sábado, 10 de setembro de 2011

Patriota defende sistema coletivo de segurança baseado na justiça

O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, reivindicou neste sábado um sistema coletivo de segurança baseado na justiça e que permita enfrentar com mais garantias os desafios da comunidade internacional.

"Precisamos de um sistema coletivo de segurança que alcance resultados satisfatórios, não só para enfrentar problemas locais, como por exemplo no Haiti (...), mas também ameaças maiores", disse Patriota em discurso pronunciado em Genebra.

O chefe da diplomacia brasileira discursou nas jornadas sobre Estratégia Global organizadas pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) para dissertar sobre "Crise, conflito, e intervenção: as perspectivas globais".

Seu discurso girou em torno do novo mundo após o 11/9, da crise econômica mundial e da emergência de países como o Brasil, um cenário que, na sua opinião, tem a necessidade "de um novo consenso sobre como exercitar a responsabilidade coletiva".

Esta responsabilidade, ressaltou, é multipolar e multifacetada porque se trata de abordar os desafios globais colocados em todas as frentes: econômico, financeiro, segurança alimentar, temas do meio ambiente e objetivos humanitários.

Somada a essa responsabilidade, acrescentou, deve enfrentar-se levando em conta que há diferentes tipos de ameaças para a estabilidade.

"Não afrontamos o perigo de uma guerra global pelas primaveras árabes, mas poderia ter uma grave ruptura se as grandes potências chocassem pelo conflito palestino-israelense", disse o chanceler, que criticou que apesar da gravidade deste problema não ser algo que tenha tratado recentemente o Conselho de Segurança da ONU.

Patriota assinalou que esta circunstância demonstra que é importante "garantir uma coerência sistêmica para evitar um fracasso sistêmico" e acabar com "as velhas práticas em vigor".

O chanceler criticou que o Grupo dos Sete (G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo) continue reunindo seus ministros de Exteriores para debater segurança, ao contrário do G20 (os países mais ricos e os principais emergentes), ou que o Conselho de Segurança da ONU, e seus cinco membros com direito a veto, "siga reunindo-se como se ainda fossem representantes da maior parte da comunidade mundial".

Para o chefe da diplomacia brasileira, é importante acabar com este esquema e olhar para frente, em direção a "um sistema coletivo baseado na justiça - uma meta civilizadora que temos que ter presente" -, que permita à comunidade internacional enfrentar "sua principal responsabilidade, a de não piorar a situação". (Terra)

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