparelho clandestinos de terror a serviço do estado ditatorial serĂ£o convocados a deporem nas oitivas.
AluĂzio Ferreira Palmar nasceu em 1943, em SĂ£o FidĂ©lis, Estado do Rio de Janeiro. Em sua juventude estudou CiĂªncias Sociais na Universidade Federal Fluminense e, devido Ă sua militĂ¢ncia revolucionĂ¡ria, foi preso e banido do paĂs. Dissidente do PCB fluminense, liderou a primeira tentativa de luta armada contra o regime no final dos anos 1960. Foi o organizador do MR-8, o Movimento RevolucionĂ¡rio 8 de Outubro, assim chamado em homenagem a Che Guevara, assassinado nessa data em 1967, na BolĂvia. Palmar foi um dos 70 presos polĂticos trocados pelo embaixador da SuĂça Giovanni Bucher, em janeiro de 1971.
Com a anistia voltou ao Brasil e se radicou em Foz do Iguaçu, onde começou suas atividades como jornalista profissional trabalhando no semanĂ¡rio Hoje Foz. Em 1980 criou o semanĂ¡rio Nosso Tempo, conhecido por sua linha editorial rebelde e alternativa. Atuou ainda em outros meios de comunicaĂ§Ă£o do Estado do ParanĂ¡ e Curitiba.
Mais sobre AluĂzio e seu livro:
Site Documentos Revelados:
Depoimento para a novela Amor e RevoluĂ§Ă£o:
GravaĂ§Ă£o do debate promovido pela ComissĂ£o da Verdade da OAB/PR na UNIBRASIL
Para este debate foram convidados os ex-presos polĂticos AluĂzio Palmar, Narciso Pires e JosĂ© Carlos Mendes, o moderador foi o Daniel Godoy, dirigente da OAB. LĂ¡ tambĂ©m esteve presente a Carol Proner, professora doutora em Direito Internacional Carol Proner e conselheira da ComissĂ£o Nacional de Anistia.
O debate fluiu muito bem, tal era o grau de sintonia entre os debatedores, como pela Ă³tima moderaĂ§Ă£o do mediador Daniel Godoy.
O interessante deste evento foram as, embora convergentes, visões diferenciadas entre os debatedores sobre os mesmos fatos, jĂ¡ que dois deles estiveram exilados, o AluĂzio e o Mendes, e o Narciso Pires, atual presidente do Grupo Tortura Nunca Mais do ParanĂ¡ e ex-presidente do ComitĂª Brasileiro pela Anistia do ParanĂ¡, permaneceu no paĂs como quadro da luta polĂtica pela democratizaĂ§Ă£o. A riqueza de informações foi muito grande. O JosĂ© Carlos esteve exilado no Chile, participou da resistĂªncia ao golpe de estado promovido pelo Pinochet. Depois do golpe consolidado conseguiu asilo na embaixada da Holanda, paĂs que o recebeu como refugiado polĂtico. Depois da RevoluĂ§Ă£o dos Cravos imigrou para Portugal, de onde retornou ao Brasil junto com Leonel Brizola. Durante o exĂlio AluĂzio morou em vĂ¡rios paĂses, sendo que a localizaĂ§Ă£o destes em sua maioria foi na America do Sul, como viveu por um longo tempo na clandestinidade no Brasil. Estes olhares por Ă¢ngulos diferenciados sobre um mesmo objeto de anĂ¡lise, no caso a ditadura e os que resistiram ao arbĂtrio, fez com que este debate fosse uma verdadeira aula de geopolĂtica.
ReuniĂ£o no MP
MobilizaĂ§Ă£o indĂgena ocorrida em BrasĂlia, promovida pela Arpin Sul e outras entidades indĂgenas, contra a portaria 303 e a PEC 215
Logo cedo estivemos presentes em uma produtiva reuniĂ£o ocorrida na sede do MinistĂ©rio PĂºblico Estadual, a pauta era sobre a participaĂ§Ă£o dos indĂgenas Kaingangs, Guaranis e XetĂ¡s nos debates da ComissĂ£o da Verdade, a criaĂ§Ă£o da ComissĂ£o IndĂgena da Verdade, como tambĂ©m sobre a danosa e eugenista PEC -303, publicada pela Advocacia Geral da UniĂ£o (AGU) em 16 de julho de 2012.
O propĂ³sito da inconstitucional portaria 303 Ă© restringir os direitos dos Ăndios, que sĂ£o garantidos pela ConstituiĂ§Ă£o Federal e por instrumentos internacionais, como a ConvenĂ§Ă£o 169 da OIT, que Ă© lei no paĂs desde 2004. EstĂ¡ PEC tambĂ©m fere a DeclaraĂ§Ă£o da ONU sobre os direitos dos Povos IndĂgenas. A portaria da AGU serviu de base para que a bancada ruralista no Congresso Nacional apresentasse a PEC 215, que visa tirar o direito dos Povos IndĂgenas as terras, como faz a FUNAI perder o poder de demarcar as reservas. Este poder passaria aos estados e municĂpios, instĂ¢ncias de poder onde os grandes fazendeiros exercem um enorme poder de pressĂ£o.
Participaram da reuniĂ£o servidores do MP, representantes das universidades Unioeste e PUC, e principalmente Rildo Mendes (liderança Kaingang) e Marcos Mariano de Moraes (liderança Guarani), ambos sĂ£o dirigentes da Arpin Sul (ArticulaĂ§Ă£o do Povos IndĂgenas da RegiĂ£o Sul).
ReuniĂ£o do FĂ³rum Paranaense de Resgate da Verdade, MemĂ³ria e Justiça
Foi muito boa a reuniĂ£o do FĂ³rum, nela foram tratados diversos assuntos, entre eles o banco de dados que estĂ¡ sendo montado pela UFPR para abrigar todas as informações, documentos, fotos, teses, etc. relativas ao perĂodo de terror implantado pela ditadura militar e as lutas pela sua derrubada e pelo retorno ao Estado de Direito, como tambĂ©m sobre as atuais lutas da Sociedade Brasileira em busca da Verdade.
Em outro ponto da pauta foi debatido o assunto relativo a mudança dos nomes de ruas e outros logradouros pĂºblicos que estejam denominados por nomes de ex-criminosos que tenha cometido ou ordenado o imprescritĂvel crime hediondo de tortura, ou prisões ilegais precedidas de sequestros, como assassinatos de presos polĂticos que deveriam estar sob as guarda e segurança por parte do estado.
TambĂ©m foi debatido as ações de continuidade na implantaĂ§Ă£o do Museu de Percurso dos Caminhos da ResistĂªncia, cujos marcos estarĂ£o localizados em vĂ¡rios pontos da capital do estado.