Seis meses depois que o Japão foi abalado por um devastador terremoto seguido de tsunami e por um desastre nuclear, o país relembra suas vítimas. As cerimônias foram ofuscadas pela renúncia do ministro da Economia Yoshio Hachiro, que caiu uma semana após assumir o cargo, devido a gafes em comentários sobre Fukushima. Na cidade portuária de Minamisanriku, cuja área costeira foi invadida em 11 de março por uma onda gigante de 15 metros de altura, centenas de pessoas se reuniram neste domingo (11/09) para cerimônias de homenagens às vítimas da tragédia. Na cidade, onde cerca de 900 pessoas morreram e 60% dos prédios foram destruídos, mais de 2 mil pessoas vestidas de negro se reuniram em um ginásio público para fazer um minuto de silêncio. "Jamais desistiremos de ter esperança e da promessa de nos unirmos em uma só força na construção de uma nova cidade, para que possamos compensar o sacrifício de vidas preciosas de muitas pessoas", afirmou o prefeito de Minamisanriku, Jin Sato, durante a cerimônia. No grande porto pesqueiro de Ishinomaki, onde 4 mil pessoas perderam suas vidas no tsunami, os cidadãos se reuniram em uma colina com vista para a cidade. Lá embaixo, montes de entulho e veículos destruídos ainda cobrem a orla marítima. Eles puseram as mãos juntas e rezaram ao soar das sirenes, marcando os exatos seis meses da catástrofe. Capital teve marchas antinucleares Em Tóquio, cerca de mil pessoas, incluindo muitas famílias, marcharam através das ruas sofisticadas do bairro de Shibuya, com crianças portando placares dizendo "abaixo as usinas nucleares". Cerca de 1,3 mil pessoas protestaram em frente à sede da operadora de Fukushima, a Tokyo Electric Power, e formaram uma corrente humana em torno do Ministério da Economia, responsável pela energia nuclear no país. No dia 11 de de março, um terremoto de magnitude 9,0 e um subsequente tsunami causaram danos devastadores no Japão. De acordo as informações mais recentes, a catástrofe matou cerca de 15.800 e mais de 4 mil pessoas ainda permanecem desaparecidas. Na usina nuclear de Fukushima, os núcleos de vários reatores derreteram, como resultado do desastre natural, causando o pior acidente atômico desde o desastre nuclear de Chernobyl, em 1986. Escombros removidos Entretanto, mais de 80 mil japoneses ainda vivem em abrigos de emergência ou em casa de parentes. Na zona atingida pelo desastre, ainda podem ser vistos grandes campos cheios de barro onde antes havia casas e estabelecimentos comerciais. A reconstrução da área deverá custar centenas de bilhões de euros e se estender por cerca de uma década. Medo da radiação Manifestantes que se opõem à energia nuclear tomaram as ruas de Tóquio e outras cidades japonesas no domingo para marcar os seis meses desde o terremoto e tsunami de março e demonstrar indignação com a gestão do governo sobre a crise nuclear desencadeada na usina Fukushima. Em um dos maiores protestos, cerca de 2.500 pessoas marcharam em frente à sede da operadora da usina, a Tokyo Electric Power Company, e criaram uma "corrente humana" em torno do edifício do Ministério do Comércio que supervisiona o setor de energia nuclear. O acidente que gerou temor de radiação e contaminação levantou grande apelo pelo fim da dependência do Japão sobre a energia nuclear no país, propenso a terremotos.O terremoto de magnitude 9.0 e o tsunami que atingiu a costa nordeste do Japão deixaram 20 mil mortos ou desaparecidos e destruíram a planta Fukushima, desencadeando a pior crise nuclear desde Chernobyl. Manifestantes pediram o desligamento completo das usinas nucleares em todo o Japão e exigiram uma mudança na política do governo para fontes alternativas de energia. Entre os manifestantes estavam quatro jovens que declararam o início de uma greve de fome de 10 dias para provocar uma mudança na política nuclear do Japão. A imprensa japonesa informou sobre protestos semelhantes em outras cidades no Japão no dia muitas orações para aqueles que morreram no desastre de 11 de março.
Meio ano depois, grande parte dos destroços foi removida ou ao menos organizada. A maioria dos sem-teto foi transferida dos abrigos temporários para moradias provisórias.
As ruínas de Fukushima ainda continuam emitindo radiação nuclear. Após as explosões e incêndios em Fukushima, foi estabelecida uma zona de exclusão de 20 quilômetros ao redor do complexo nuclear danificado. Entre os moradores locais, cresce o temor de contaminação. Nas últimas semanas, foram descobertos cada vez mais alimentos contaminados, como carne, peixe, legumes e chá. Embora os órgãos estatais afirmem que não há perigo imediato para a saúde, as pessoas confiam cada vez menos nas autoridades, devido às muitas falhas apresentadas pelo governo na administração da crise nuclear.
Entre os atingidos pela catástrofe, crescem as críticas ao governo, cuja intervenção classificam como muito lenta e inócua. O ex-primeiro-ministro Naoto Kan teve que renunciar ao cargo devido a críticas à sua gestão durante a crise.
domingo, 11 de setembro de 2011
Japoneses protestam contra energia nuclear 6 meses após tremor
domingo, setembro 11, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
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