domingo, 17 de outubro de 2010

Resposta ao amigo Laerte

LULA: "MEU AMIGO BUSH"

Eu nunca fui do PT e com este partido, embora tenha votado no Lula uma vez, nunca tive maiores afinidades, pois sempre o vi como o que Ă©, um amortecedor para que a luta do povo no futuro nĂ£o fosse adiante.

A escola inicial de sindicalismo do Lula foi a direita sindical, sendo que quando ele era o secretĂ¡rio do sindicato o presidente era filiado a ARENA e agente do SNI e com este o Lula foi aos EUA realizar dois cursos de formaĂ§Ă£o.

Em 1975 quando Lula assume a presidĂªncia, jĂ¡ com uma visĂ£o de mundo um pouco melhor, pois havia se aproximado do PCB, a convite de um amigo em comum ao irmĂ£o deste, o frei Chico, que era do PartidĂ£o, estive na posse. Nesta Ă©poca quem era uma outra pessoa muito prĂ³xima ao Lula era o FHC. Tanto o frei Chico como o FHC tiveram grande importĂ¢ncia para tirar o Lula das posições conservadoras que defendia e o colocar no campo da Social Democracia.

Neste perĂ­odo, que vai desta Ă©poca atĂ© 1978/79 havia a discussĂ£o de se montar uma frente socialista e desta eu apesar de muito jovem e imaturo, sendo que na Ă©poca junto com junto outros tupaenses estĂ¡vamos ligados a TendĂªncia Leninista,com estes e mais outras figuras de proa da esquerda marxista e da nova social democracia, na qual o Lula tendo avançado um pouco jĂ¡ estava incluĂ­do surge a ConvergĂªncia Socialista, que nada tinha em relaĂ§Ă£o com o grupo que hoje leva o nome a nĂ£o ser que este, trotskista, dela tambĂ©m havia feito parte.

Todos nĂ³s que articulĂ¡vamos esta frente militĂ¡vamos ou estĂ¡vamos prĂ³ximos ao MDB, que era a oposiĂ§Ă£o legal permitida, e se nela havia pessoas com a dignidade de um Almino Afonso, de um Alencar Furtado, Serra, etc. tambĂ©m tĂ­nhamos de conviver com o chaguismo. Neste perĂ­odo o Lula apesar de ser o presidente do sindicato ainda nĂ£o era referĂªncia para nada, pois a entidade sindical que ele presidia ainda era tida pelos sindicalistas que tinham uma postura mais combativa, Batista, ZĂ© Maria, AlemĂ£o, etc. como sendo apenas pelega reciclada. Um setor da "Igreja” progressista, mas antimarxista, começava a se aproximar do Lula.

A partir de mais ou menos o ano de 77 aumenta a aproximaĂ§Ă£o do Lula com a Pastoral OperĂ¡ria e com as Comunidades Eclesiais de Base E aliados aos outros agrupamentos mais a esquerda (Ala Vermelha do PC do B, MR-8, PC do B, OSI, PCB, etc.) começa a construĂ§Ă£o do processo que deu origem a greve de 78. Neste perĂ­odo eu, que entre 74/75 tinha feito parte da TL e do MR-8 quando estĂ¡ se incorporou ao MR-8, rompido estava no PC do B, partido ao qual estive ligado atĂ© 1989.

Estourando a greve de 78, que surgiu atravĂ©s da organizaĂ§Ă£o da base sobre influĂªncia da esquerda marxista e nĂ£o diretamente pela aĂ§Ă£o do sindicato, o Lula, sob pressĂ£o da massa, da Igreja e atĂ© do seu irmĂ£o acaba assumindo a greve e assim o sindicato, que diretamente nĂ£o a puxou, ganha visibilidade e o Lula pela aĂ§Ă£o da mĂ­dia aparece como o “grande lĂ­der”, o que neste momento ainda nĂ£o o era.

Com a força da imagem que havia conquistado na greve de 78, e jĂ¡ atrelado a aĂ§Ă£o da ICAR, o Lula e os demais sindicalistas rompem com a ConvergĂªncia e junto com as CEBs começam outra articulaĂ§Ă£o polĂ­tica parlamentar, que posteriormente vai dar origem ao PT.

Em 79 estoura outra greve e estĂ¡ jĂ¡ sob o comando do Sindicato e este grupo jĂ¡ engrossado com vĂ¡rios ex-exilados, ApolĂ´nio de Carvalho, etc. e de pessoas que saĂ­am da clandestinidade, tal qual o JosĂ© Dirceu e outros, começam a articulaĂ§Ă£o para a formaĂ§Ă£o do PT, o que foi do agrado de setores no comando da ditadura, pois isto serviria para que os partidos de cunho marxista nĂ£o assumissem novamente a conduĂ§Ă£o da vanguarda polĂ­tica do movimento operĂ¡rio.

Com o passar dos anos o PT, o que jĂ¡ era esperado, ruma da posiĂ§Ă£o de Social Democrata de Esquerda para a atual de Social Democrata de Direita e durante estĂ¡ caminhada foi jogando para fora os agrupamentos de Esquerda que ajudaram o formar, sendo o Ăºltimo grande expurgo o que deu origem ao PSOL.

O Lula nĂ£o mentiu quando disse “eu nunca fui de esquerda” e o prĂ³prio movimento sindical, que ele junto com a Igreja Progressista” comandaram a partir de 79, nunca teve o carĂ¡ter de ruptura, pois as greves sempre tiveram o tom economicista ao este se apegar somente a luta por melhores salĂ¡rios.

Na verdade este movimento sindical lulista foi construĂ­do para servir de escada para a coNstruĂ§Ă£o e o fortalecimento do PT e este apĂ³s se aliar a direita para chegar ao poder (Sarney, Delfim Neto, etc.) coptou e anulou o Movimento Social, pois os “cumpanherus” tiveram de juntos assumir a questĂ£o da governabilidade, o que foi do agrado da direita, que nĂ£o gosta dos povo nas ruas a exigir reformas estruturais.

Hoje o PT e o PSDB possuem a mesma linha, mas com a diferença central de que este Ăºltimo nĂ£o serve de anestĂ©sico para que nĂ£o ocorra o retorno a aĂ§Ă£o de massas.

Do ponto de vista da atual campanha o discurso do Serra ao propor o fim da autonomia polĂ­tica do Banco Central e se compromete a abaixar os juros e incentivar a produĂ§Ă£ o, como do ponto de vista do social promete a melhoria e a ampliaĂ§Ă£o e a melhoria dos que existem, sendo que estes foram criados no passado pelo prĂ³prio PSDB, estĂ¡ mais a esquerda do da Dilma, que sĂ³ promete continuar o que estĂ¡ sendo feito.

O Banco Central sob o comando do Meirelles faz o jogo do grande capital financeiro nacional internacional e em sua aĂ§Ă£o despĂ³tica nos empurra goela abaixo a alta valorizaĂ§Ă£o do real, que impede que tenhamos competitividade do ponto de vista das exportações e tambĂ©m pela aĂ§Ă£o nefasta dos altos juros nos impede de financiar a produĂ§Ă£o, o que leva o paĂ­s a desindustrializaĂ§Ă£o e hoje leva o povo ao endividamento e a inadimplĂªncia, mas no futuro prĂ³ximo ao desemprego, jĂ¡ que o atual crescimento do consumo Ă© fruto da abertura da linhas de crĂ©dito para os de baixa renda e nĂ£o de melhores salĂ¡rios gerando o aumento do consumo. O limite de endividamento por parte da populaĂ§Ă£o chegou ao teto e sem a continuidade deste aumentarĂ¡ a desindustrializaĂ§Ă£o e com isto o desemprego.


Meirelles:


Apesar de nĂ£o citar o nome de Fernando Henrique Cardoso, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, aconselhou ao seu sucessor seguir a polĂ­tica econĂ´mica criada no governo antecessor e consolidados durante a atual gestĂ£o.

“Seria importante que as decisões de futuras de polĂ­tica econĂ´mica no Brasil levassem em conta os ensinamentos da experiĂªncia bem-sucedida dos Ăºltimos anos.”

Durante a entrevista dada ao jornal Brasil EconĂ´mico, Meirelles indicou ainda quais sĂ£o os pilares da economia brasileira que devem receber continuidade.

“Nesse sentido, destacaria, como os ingredientes bĂ¡sicos, o comprometimento com as metas de inflaĂ§Ă£o, o compromisso com a sustentabilidade fiscal e o cĂ¢mbio flutuante com respaldo das reservas internacionais.”

TODAS ESTAS PROPOSTAS DO MEIRELLES TEM CUNHO ORTODOXO, SĂƒO NEOLIBERAIS!


ALERTA!!!!


Sob a batuta do Meirelles, que Ă© quem junto como Sarney e o Delfim Neto de fasto manda na polĂ­tica econĂ´mica do Brasil, nos Ăºltimos anos o governo Lula manteve a polĂ­tica econĂ´mica de Fernando Henrique e Malan, com resultados semelhantes. A preservaĂ§Ă£o dos ganhos excepcionais dos credores do Estado, dos bancos e do grande capital se fez Ă  custa de estagnaĂ§Ă£o econĂ´mica, queda do emprego e da renda dos trabalhadores, corte dos gastos sociais, aumento da dĂ­vida pĂºblica.

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