O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu disse neste sábado que o acordo de paz firmado entre seu país e o Egito, há três décadas, continua em pé, apesar da invasão da embaixada israelense no Cairo.
"Israel vai continuar atado ao acordo de paz com o Egito", disse Netanyahu, em um discurso transmitido pela TV.
Nesta sexta-feira, manifestantes egípcios invadiram o prédio, queimaram documentos e forçaram a evacuação do edifício. O embaixador e outros diplomatas israelenses tiveram de deixar o Egito por questões de segurança.
O primeiro-ministro israelense disse que está trabalhando com as autoridades do Egito pelo retorno de seu embaixador ao Cairo.
O enfrentamento entre manifestantes e a polícia deixou três mortos e mais de mil feridos e fez o governo interino do Egito declarar estado de alerta.
Os protestos explodiram após a morte de cinco militares egípcios durante uma perseguição a militantes palestinos, por parte das forças de segurança de Israel.
A retaliação de Israel ocorreu na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito após os militantes palestinos atacarem um ônibus e matarem oito civis israelenses.
Os protestos preocupam Israel, que teme a quebra do acordo de paz, firmado em 1979 entre os dois países, pelo governo interino egípcio. O grande fiador do acordo era o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, afastado do cargo em fevereiro.
Alerta
O Egito declarou estado de alerta e o governo interino convocou uma reunião de emergência do gabinete militar após os ataques à embaixada.
A imprensa relatou que o premiê egípcio, Essam Sharaf, ofereceu sua renúncia após o episódio de sexta, mas o pedido foi negado pelo líder militar do país, Hussein Tantawi.
O governo militar interino disse neste sábado que os manifestantes envolvidos no ataque à embaixada israelense, na véspera, serão julgados em cortes emergenciais.
O Egito prometeu proteção às embaixadas no país.
Uma autoridade sênior de Israel disse à BBC que o ataque à representação diplomática no Egito foi uma séria ameaça às relações entre os dois países – um dos pontos de equilíbrio para a paz no Oriente Médio.
Observadores dizem que o incidente marca um agudo escalonamento nas tensões bilaterais e testa os 30 anos do tratado de paz entre Israel e Egito.
Pneus queimados
Ao longo da madrugada e manhã deste sábado, centenas de manifestantes se mantiveram nos arredores da embaixada no Cairo, queimando pneus pelas ruas e cantando slogans de crítica aos militares no poder no Egito.
Seis funcionários da representação diplomática ficaram presos no prédio durante os protestos e precisaram ser resgatados por forças de seguranças egípcias, disse uma autoridade israelense à BBC. A mesma autoridade diz que os protestos estão sendo vistos em Jerusalém como uma "grave violação" das relações diplomáticas.
O Egito é um dos dois países árabes – junto com a Jordânia – a ter estabelecido a paz com Israel. Mas crescem as demonstrações de sentimento anti-israelense entre os civis egípcios. (BBC)
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