Combates violentos explodiram nesta segunda-feira em Trípoli em volta do quartel-general do líder líbio Muamar Kadafi, horas após rebeldes terem assumido o controle da maior parte da capital. Não há informações sobre se Kadafi está no local ou sobre qual seria seu paradeiro. Segundo um porta-voz dos rebeldes, no começo da manhã (horário local), tanques saíram do QG de Kadafi, conhecido como Bab al-Aziziya, e começaram a disparar. Uma intensa troca de tiros ainda acontece no local. Em uma coletiva concedida nesta segunda-feira em Benghazi, epicentro dos protestos e reduto opositor localizado no leste do país, o chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político dos rebeldes líbios), Mustafa Abdul Jalil confirmou que Bab al-Aziziya e as áreas ao redor do complexo ainda não estão sob controle da oposição em Trípoli. "Não podemos dizer que os rebeldes detêm o controle completo (da capital)", disse, acrescentando que "o real momento da vitória será quando Kadafi for capturado". Os rebeldes consolidaram no domingo o avanço iniciado no sábado sobre Trípoli, enfrentando poucos bastiões de resistência em meio a sinais de que o regime de 42 anos está prestes a cair. De acordo com o representante do CNT no Reino Unido, Mahmoud Nacua, nesta segunda-feira a oposição controla 95% da capital. Nacua confirmou que combates continuam em algumas áreas da cidade e disse que, embora o paradeiro de Kadafi seja desconhecido, acredita-se que ele ainda esteja na Líbia. "Vamos levantar pedra por pedra até encontrá-lo, prendê-lo e levá-lo a um tribunal", afirmou. O porta-voz do regime de Kadafi, Moussa Ibrahim, disse que os confrontos em Trípoli deixaram 1,3 mil mortos na cidade. O número não pode ser confirmado de forma independente. Comemoração Ao longo da noite, multidões eufóricas celebraram o avanço rebelde na principal praça da cidade, um simbólico centro de poder do regime. No local, chamado de Praça Verde pelo regime, mas rebatizada de Praça dos Mártires pelos rebeldes, os militantes dispararam para o alto e contra um grande pôster do líder líbio. "Agora não chamamos aqui de Praça Verde, mas de Praça dos Mártires", disse o engenheiro Nour Eddin Shatouni, de 50 anos, que estava entre a multidão de residentes que deixaram suas casas para participar das celebrações. "Esperávamos por um sinal, e ele veio. Todas as mesquitas gritaram 'Deus é grande!' ao mesmo tempo. Sentimos um bom cheiro, e era o cheiro da vitória. Sabemos que agora é o momento." A praça tem um profundo valor simbólico. O regime manteve ali manifestações pró-Kadafi quase toda a noite desde que a revolta começou, em fevereiro. As comemorações também ocorrem em outras cidades como Misrata e Benghazi, epicentro da revolta e reduto opositor localizado no leste do país. Pressão internacional A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou nesta segunda-feira que manterá sua operação militar na Líbia até que todas as forças leais ao regime de Kadafi tenham se rendido. Em comunicado, a Otan pediu que Kadafi renuncie imediatamente para salvar vidas. "Enquanto isso, nossas aeronaves continuarão a proteger a população civil", disse o texto. Nos últimos cinco meses, a Otan realizou cerca de 7,5 mil ataques aéreos contra as forças de Kadafi. De acordo com a organização, apenas nos dois últimos dias aeronaves atacaram 40 alvos em Trípoli. Na noite de domingo, o presidente americano, Barack Obama, afirmou que Kadafi "precisa reconhecer que nãocontola mais a Líbia" e "abandonar o poder de uma vez por todas". Em comunicado, o líder reforçou que o governo dos EUA reconhece o CNT como a autoridade de governo legítima do país. O presidente americano pediu que o grupo rebelde demonstre a liderança necessária para conduzir o país, com respeito aos direitos do povo líbio, evitando a violência contra civis, protegendo as instituições do Estado líbio e buscando uma democracia que seja justa e inclusiva para todos os líbios. As declarações de Obama seguiram as de diversos líderes mundiais, que fizeram apelos para que Kadafi deixe o poder imediatamente. A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que o líder líbio perdeu legitimidade e deve deixar o poder "o quanto antes". "Os rebeldes fizeram grandes avanços. A Alemanha trabalha com o grupo de transição da Líbia e já abrimos uma representação (diplomática) em Benghazi. E vamos continuar a apoiar o povo líbio", afirmou a chanceler. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, também pediu que Kadafi poupasse a população, deixando o governo imediatamente. "A França apoia totalmente a libertação da Líbia desse regime opressivo e ditatorial." (iG)
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Combates explodem ao redor do quartel-general de Kadafi
segunda-feira, agosto 22, 2011
Molina com muita prosa & muitos versos
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