terça-feira, 7 de setembro de 2010

Conferência do Clima caminha para novo fiasco

Sebastien Feval / AFP

O governo dos Estados Unidos admitiu ontem que não conseguirá aprovar antes do evento uma legislação cortando emissões de CO2 até 2020. Além disso, alertou que só aceitará a criação de um fundo para lidar com mudanças climáticas nos países pobres se Brasil, China e Índia apresentarem medidas de redução de emissões de CO2 (leia ao lado).

Depois de dois dias de negociações entre ministros de Meio Ambiente em Genebra, a constatação é de que um acordo sobre o corte de emissões ficará apenas para 2011. Ou seja, a reunião de cúpula em Cancún corre o risco de repetir o fracasso de Copenhague, em 2009. Na Dinamarca, presidentes tentaram minimizar o fiasco, alegando que poderiam retomar o acordo este ano, no México.

Agora, a Casa Branca deixou claro que não reapresentará ao Congresso neste ano seu projeto de lei que estipula um corte de emissões nos EUA de 17% até 2020, um compromisso do presidente Barack Obama em Copenhague. A lei não passou no Senado em uma primeira tentativa e, sem a aprovação, outros países podem não querer assumir novos compromissos.

Para a nova chefe do clima da ONU, Christiana Figueres, a cúpula em Cancún deve se concentrar só na questão do financiamento das ações e, segundo ela, isso pode ser "a chave dourada" para destravar o restante do acordo. "Houve uma erosão de confiança após Copenhague que agora estamos tentando arrumar."

Mas, com apenas seis dias efetivos de negociações, tudo aponta para mais um fracasso. O governo brasileiro admite que um entendimento sobre o volume de cortes de emissões dificilmente será atingido em Cancún.

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