domingo, 30 de janeiro de 2011

Pessuti começa ser envolvido na investigação da PF no Porto

Vai sobrar para todo mundo. As investigações da Polícia Federal sobre os crimes cometidos no Porto de Paranaguá têm poder de fogo suficiente para detonar todo mundo que atuou na administração estadual nos últimos oito anos.

Os estilhaços já atingiram o ex-superintendente do Porto, Daniel Lúcio de Oliveira, que foi preso, o irmão do ex-governador Roberto Requião, Eduardo, que teve os apartamentos vasculhados pela PF e se encontra desaparecido, e o próprio Requião, que começa ter a imagem danificada pelo episódio.

Começa a sobrar lama também para o ex-governador Orlando Pessuti. Seu nome apareceu em uma conversa, entre o jornalista cascavelense Sérgio Ricardo e Daniel Lúcio, gravada pela Polícia Federal. No bate-papo os dois mencionam uma mala de dinheiro do Porto que teria sido levada pelo ex-superintendente para o ex-governador Pessuti.

Se o conteúdo da fita em poder da Polícia Federal for confirmado, o caso, como é óbvio, é gravíssimo. O episódio da mala deixará Pessuti – o homem da mala - em uma situação delicada e o coloca como uma das figuras centrais do escândalo do Porto.

O escândalo do Porto de Paranaguá é um dos mais graves envolvendo a administração pública na história do Estado. O Ministério Público pediu dezessete mandados de prisão temporária por entender que existiam indícios da prática do crime de formação de quadrilha.

A Justiça Federal deferiu, em um primeiro momento, o pedido de prisão de dez suspeitos, entre eles o ex-superintendente do Porto, Daniel Lúcio, que continua detido.

O número de prisões não dá a dimensão do tamanho do escândalo e da roubalheira no Porto. Um esquema tão grande e de tal repercussão na economia do Estado que só poderia ter operado por tanto tempo, na visão de especialistas em assuntos portuários, com a cobertura das mais altas autoridades estaduais.

A indicação de um possível envolvimento de Pessuti no episódio da mala de dinheiro confirma a linha de investigações que busca estabelecer conexões da quadrilha que operava no Porto com os altos escalões do Estado.

Os crimes cometidos no Porto seguem duas linhas paralelas. Uma delas se voltava para o desvio de cargas – roubo puro e simples de granéis embarcados em Paranaguá – que produziu danos possivelmente irreversíveis na imagem internacional do Porto. Um esquema que só foi possível manter por anos a fio com um eficiente esquema de proteção, visto que as denúncias e reclamações dos importadores que não recebiam toda a carga contratada eram seguidas e estridentes.

A outra linha era voltada para fraudar licitações e, novamente, beneficiar o grupo ligado ao comando do Porto. Nessas fraudes estavam envolvidos contratos de prestação de serviço para a APPA e, principalmente, a compra de uma draga chinesa.

Tais esquemas parecem ter iniciado sob a batuta de Eduardo Requião e prosseguiu quando o comando passou para Daniel Lúcio. Uma indicação de Eduardo Requião.

A conversa entre Daniel Lúcio e o jornalista Sérgio Ricardo, onde se menciona a mala de dinheiro que teria sido levada a Pessuti, sugerem que o esquema de corrupção no Porto teria transbordado o governo Requião e atingido a administração de seu sucessor.

Fonte: horaHNews

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