sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

JURI POPULAR: Tijolada por Justiça nesta sexta-feira, dia 16, às 17 horas, na frente da Catedral Metropolitana


JURI POPULAR

Tijolada por Justiça nesta sexta-feira, dia 16, às 17 horas,

na frente da Catedral Metropolitana

Se possível vista uma roupa Branca ou Preta em sinal de paz, luto e luta! Traga seu cartaz de Protesto!

Um convite aos lutadores sociais:

Mataram Mosquito? Mosquito matou-se? O fato incontestável é que Mosquito ficou sem saída. Tenha ou não encerrado a própria vida, outras mãos, distantes da moradia de Mosquito, distantes do lugar onde ele foi encontrado, também são responsáveis por esta morte. Gente que Mosquito denunciou, poderosos que continuam impunes, gente que o enterrou sob dezenas de processos, em situação financeira e emocional insustentáveis. Por isso, se você participa de algum movimento social, se já participou, se desejou participar, mas não o fez pelo motivo que for, aqui vai um convite:

Para nós, que lutamos por justiça, Mosquito não morreu. Por isso, vamos nos juntar na frente da Catedral Metropolitana, a partir das 17 horas nesta sexta-feira, dia 16 de dezembro, para expor os fatos que Mosquito, AMILTON ALEXANDRE, expôs ao longo de sua luta. Neste lugar, Praça 15 de Novembro, é que Mosquito foi enquadrado, com então outros estudantes, na Lei de Segurança Nacional ao participar da Novembrada, a manifestação realizada em 1979 contra a presença do então presidente, general João Figueiredo, e contra a ditadura militar.

Aquela prisão foi o detonador que desencadeou reações populares adormecidas e articulou personalidades e políticos do campo da resistência democrática em formação, organizações eclesiásticas de base, sindicalistas, ativistas dos direitos humanos, estudantes e uma multidão de populares que tomaram a praça e as escadarias da Catedral para exigir a libertação dos sete líderes estudantis... Ali Mosquito entrou para a política de nossa cidade pela porta da frente.

Hoje nossa cidade vive há uma década sob o clima de terror da ideologia do pensamento único, da corrupção impune, da criminalização dos movimentos sociais, do total desrespeito aos instrumentos constitucionais de Gestão Democrática das Políticas Públicas, da Transparência e do Controle Social dos Atos e dos Patrimônios Públicos, ao mesmo tempo em que tiram o direito à vida digna e plena do Mosquito e de forma hipócrita nos mostram como porta de saída a porta dos fundos, como se nós fossemos os desajustados sociais, os corruptos e corruptores.

Não podemos nos silenciar diante de tamanha violência. Isso é um insulto político, ético e moral aos nossos sonhos, desejos e lutas por liberdade e justiça social. Por isso não devemos aceitar que junto com o Mosquito matem nossos sonhos e nossa dignidade. Chegou nossa hora de ocupar novamente as escadaria da Catedral com um Júri Popular que aponte os verdadeiros causadores das desordens e das injustiças sociais, os algozes de nossas lideranças, movimentos e sonhos de vida digna para todos e todas.

Mataram o Mosquito, mas seu legado vai seguir vivo nos demais militantes sociais, homens e mulheres livres, jovens e idosos esperançosos de justiça, fraternidade e união.

O golpe dos poderosos:

Foi no dia 25 novembro que Amilton Alexandre, o Mosquito, foi atingido por mais um golpe, o que o levou a comunicar que deixaria de alimentar o seu conhecido blog Tijoladas do Mosquito. Eram 14:19 horas na Sala de Audiências da 3º Vara Criminal da Comarca da Capital, presentes a Juíza titular da Vara, o representante do Ministério Público, e também Amilton Alexandre, o prefeito Dário Berger e seu advogado, partes litigantes nos autos de ação penal privada número 023.09.058574-0.

Foi ali que Amilton Alexandre, sendo interrogado, recebeu voz de prisão, em “flagrante delito” por ter chamado o prefeito de "CORRUPTO". Diz o Termo de Audiência que a magistrada, “[...] convicta do estado de flagrância e em obediência aos preceitos legais informou ora ao conduzido sobre seus direitos constitucionais, dentre os quais de permanecer calado, ter respeitado sua integridade física e moral, ter assistência familiar e de advogado que indicar, bem como saber a identidade do responsável por sua prisão e da Autoridade que o interrogará. E determinou fosse lavrado o presente Auto de Prisão em Flagrante, por infração, em tese, aos preceitos do artigo 139 do Código Penal”.

Leia mais sobre Dário Berger nas notícias relacionadas em:

http://www.jusbrasil.com.br/politica/7510455/justica-condena-dario-berger-por-obra-irregular-em-sao-jose/relacionadas/todas

Mosquito escreveu, há menos de duas semanas, em seu blog, agora fora do ar: “O blog Tijoladas acabou para eu continuar vivo. Não é uma capitulação. Não mudei meu modo de pensar. Não mudei minhas convicções.” Informações postadas no seu blog, no dia 30 de novembro de 2011. “Estou com medo da justiça de Santa Catarina.” e “Promotor pede minha prisão em flagrante em audiência na 3ª vara criminal da Capital e juiza decreta a mesma.”

Todos na região sabiam das suas denúncias envolvendo poderosos da cidade. Todos sabiam das perseguições contra Mosquito. Sabiam os pauteiros dos jornalecos e jornalões; sabiam os blogueiros, âncoras e os bocas-pagas de plantão; sabiam os empreiteiros, vereadores, prefeitos, governador e deputados da região; sabia o padre, o pastor, o pai de santo, o delegado, o promotor e seu patrão; sabiam também as prostitutas e seus clientes de contramão; sabia até a justiça que cega nossa razão; mas antes sabiam e assim queriam muitas “vítimas de suas tijoladas sem compaixão”, pois este mosquito abnegado ainda picaria mais de um milhão, por isso era sabido que os coveiros lhe espreitavam nos fóruns, nas galerias e multidão, mas covardemente montaram e criaram as condições para a cena sórdida da solidão, sem testemunho aos seus últimos suspiros de resistência e indignação, para assim confundir a opinião do povo e esconder o verdadeiro motivo da linchação pública que vinha sofrendo. Este homicídio monstruoso, suicídio-enganação, é parte ativa da covardia de quem criminaliza e rotula de radical o desejo pleno de querer ser cidadão.

Por estes fatos, agora queremos justiça na apuração exemplar deste caso concreto, neste cenário de terror psicossocial e ódio a que estão submetidos os movimentos sociais e seus apoiadores. Nem uma família poderá dormir sossegada sem que se exponham todas as versões e fatos desta morte anunciada!

Até onde essa prática anti-democrática dos poderosos donos da cidade não criou e contribuiu para o cenário da solidão, da violência e morte de Amilton Alexandre, o Mosquito?

ATÉ QUANDO VAMOS ESPERAR QUE AS COISAS MUDEM?

EM DEFESA DA VIDA DIGNA E DA CIDADANIA PLENA!

NÃO À IDEOLOGIA DO TERROR E AO TERROR COMO IDEOLOGIA!

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