Cientistas detectaram o que parece ser um planeta que seria um diamante gigantesco orbitando um pulsar a cerca de 4 mil anos-luz da Terra. Os pulsares sĂ£o estrelas de nĂªutrons extremamente densas e compactas que giram rapidamente, emitindo pulsos de rĂ¡dio a intervalos regulares - daĂ o seu nome.
Utilizando radiotelescĂ³pios espalhados pelo mundo, os pesquisadores detectaram um novo pulsar, batizado PSR J1719-1438, e logo perceberam que seus pulsos eram sistematicamente modulados, concluindo que o fenĂ´meno era causado pela força da gravidade de um pequeno planeta em sua Ă³rbita. Essas modulações permitiram entĂ£o que os astrĂ´nomos calculassem algumas das caracterĂsticas do planeta.
Primeiramente, os cientistas revelaram que o planeta completa uma Ă³rbita em torno do pulsar em apenas duas horas e dez minutos a uma distĂ¢ncia de 600 mil quilĂ´metros, menor que o diĂ¢metro do Sol. AlĂ©m disso, o planeta Ă© relativamente pequeno, com menos de 60 mil quilĂ´metros de diĂ¢metro, ou cinco vezes maior que o da Terra. Apesar disso, o astro tem uma massa um pouco maior que a de JĂºpiter, que tem mais de 11 mil vezes o raio da Terra.
Esta alta densidade do planeta nos dĂ¡ uma pista sobre sua origem, diz Matthew Bailes, professor da Universidade de Tecnologia Swinburne, em Melbourne, AustrĂ¡lia, e principal autor de artigo sobre a descoberta, publicado na ediĂ§Ă£o desta quinta-feira (25) da revista "Science".
Segundo os pesquisadores, o planeta da diamante Ă© o que restou de o que um dia foi uma estrela maciça que teve a maior parte de seu material capturado pelo pulsar. O PSR J1719-1438 Ă© um tipo de objeto conhecido como "pulsar de milissegundos", girando em torno de seu eixo mais de 10 mil vezes por minuto. Ele teria um diĂ¢metro de apenas 20 quilĂ´metros, mas com uma massa 1,4 vezes a do Sol.
Cerca de 70% de todos os pulsares de milissegundos conhecidos tĂªm algum tipo de astro companheiro. Os astrĂ´nomos acreditam que estes objetos transformam pulsares velhos e moribundos em pulsares de milissegundos ao transferirem sua massa, e momento, para eles, fazendo com que girem cada vez mais rĂ¡pido. O resultado do sistema Ă© um pulsar com velocidade de rotaĂ§Ă£o extremamente alta com um companheiro encolhido em sua Ă³rbita, em geral uma estrela anĂ£ branca.
No caso do PSR J1719-1438 e seu companheiro, no entanto, eles estĂ£o tĂ£o prĂ³ximo que o astro acompanhante foi transformado em uma versĂ£o ainda mais reduzida de uma anĂ£ branca, perdendo todas suas camadas externas e mais de 99,9% de sua massa.
O que restou foi provavelmente uma esfera de carbono e oxigĂªnio, pois uma estrela com elementos mais leves, como hidrogĂªnio e hĂ©lio, seria grande demais para caber no perĂodo de Ă³rbita calculado, explica Michael Keith, da Australian Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO) e outro integrante da equipe de pesquisadores.
Segundo os cientistas, a alta densidade do objeto indica que todo seu material estĂ¡ em forma cristalina, fazendo com que seja, em grande parte, como um diamante. (O Globo)
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