Em comício de campanha de Dilma Rousseff (PT) neste sábado no centro de Curitiba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas ao atual Congresso e disse que pedirá "a Deus" que a candidata petista tenha um Senado melhor do que o atual.
Para Lula, o Congresso derrubou a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), em 2007, "por mesquinharia", pensando em prejudicá-lo, discurso este que atingiu diretamente ao senador Osmar Dias, que só votou a favor da proposta do governo por na época ter sido ameaçado de expulsão:
Por CPMF, PDT ameaça expulsar Osmar Dias
Senador critica falta de coerência do partido e diz que não vai se dobrar a ameaças de retaliação
29/11/07 às 20:43 | Da Redação do Jornal do Estado
O senador Osmar Dias está sob ameaça de ser expulso do PDT por não concordar em votar favoravelmente à prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ele foi advertido pela Executiva Nacional do partido em reunião na última quarta-feira em Brasília, que fechou questão em favor da proposta do governo Lula. ...
...O senador do Paraná considera que a atitude da cúpula pedetista demonstra como a questão da fidelidade partidária está sendo utilizada de forma distorcida para enquadrar aqueles que não concordam em mudar de posição apenas porque o partido aderiu ao governo depois de passar todo o primeiro mandato de Lula na oposição. “Que diabo de fidelidade é essa que obriga um senador da República a votar contra suas próprias convicções? Onde está escrito no programa do partido que eu não posso votar contra a CPMF?”, questionou. ...
... Ameaças — O senador questionou ainda a falta de coerência da direção partidária. “Ontem, na reunião, o Carlos Lupi fez uma defesa tão veemente da CPMF que eu indaguei se ele falava como presidente nacional do PDT ou como ministro do Trabalho. O partido decidiu lançar candidato à presidência. Eu fui contra. O partido decidiu entrar no governo. Eu fui contra. O partido fecha questão contra a CPMF. Eu também sou contra. Sem nenhum debate, sem nenhuma obrigação por parte do governo, o PDT sentou no colo do governo e disse amém”, criticou. “Desde o começo propus alternativas que levassem, em conta, a contrapartida do governo. Porque desde que o governo conceda benefícios para a população é possível negociar. Não é barganha”, explicou. ...
O Osmar só para não ser expulso do PDT acabou votando junto com o governo:
Osmar Dias recebe ofício e vota a favor de CPMF
12/12/2007 - Congresso em Foco
Fábio Góis
O senador Osmar Dias (PDT-PR) declarou agora há pouco ao Congresso em Foco que, diante de um pedido seu atendido hoje (12) pelo governo, mudou o voto e agora será mais um senador favorável à prorrogação da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Osmar Dias disse que o governo enviou-lhe um ofício hoje, no início da tarde, com respostas suficientemente aceitáveis às condições que ele havia imposto para votar com o governo. ...
... Perguntado sobre se foi o presidente Lula que havia determinado o envio do documento, Osmar Dias disse: "É assinado pelo líder do governo e pelo ministro. O ministério fala em nome do governo", insinuou.
E o voto de última hora a favor do governo? "Acredito que não vá fazer diferença", resignou-se Osmar Dias, que havia admitido ser expulso do partido caso votasse contra a matéria. Neste momento, o senador iniciou seu discurso em plenário, dizendo que há cerca de dois meses havia feito as solicitações ao Planalto.
Também em Curitiba, Lula disse que o governo não conseguiu aprovar um projeto de reforma tributária porque há congressistas que pensam em si próprio. "Cada um quer resolver o seu problema, e não o problema do país", afirmou o presidente para uma plateia de empresários e outra vez ataca ao passado do Osmar, hoje seu aliado, pois o mesmo também foi contra a Reforma Tributária:
Osmar Dias questiona projeto de reforma tributária
O Estado do Paraná (04/03/2008)
O senador Osmar Dias (PDT-PR) afirmou ontem que o governo federal não quer a Reforma Tributária, mas sim aumentar ainda mais a carga tributária.
O parlamentar paranaense alertou que a guerra fiscal, gerada pela ausência da reforma, está causando desemprego no Paraná. “Na região de Maringá e Cianorte, onde há um pólo de confecções, 1.800 trabalhadores foram dispensados nos últimos dias. Este fato ocorre porque há uma guerra fiscal entre os estados vizinhos. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul oferecem benefícios fiscais e vantagens. Com isso, os empreendimentos paranaenses vão para os estados vizinhos”, alertou.
Para Osmar, o governo federal quer apenas continuar arrecadando mais impostos. “A diminuição do número de impostos não significa a redução da carga tributária. A proposta que vem por aí é a do crescimento da arrecadação. A mesma concentração de recursos que existe hoje continuará existindo”, completou.
Hoje todos são "cumpanherus"?
domingo, 1 de agosto de 2010
Em Curitiba Lula ao criticar congressistas em comício de Dilma indiretamente ataca as posições assumidas pelo Osmar no Senado


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