O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, reconheceu nesta segunda-feira a derrota do governo em quatro referendos distintos realizados no país.
Os resultados preliminares indicam que os eleitores rejeitaram propostas do governo, entre elas as de investir no uso da energia nuclear, privatizar o sistema de distribuição de água e dar a ministros (entre eles o próprio Berlusconi) o direito de não comparecer a tribunais se tiverem tarefas oficiais.
"Nós provavelmente iremos dizer adeus... à energia nuclear", disse Berlusconi, mesmo antes da apuração final dos votos.
A declaração de Berlusconi foi feita após a divulgação de que o comparecimento parcial dos eleitores era de 57%, mais do que os 50% necessários para a validação do plebiscito.
Berlusconi havia pedido para que seus eleitores boicotassem a consulta popular, invalidando-a.
Fukushima
"O alto comparecimento nos referendos mostra uma vontade de parte dos cidadãos em participar das decisões sobre nosso futuro que não pode ser ignorada", disse o premiê por meio de um comunicado.
Ativistas contrários ao uso de energia nuclear dizem que o desastre na usina japonesa de Fukushima, ocorrido este ano após o terremoto e tsunami que atingiram o país, levou a população italiana a rejeitar firmemente os planos do governo.
Assim como o Japão, a Itália é um país propenso a terremotos, mas o governo pretendia usar as usinas nucleares para o fornecimento de 20% da energia do país até 2020.
Após o desastre japonês, Alemanha e Suíça disseram que vão diminuir o uso de energia nuclear. França e Grã-Bretanha seguem defendendo o seu uso.
A proposta do referendo sobre comparecimento aos tribunais era considerada de importância pessoal para Berlusconi, que enfrenta quatro julgamentos distintos.
O premiê declarou recentemente que compareceria aos tribunais quando não estivesse envolvido em assuntos importantes. Nesta segunda-feira, ele faltou a outra audiência, encontrando-se com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.
"A vontade dos italianos é clara em todos os assuntos destas consultas. O governo e o Parlamento devem agora responder de acordo", disse o comunicado de Berlusconi. (TERRA)
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