domingo, 19 de agosto de 2012

HPV - O VIRUS QUE CAUSA CANCER



Uma forma rara de cancer de faringe causada pelo mesmo papilomavirus que provoca cancer de colo do utero nas mulheres esta se espalhando rapidamente pelas nações ocidentais. Diferentemente de outros tipos de câncer oral, que mais freqüentemente são provocados pelo uso do tabaco e álcool, esse novo tipo usualmente se propaga através do beijo, relações sexuais ou o compartilhamento de utensílios tais como copos de uma bebida.

Podendo ficar incubado durante anos no organismo e se revelar em algum momento que a pessoa esteja com baixa resistência ou por outro motivo.

Cerca de 75% das vitimas são homens 

Um recente estudo demonstrou que pessoas infectadas pelo HPV eram 32 vezes mais capazes de desenvolverem câncer de amigdalas e base da língua.
De qualquer forma, os números estão aumentando e, se a tendência for de crescimento progressivo, mais desse tumores causados por HPV aparecerão do que os causados por tabaco ou álcool nos próximos anos.
Medidas de conscientização e prevenção deverão ser intensificadas pois já bastam as causas de doenças e de morte que os jovens estão sujeitos com mais freqüência, hoje em dia, e esse tipo de câncer pode ser bem mais controlado se houver seriedade nas medidas de informação.
 
Recentemente, uma pesquisa apresentada em Chicago, durante o Congresso da Sociedade Americana de Oncologia, apontou uma relação entre a doença, o comportamento da juventude e o vírus HPV (papiloma vírus humano, na tradução em português), que pode ser contraído através de relações sexuais, beijo e uso de utensílios em comum, por exemplo, um copo.
 
O HPV tem a capacidade de se incorporar à estrutura do DNA das células, o que altera os genes responsáveis pelo crescimento celular e provoca uma reprodução descontrolada. Ao observar esse fenômeno, o médico alemão Harald zur Hausen conseguiu provar a relação do vírus com o câncer de colo uterino, fato que acabou lhe valendo o prêmio Nobel de Medicina de 2008.
Mas a novidade que causou impacto em Chicago, apresentada por cientistas do Centro de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos, foi a constatação de que também há uma associação entre o câncer de garganta e o HPV.
Até pouco tempo, o câncer de garganta era mais comum em pessoas acima dos 50 anos, fumantes e usuários de bebidas alcoólicas. O aumento da incidência entre jovens assustou os oncologistas e foi exatamente o que motivou a pesquisa. O oncologista André Murad, professor da Faculdade de Medicina da UFMG, observa que a descoberta já está tendo forte impacto internacional, mas no Brasil a repercussão ainda é tímida. “Precisamos chamar atenção para essa pesquisa, porque ela permite aprimorar a prevenção e o tratamento deste tipo de câncer”, diz ele.
 
Diagnóstico e tratamento

O HPV pode ficar na sua forma latente por muitos anos, isto é, sem acarretar sintomas. Por isso, nem todo mundo que contrai o vírus irá desenvolver algum câncer. Isso facilita a contaminação, porque uma pessoa aparentemente saudável pode ser portadora e transmitir o vírus.
O exame capaz de detectar a doença é a biópsia e o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura.
Segundo o professor, cerca de 80% dos cânceres de garganta diagnosticados no Brasil devem estar associados ao HPV. Por esta razão, ele faz o alerta para que otorrinolaringologistas, oncologistas e clínicos gerais não hesitem em pedir a biópsia em caso de suspeita. “Há médicos que julgam, equivocadamente, que o câncer de garganta é incomum nos jovens. Eles percebem a lesão, mas não levantam a possibilidade de ser um tumor. Até porque os sintomas são semelhantes ao de uma inflamação: dificuldade para engolir e irritação”, diz André Murad.
 
Existe vacina

O combate à disseminação do HPV pode ganhar novos contornos desde que a Anvisa aprovou, em maio, a aplicação da vacina no público masculino entre 9 e 26 anos. Até então, ela só estava liberada para mulheres. Mas a vacina só está disponível na rede privada, e custa cerca de R$900. “Os cânceres associados ao HPV fazem vítimas suficientes para que o SUS ofereça gratuitamente a vacina”, defende André Murad.
 

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