domingo, 19 de setembro de 2010

Caso Erenice: O compadre do Lula volta a cena em novo escândalo


Segundo o blog do Cláudio Humberto o Ministério Público Federal está intrigado com a proximidade do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, nos vários negócios que resultaram nas denúncias de tráfico de influência envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra e seu filho lobista Israel Guerra. Teixeira foi quem indicou o atual diretor de Operações dos Correios, Arthur Rodrigues, personagem da crise.

O compadre de Lula tem livre acesso à Casa Civil do Planalto, desde tempos de Dilma Rousseff e Erenice Guerra. Nem se faz anunciar.

Um outro escândalo que envolveu o nome do Roberto Teixeira e que foi denunciado pela Revista Época e pela Folha de S. Paulo foi o da VarigLog.


Revista Época:

“É um privilégio ter a amizade de Lula”

Acusado de tráfico de influência, o advogado Roberto Teixeira fala a ÉPOCA sobre sua amizade com o presidente Lula e sobre o caso Varig

A pergunta a que o advogado Roberto Teixeira diz mais ter respondido em seus 64 anos de vida é sobre sua amizade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vestido de calça moletom azul, camiseta branca, sapatênis sem meias e recém-saído de uma angioplastia no hospital para desentupimento de veias do coração e implantação de um stent (dispositivo para desobstruir artérias), ele diz isso com o enfado de quem vai responder pela milionésima vez sobre o assunto ao receber ÉPOCA na última quinta-feira em seu apartamento em São Paulo. Os dois se conheceram, no início dos anos 80, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Lula liderara as greves dos metalúrgicos contra o regime militar e acabara de fundar o PT. Roberto Teixeira era o presidente da seção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Bernardo. O primeiro encontro dos dois foi no escritório de Roberto Teixeira. Lula ficara impressionado com relatos sobre seu desempenho na oposição ao então prefeito de São Bernardo, Tito Costa (MDB), e queria saber se ele preenchia os requisitos para entrar no PT – “que tinha muito rigor moral naquele tempo”, conforme lembra Teixeira.

Teixeira satisfez às exigências de Lula, entrou no PT, participou de suas primeiras campanhas eleitorais e os dois se transformaram em amigos tão próximos que o advogado foi chamado para ser o padrinho de Luís Cláudio, o filho mais novo de Lula e dona Marisa.

“Como nordestino, o Lula dava a esse convite uma deferência especial e, ainda hoje, o Luís Cláudio me trata como um segundo pai”, diz Teixeira, ao explicar a intensidade das suas relações com o presidente e sua família. Nas últimas três décadas, à medida que Lula empreendia sua escalada política até o Palácio do Planalto, essa amizade transformou também Roberto Teixeira numa figura quase mítica. Ele virou o “compadre de Lula”. Algumas histórias controversas contribuíram para essa imagem. Teixeira era o dono da casa em São Bernardo na qual Lula morou de graça, sem pagar aluguel, por quase oito anos. Em 1997, Teixeira foi acusado de participar de um esquema de desvio de recursos de prefeituras administradas pelo PT, em que estaria envolvida uma empresa de consultoria dirigida por seu irmão, Dirceu Teixeira.


COMPANHEIRO

O advogado Roberto Teixeira (à esq.) ficou amigo de Lula nos anos 70. Especialista em aviação, sempre foi acusado de ter relações estranhas com o presidente
Agora, o “compadre de Lula” está envolvido numa nova polêmica. Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o órgão que regula a aviação no país, acusa Teixeira de “ingerências imorais” no governo e de ter usado a amizade com Lula para favorecer seus clientes na venda da Varig para a Gol, em 2006, por US$ 320 milhões. Se a agência reguladora fosse realmente desvinculada do governo, estaria resguardada desse tipo de pressão. Com a ocupação política das agências, esse tipo de acusação passa a ganhar maior credibilidade.

Folha de S. Paulo:

Compadre de Lula admite que tem 5 milhões de dólares em contratos de negócios que envolve a união.

O advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Lula, disse que pode chegar a US$ 5 milhões o valor total de seus contratos com a VarigLog, entre honorários, custas judiciais e outras despesas.

Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), a quantia se refere a um ano e dez meses de serviços em mais de 300 processos, e não apenas a sua atuação na venda da companhia, em 2006, para o fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros.

O negócio foi posto sob suspeita pela ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu, que denunciou ter sido pressionada pela Casa Civil para não exigir documentos que pudessem revelar que o sócio estrangeiro era o real controlador da companhia, o que fere a lei.

Em inquérito no Senado na última quarta-feira, Teixeira disse ter recebido US$ 350 mil da VarigLog entre março e junho de 2006.

Um dos sócios brasileiros, Marco Antonio Audi, disse que Teixeira recebeu US$ 5 milhões "para resolver" o problema. Teixeira negou ter usado sua influência e disse que o valor recebido era "bem menor", sem falar em números.

A assessoria do advogado informou que ele não voltou atrás em suas declarações e desmentiu Audi.

Histórico

O escritório de Teixeira passou a atuar no caso depois que a venda da Variglog para o fundo norte-americano já havia sido aprovada pelo DAC (Departamento de Aviação Civil), que foi posteriormente substituído pela Anac.

Teixeira foi acusado pela ex-diretora da Anac Denise Abreu de ter usado sua suposta influência junto ao governo para pressionar a agência a favor de seus clientes.

Os problemas com Denise começaram quando ela reabriu o processo de venda, contestando as informações sobre a presença de capital estrangeiro na empresa além do limite permitido pela legislação, de 20%.

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