Em Novembro do ano passado Gustavo Fruet, entusiasmado
com a pesquisa, e "vitorioso" não querendo as barrar, comemorava que
caso a eleição fosse naquele momento estaria "eleito".
O projeto arquitetado pela Gleisi e seu marido Paulo
Bernardo exalava sucesso, só alegrias.
A caminhada do casal com o Gustavo já vinha de longe. Na
eleição para o senado, apesar das profundas contradições partidárias, lançaram
a dobrada "branca" G2, nela o objetivo era escantear o
inoportuno Requião. Acabada a campanha a relação continuou, e ela leva o
Gustavo a roncar grosso exigindo a vaga a prefeito pelo PSDB, coisa que ele
tinha a certeza que não teria.
Ele sabia do compromisso do PSDB com o PSB, desde a
primeira eleição do Beto para a Prefeitura, uma dobrada partidária bem
sucedida.
Os ex-inimigos acenavam com uma proposta irresistível, o
total e forte apoio a sua campanha, mas o preço seria abandonar os seus e
migrar para o projeto de seus ex-inimigos.
Arrumaram uma legenda que abrigasse o Fruet, o PDT, já
que pelo PT seria impossível, tamanha as contradições existentes entre o
ex-tucano e o PT nacional.
Alguns dos principais membros da direção deste partido
estavam para ser julgados no escândalo do mensalão, processo político onde o
Gustavo tinha sido um dos principais mentores da acusação. Aja contradição!!!
Aqui em Curitiba o PT local estava rachado ao meio, e um
setor mais coerente e menos personalista tinha claro que a aliança era um mal
negócio para ambos os lados,e reagiram.
Todo um trabalho de avaliação do quadro eleitoral, baseado
em uma análise política ideológica profunda, foi feito, e está apontava para a
necessidade do lançamento da candidatura própria. Por mais racional que fosse a
análise isto não demoveu o casal de ministros de seu ambicioso projeto para
2014. Neste o Gustavo seria o refém confiável. Confiaram mais no retorno
político do ex-tucano do que na esquerda partidária, mesmo com o partido
detendo a presidência da república.
Embora tenham usado toda a força da máquina na disputa interna
a vitória foi apertada, por pouco que a candidatura própria não passou. Embora
formalmente os adversários internos, defensores da candidatura própria, tenham
acatado a decisão da eleição isto não se consolidou em mobilização, a base do
partido na prática não aceitou a coligação. Veio a convenção do PT e nela os
derrotados na disputa pela candidatura própria ou não novamente se rebelam, e
desta vez com o apoio de setores descontentes do Campo Majoritário, mesmo
agrupamento do qual faz parte o casal de ministros.
Está aliança extemporânea entre
a esquerda petista e o vereador Pedro Paulo e outros do CM levaram à derrota a
candidata Roseli Isidoro, que tinha o apoio direto da ministra Gleisi. Com a
vitória de Miriam Gonçalves para ser a vice do Fruet a situação não muda, e até
se agrava. A base do PT, religiosamente lulista, continua não aceitando ao Gustavo,
que consideram um inimigo, como a vitória da Miriam causa certo afastamento da
Gleisi e de seu marido, o também ministro Paulo Bernardo.
Começa a campanha, e Gustavo Fruet recebe a adesão de
setores do lernismo comandados pelo Gerson Guelmann, histórico braço direito do
ex-governador Jaime Lerner, e isto agrava ainda mais a situação de dispersão. A
base petista explodiu de indignação e os brizolistas relembram com ódio o fato
do Brizola em plena campanha presidencial ter sido abandonado pelo Lerner, que
na época era filiado ao PDT.
No Comitê central os grupos partidários montam
verdadeiros feudos. O PT para um lado, o PDT para outro e o Gustavo isolado em
outro com sue time de confiança. Somado a isto a falta de recursos torna a situação
insuportável. Nas ruas Roseli Isidoro, candidata a vereadora apoiada por Gleisi
ostenta mais material do que a campanha majoritária, deixando claro qual é a
prioridade da ministra Gleise, que ainda estava com o sapo da derrota para a Miriam
entalado na sua garganta.
Sem unidade interna, sem dinheiro e sem discurso, já que
o seu trabalho de maior destaque que ocorreu na fundamentação do mensalão não
poder ser usado como principal arma eleitoral, a candidatura do Gustavo empaca.
A partir dom momento em que o Gustavo Fruet não consegue
justificar a aliança com o PT e a
direção deste não consegue a base a aceitar o anti-Lula, somados ao PDT, no
qual o candidato não conseguiu se enraizar n cultura interna, a campanha a cada
dia mais perde a coerência, e Gustavo lentamente foi se isolando, tanto
internamente como externamente.
O desastre que foi a aliança também se refletiu no quadro
nacional petista, onde a principal estrela do partido e a maioria dos
dirigentes nacionais tiveram e tem dificuldades em aceitar o antigo desafeto.
Isto se refletiu na ausência dos principais dirigentes partidários, no caso a
Dilma e o Lula, no palanque do Gustavo. A única chance que ele teria para
contar com o importante apoio seria se manter em alta nas pesquisas e isto não
ocorreu.
A escolha equivocada de Gleisi, que tanto irritou aos “generais
partidários”, hoje se reflete em Brasília, onde já é sugerido por todo o
comando do partido que a Gleisi se afaste da Casa Civil.
Para o PT o mais importante é vencer em SP capital e não
velar o defunto que se tornou a disputa em Curitiba, Para que isto ocorra é
necessário estabelecer novos acordos, e eles passam pela renúncia do Chalita, e
isto só será possível dando a ele o comando do Ministério da Educação, hoje
ocupado por Mercadante, ilustre representante do PT paulista, que não poderá
ser defenestrado do primeiro escalão.
O que os comandantes partidários têm colocado, entre
estes vários que dirigem o PT paranaense, é que o espaço ideal para Mercadante é
a Casa Civil. Espaço onde este, profundo conhecedor de Brasília e seus “labirintos”,
poderia desempenhar um papel maior do que a atual ministra. Ela não está tendo
um bom desempenho, vide as fracassadas tentativas de negociação com os
grevistas federais, que por meses travaram e ainda travam o funcionamento de grande
parte da máquina pública.
O discurso é o de que "ela na Casa Civil não consegue
gerenciar a sua campanha rumo à eleição em 2014", mas isto parece mais uma forma
educada para defenestrar a futura derrotada no pleito na capital.
Perdendo a Casa
Civil a Gleisi não terá tão a importante visibilidade que o cargo mais importante
entre os ministros oferece.
Outro fator importante pesando no destino da
ministra, e que é levantado por petistas de alto escalão, é o “despreparo da
atual ministra para o cargo”. Ela, senadora de primeiro mandato, apesar de ter
várias qualidades, “não tinha o conhecimento necessário” para ocupar tão
elevado posto.