Alegando insucesso nas tentativas de
A Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares do Paraná (Coopcardio-PR) e as Unimeds apresentam versões diferentes sobre um compromisso que teria sido assumido, sem formalização por escrito, quando o MP-PR chamou os dois lados para buscar uma conciliação, em 16 de outubro. Os médicos alegam que a operadora procurou os profissionais individualmente para renegociar os contratos, o que foi entendido pela entidade como uma tentativa de enfraquecer as negociações coletivas. “Dentre as condições discutidas na presença do MP-PR resolvemos suspender o descredenciamento e voltar à mesa desde que as negociações fossem feitas em caráter estadual. Porém, as Unimeds de Londrina e Curitiba ligaram para seus credenciados buscando negociar de forma individual. Isso rompeu de forma unilateral as negociações iniciadas em 16 de outubro”, afirma o presidente da Coopcardio, Marcelo Freitas.
Já a Unimed afirma que a possibilidade de negociação individual não estava descartada. “Cada região tem suas peculiaridades e na reunião ficou acertado que os cooperados iriam discutir com as cooperativas regionais. Assim, não houve, por parte da Unimed, um rompimento do acordo”, afirma a operadora. O promotor Maximiliano Ribeiro Deliberador, do MP-PR, afirma que a negociação individual é o “caminho natural”, levando em conta a realidade de cada cooperativa, mas ressalta que o MP, como mediador, está acompanhando a negociação entre a Unimed e os cirurgiões por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba (Prodec). “Só entramos no debate para garantir os interesses do consumidor”, acrescenta.
A se confirmar o desligamento dos médicos, ele será feito individualmente por cada cirurgião. A entidade garante que já tem em mãos 12 cartas de descredenciamento e que o restante da categoria deverá formalizar o pedido na próxima semana. A Unimed Paraná informou que não foi comunicada formalmente da decisão dos médicos de interromper as negociações e promover o descredenciamento em massa.
Pacientes
Segundo Deliberador, do MP, independentemente do desfecho da reunião de segunda-feira, os serviços continuarão a ser prestados aos usuários conforme previsto em contrato. O contrato entre médico e operadora prevê um prazo de 15 a 60 dias para formalizar o pedido de desligamento. Ainda que todos os cirurgiões cardiovasculares se descredenciem, pelas regras do setor, a Unimed é obrigada a garantir o tratamento para todos os seus usuários pelo credenciamento de novos profissionais, ou pelo reembolso do custo dos procedimentos. Marcelo Freitas, da Coopcardio, também garante que o usuário não ficará desassistido. “A diferença é que, se for possível esperar pela cirurgia, o cliente vai ter de buscar autorização com a operadora”, afirma. (GP)
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