A legislatura nem bem começou no Congresso Nacional e a bancada do Paraná já perdeu força política em relação ao ano passado. Em 2010, deputados paranaenses presidiam três das 20 comissões permanentes da Câmara Federal. Neste ano, no entanto, nenhuma comissão será comandada por um parlamentar do estado. Por outro lado, no Senado, o Paraná será representado na presidência da Comissão de Educação, Cultura e Esporte pelo senador Roberto Requião (PMDB) – no ano passado, não havia paranaenses como presidentes de comissões no Senado.
Na prática, é nas comissões permanentes que ocorrem as discussões de fato relevantes a respeito dos projetos que serão, posteriormente, votados em plenário. Com mais tempo e mais liberdade para debater as matérias em tramitação no Congresso, os integrantes de cada uma das comissões promovem as principais alterações no texto das propostas. Quando os projetos chegam a plenário – pelo menos a grande maioria deles –, os deputados dão uma espécie de homologação ao que foi definido pelas comissões. A importância de se estar no papel de presidente de uma comissão é justamente comandar todo esse processo desde o início.
Na Câmara, porém, das três presidências de comissão que tinha no ano passado, o Paraná ficou sem nenhuma (veja quadro ao lado). Apesar de ter conseguido emplacar três vice-presidentes, contra apenas um em 2010, a bancada do estado perdeu força política ao não conseguir fazer nenhum comandante de comissão.
A falta de prestígio e de articulação política dos parlamentares do Paraná no Congresso torna-se mais evidente ao se fazer uma comparação com o Rio Grande do Sul. Isso porque o tamanho da representação legislativa dos dois estados em Brasília é praticamente igual. São 34 congressistas gaúchos (31 deputados e 3 senadores) e 33 paranaenses (30 deputados e 3 senadores). Apesar disso, a bancada gaúcha conta atualmente com dois parlamentares na presidência de comissões na Câmara – no ano passado, eram quatro presidentes gaúchos contra três paranaenses em comissões.
Para o professor de Ciência Política Ricardo Costa de Oliveira, da UFPR, a situação evidencia a tradicional desorganização da bancada paranaense, que nunca teve uma atuação coletiva. Segundo ele, a falta de união e de coordenação política dos parlamentares do estado tem prejudicado a vinda de recursos federais para o Paraná. “Isso é ruim para a destinação de verbas ao estado, uma vez que as comissões concentram muito poder e capacidade de alocação de investimentos”, analisa.
Já em relação ao relativo avanço no Senado, com a conquista da presidência da Comissão de Educação por Requião, Oliveira alerta para a atuação completamente distinta entre o peemedebista, Alvaro Dias (PSDB) e Gleisi Hoffmann (PT). “Eles atuam de maneira conflituosa, cada um apontando numa direção. E isso não é bom em determinadas situações.”(GP)
sexta-feira, 4 de março de 2011
Paraná perde espaço em comissões no Congresso Nacional
sexta-feira, março 04, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
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