terça-feira, 1 de junho de 2010

Centrais realizam Conferência com 30 mil dirigentes sindicais


Convocada pela CUT, Força Sindical, CGTB, CTB e NCST, assembleia nacional reunirá 5 mil entidades em defesa dos direitos trabalhistas e do Brasil

“Avançar no desenvolvimento com soberania. Ampliar direitos e conquistas”. Com este lema, 30 mil dirigentes sindicais de todo país, representando mais de 5 mil entidades, realizarão a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. A assembleia a ser realizada no dia 1º de junho, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, foi convocada pelas centrais CUT, Força Sindical, CGTB, CTB e NCST.

Ela é o coroamento de uma política de unidade do movimento sindical que vem sendo conduzida pelas Centrais Sindicais, forjada nas lutas políticas e econômicas, para derrotar o projeto neoliberal de desmonte do Estado e pela adoção de uma política de desenvolvimento. Em termos políticos, essa unidade foi fundamental para desarticular a cruzada golpista promovida pela mídia monopolista contra o governo Lula. O próprio reconhecimento formal das Centrais pelo Congresso Nacional, muito mais que um conquista sindical, representou um avanço da democracia desde a promulgação da Constituição Cidadã, uma vez que a representação superior da maior parcela da sociedade – os trabalhadores - estava consagrada em lei.

“Os trabalhadores brasileiros devem se sentir orgulhosamente responsáveis pela interrupção do ciclo neoliberal que vinha destruindo nossa Pátria”, afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique. “Pela primeira vez na história, o Brasil enfrentou uma crise com remédios outrora considerados mortais. Em lugar de adotarmos o arrocho, apostamos nos aumentos reais de salário, na ampliação do emprego formal, na desoneração fiscal, na diminuição de tributos sobre o salário, traduzida na correção da tabela do imposto de renda, e na nossa luta por um modelo arrecadador que seja rigoroso com os mais ricos”, disse Artur.

O presidente da CUT destacou ainda os avanços na “ampliação dos investimentos na agricultura familiar, na porta mais ampla de acesso ao ensino superior, na iluminação elétrica das casas camponesas, no sucesso do Bolsa Família, na política de valorização do salário mínimo, na parceria comercial com países que antigamente eram relegados a segundo plano por nossas elites, no diálogo do Estado com os representantes da classe trabalhadora”.

Os sindicalistas destacaram que, hoje, a unidade dos trabalhadores passa pela unidade das Centrais, que já realizaram seis Marchas a Brasília, que possibilitaram, entre outras vitórias, a conquista de uma política de aumento do salário mínimo, acordada com o governo Lula.

Segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (Paulinho), “esta Conferência é um passo significativo e representa um amadurecimento na consciência e na ação do movimento sindical brasileiro, que caminha unido para afirmar a necessidade de fortalecer um projeto nacional de desenvolvimento, inclusivo, com geração de emprego e ampliação de renda”. Paulinho avaliou que as Marchas a Brasília e as várias mobilizações nas ruas e junto ao Congresso Nacional já “demonstraram que a unidade na luta é o caminho correto, pois dá maior peso e consistência às reivindicações, isolando os setores mais retrógrados da sociedade que querem continuar concentrando renda e deixando o trabalhador à margem das decisões”.

Para o presidente da CGTB, Antonio Neto, “a política apoiada pelas Centrais garantiu o aumento real de 54% do salário mínimo e ratificação da Convenção 151, que dá o direito de negociação aos servidores públicos, e evitou que o Brasil afundasse na crise dos monopólios. Agora estamos lutando pela redução da jornada para 40 horas semanais e pelo fim do fator previdenciário”. E acrescentou: “Queremos maior participação do Estado na produção nos setores estratégicos; fim dos leilões na área do pré-sal; proteção da economia nacional; redução dos juros; controle cambial; redução do superávit primário e controle da remessa de lucros”.

O presidente da CTB, Wagner Gomes, destacou que a decisão de se realizar a Conferência com o momento histórico que o país atravessa: “Certamente será uma demonstração de força das centrais, pois iremos apresentar à sociedade uma plataforma de propostas e projetos da classe trabalhadora, com vistas a garantir que o Brasil entre definitivamente numa fase de amplo desenvolvimento”. Wagner lembrou que “o nosso país conquistou diversos avanços nos últimos anos e a classe trabalhadora, comprometida com os setores progressistas, tem que impedir a possibilidade de qualquer tipo de retrocesso”.

De acordo com o presidente da NCST, José Calixto Ramos, farão parte do documento - a ser aprovado pelos milhares de dirigentes sindicais presentes à Conferência - os pontos de interesse da nação brasileira, da classe trabalhadora que busca ver melhor divididos os frutos do progresso econômico em curso.

Na Conferência, será aprovada a Agenda da Classe Trabalhadora – Para um Projeto Nacional de Desenvolvimento com Soberania e Valorização do Trabalho – em seis grandes eixos, a ser apresentada à sociedade brasileira, em especial aos candidatos e candidatas à Presidência da República: Crescimento com distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno; Valorização do trabalho decente com igualdade e inclusão social; Estado como indutor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental; Democracia com efetiva participação popular; Soberania e integração internacional; e Direitos sindicais e Negociação Coletiva.

0 comentários :

Postar um comentário

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | belt buckles