O jesuíta cardeal Jorge Mario Bergoglio, novo papa eleito
com o nome de Francisco, participa da reacionária Fraternidade Comunhão e Libertação.
Ele é extremamente conservador, e um grande inimigo da Teologia da Libertação.
Na eleição do novo papa em 2005 ele foi um forte concorrente
e quase ganhou a disputa de Bento XVI. Ao contrário de Bento XVI, que embora fosse
extremamente conservador teve profundas ligações com a integrista católica, mas
neoliberal Opus Dei, este novo papa representa a linha integrista adotada por
Leão XIII, Pio X e Pio XII, que é a volta do mais puro conservadorismo católico,
onde a igreja tentará se mostrar como uma “nova opção” de poder. Durante o
ápice da crise Argentina ele fez o discurso contra a esquerda, ao mesmo tempo em
que questionava a globalização liberal burguesa, discurso que não tem nada de
novo, e faz voltar à visão católica que levou ao surgimento do fascismo, do
salazarismo, etc..
Quando a Ordem dos Jesuítas começou na Argentina a seguir os caminhos do
Vaticano II, e da sua expressão máxima que foi a Teologia da Libertação, dentro
desta Ordem ele foi um dos principais responsáveis por frear avanço desta
Tendência. Enquanto provincial jesuíta na Argentina, organização que lá dirigiu
com braço de ferro, Bergoglio ordenou que os jesuítas continuassem seu trabalho
nas paróquias e atuassem como vigários em vez de se meterem em “comunidades de
base” e ativismo político em defesa da “Igreja dos pobres”, da do “Cristo vivo”, papel que a Teologia da
Libertação defende, que considera uma forma de estimular a luta entre as
classes sociais.
Na Argentina Ele foi acusado de retirar proteção de sua ordem a dois jesuítas que foram sequestrados clandestinamente pelo governo militar por fazerem trabalho social em bairros muito pobres. Os padres foram presos e torturados, mas sobreviveram a prisão.
O fato foi descrito no livro "Silêncio", do jornalista Horacio Verbitsky, que é presidente da CELS, entidade defensora dos direitos humanos. A publicação relata o testemunho de Orlando Yorio, um dos jesuítas sequestrados, presos e torturados, fato que o novo papa sempre negou.
O sociólogo Fortunato Mallimacci, ex-decano da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires disse que a história o condena, deixando claro que ele é alguém contrário a todas as experiências progressistas dentro da Igreja. O Mallimacci também disse que é certo de que ele, na época da ditadura militar, esteve muito perto do comando dos militares.
Na mesma época, nos anos setenta na Argentina , na província de La Rioja, ocorreram os assassinatos dos padres Carlos de Dios Murias e Gabriel Longueville, ligados ao também assassinado bispo Enrique Angelelli, uma das figuras emblemáticas da “Teologia da Libertação”. A Igreja na Argentina se calou.
Na mesma época, nos anos setenta na Argentina , na província de La Rioja, ocorreram os assassinatos dos padres Carlos de Dios Murias e Gabriel Longueville, ligados ao também assassinado bispo Enrique Angelelli, uma das figuras emblemáticas da “Teologia da Libertação”. A Igreja na Argentina se calou.
Ele defende a organização das classes de forma corporativa
como a união das mesmas em prol do estado nacional. Ideia pregada por Leão
XIII, que posteriormente deu origem ao fascismo e a outros “ismos” de extrema
direita.
Do ponto de vista da “moral” e dos “bons costumes” Bergoglio
é visto como um ortodoxo inflexível em matéria de moral sexual, assim não
aceitando o sexo livre, tanto em relação aos heteros, como é totalmente
contrário ao homossexualismo, contra a adoção de crianças por casais gays, como
convicto opositor ao aborto, sendo este último é o único ponto em comum encontrado
entre os conservadores, os moderados e os progressistas.
Ao contrário de Bento XVI, que se aliou aos diversos grupos
da extrema direita católica para chegar ao poder, mas depois de eleito em parte
mudou o discurso ao pregar a unidade de todos os setores da Igreja em prol do
fortalecimento do catolicismo neste momento de extrema crise que a ICAR passa:
pedofilia, corrupção, etc., o que irritou aos seus, mas não trouxe para perto
de si os progressistas, que antes perseguiu e tentou destruir, assim se isolando
a direita e a esquerda, este novo papa não cometerá o mesmo “erro fatal”, que
levou o outro a renunciar.
O papa Francisco está
à direita de Bento XVI. Mais a direita do que ele somente a TFP e outras Ordens
mergulhadas na escuridão total da Idade Média.
Embora o novo papa, tal qual o antecessor, estejam muito
mais para as teses do Concílio Vaticano I, as defendidas pela TFP, do que as que
foram apresentadas no Vaticano II. Qualquer desavença que tenham se dá entre
integristas, entre os que defendem a ideia da Igreja fechada em si mesmo, e não
dá aberta para o mundo.
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1 comentários :
Oi Molina. Carneirinho e eu lemos seu ponto de vista e consideramos muito esclarecedor. Vou ficar assídua do seu blog, para me esclarecer sobre política, pois não tenho muito tempo para fazer pesquisas por conta própria. Achei um a ironia que esse papa escolha para si o mesmo nome de Francisco, figura da igreja que pode ser considerado um revolucionário. Quanta bobagem ele vai fazer ostentando o nome de Francisco?
Heloisa
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