Ala pró-Fruet do PT critica "violência" dos favoráveis à candidatura própria, mas são acusados pelos outros de compra de votos

Militantes do PT que apoiam a aliança com o candidato a prefeito Gustavo Fruet (PDT) para as eleições municipais divulgaram uma nota de repúdio nesta quarta-feira (04). Na mensagem, os membros do partido criticaram a "forma destrutiva" com que o grupo petista favorável à candidatura própria vem se posicionando na imprensa.

A nota reforça o racha que vive o PT às vésperas da decisão final sobre o rumo que deve tomar nas eleições. De um lado, a ala majoritária, comandada pelos ministros Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann já declarou apoio irrestrito ao pedetista. Do outro, os deputados Dr. Rosinha e Tadeu Veneri defendem que o PT lance candidato da legenda na disputa pela prefeitura.

Na nota, os membros pró-Fruet afirmam que a postura dos que defendem candidatura própria favorece aos que que querem atacar o PT. "Também queremos e sonhamos muito com a candidatura própria à prefeitura de Curitiba, mas sabemos que, hoje, isso não é possível e que o mais viável é somarmos forças com os partidos aliados e comprometidos com as políticas e ações programáticas do governo federal", trouxe o comunicado.

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Hora de decisão

No próximo dia 15, os cerca de 5,5 mil militantes começam a definir os rumos do partido para as eleições. Nesta etapa, serão eleitos os 300 delegados que se reúnem nos dias 27 e 28 de abril para decidir se o PT apoia a candidatura do pedetista Gustavo Fruet ou lança um nome do partido. (Banda B)

Suspeitas de compra de votos pró-Fruet abrem crise no PT

Suspeitas de compra de votos por parte da ala do PT favorável ao apoio do partido à candidatura do ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT) à prefeitura de Curitiba abriram ontem uma grave crise na legenda.

O apoio a Fruet é defendido pela corrente “Construindo um Novo Brasil”, antigo Campo Majoritário, que reúne os principais caciques do PT paranaense, entre eles a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e seu marido, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Eles alegam que o partido não teria nomes competitivos para disputar a eleição, ao contrário do ex-deputado do PDT, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

No campo oposto estão o deputado federal Dr Rosinha e o deputado estadual Tadeu Veneri, que disputam a indicação de candidato próprio do PT a prefeito, e criticam a aproximação do partido com Fruet, apontando que ele sempre foi um crítico da legenda e dos governos petistas. O grupo vem explorando o fato de que o ex-deputado tucano foi um dos principais nomes da oposição ao governo Lula na Câmara Federal, tendo inclusive papel de destaque na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o escândalo do mensalão.

No último final de semana, as duas alas adversárias mediram forças no registro das chapas para o encontro municipal, marcado para os próximos dias 27 e 28. O grupo majoritário de Paulo Bernardo e Gleisi reuniu 1.283 filiados, enquanto a ala de Rosinha e Veneri, defensores da candidatura própria, conquistou o apoio de 684 militantes. Os filiados vão votar, no dia 15, a indicação dos 300 delegados que decidirão, no final do mês, entre as duas teses.

Pelas regras da disputa, só poderiam votar militantes que estivessem em dia com as contribuições partidárias. Segundo fontes da legenda, porém, muitos filiados que estavam em dívida com o partido teriam sido registrados mesmo assim. Além disso, o grupo favorável à aliança teria bancado o pagamento dessas contribuições para garantir mais votos.

Para Veneri, a reação da ala majoritária seria um sintoma do temor da derrota na disputa interna. “A possibilidade que temos de ganhar é muito grande. “Quem estava muito seguro agora começa a arrumar desculpas”, avaliou.
Segundo o deputado, os defensores do apoio a Fruet subestimaram a resistência da base do PT à aproximação com o ex-tucano. “O Fruet passou a maior parte de sua vida pública construindo uma relação de oposição ao PT e a tudo que o PT representa. Não dá para passar uma borracha em cima disso de uma hora para outra”, considera. (Bem Paraná)